Folha de S. Paulo


Com crise fiscal, candidatos à prefeitura elevam propostas de PPPs

Os candidatos às prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro recorreram mais a propostas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões nas eleições deste ano.

"A frequência com que o tema aparece é surpreendente", afirma Bruno Pereira, diretor do PPP Brasil, que analisou os programas protocolados no Tribunal Superior Eleitoral.

Na última gestão paulistana, nenhuma PPP foi assinada e, no Rio, há três parcerias.

Entre os cinco primeiros colocados de cada capital, segundo o Datafolha, nove têm ao menos uma proposta que envolve a iniciativa privada -apenas Luiza Erundina (PSOL-SP) se opõe ao modelo.

"Os partidos à esquerda se colocam mais resistentes, mas inclusive o candidato do Psol do Rio, Marcelo Freixo, tem um plano de PPP."

A crise orçamentária e a crescente receptividade do eleitorado são apontadas como motivos do aumento.

"A falta de caixa amplia a abertura por parte dos políticos. É uma boa alternativa para reduzir custos e dar mais eficiência à gestão", avalia o professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente Alves.

Além de propostas, é preciso criar um cenário mais atrativo às empresas, diz o professor da FGV, Carlos Passos.

A falta de garantia e a judicialização são apontados como entraves centrais.

Uma forma de reduzir a interferência judicial seria dar mais transparência ao processo, afirma Charles Schramm, sócio da KPMG.

"Definir de forma clara o projeto e dar mais tempo à comunicação aos interessados ajudam a coibir contestação."

PROJETOS PARA SÃO PAULO

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PROJETOS PARA O RIO DE JANEIRO

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Quem chega quer mudar, quem sai, manter

Uma sucessão bem feita no comando de uma empresa leva anos e deve ser cercada de cuidados tanto pelo novo presidente quanto pelo fundador. "Quando o fundador interfere pode jogar fora todo o trabalho [da troca de poder]", diz Emerson de Almeida, cofundador da Dom Cabral, e hoje presidente do conselho.

O executivo, que liderou a fundação por 35 anos, ajudou a conduzir duas sucessões em seu comando, além de acompanhar o processo em diversas empresas.

Cerca de 40 mil executivos por ano frequentam os cursos da instituição. Sediada em Minas Gerais e com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, oferece pós-graduações e cursos voltados a negócios, mas teve de reduzir seus programas internacionais, afetados pela crise.

Almeida lança na próxima quinta-feira (29) o livro "A Sucessão como Ela É" (Benvirá; R$ 39,90; 208 págs.), em que discute os dilemas de companhias que trocam de líder.

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Leva três anos para preparar uma sucessão a partir de quando se decide que o atual gestor sairá. Dois, no mínimo. "No caso da Dom Cabral, foi importante ter quatro anos, porque eu tinha ficado 35, e a organização se molda ao nosso estilo", diz. "Mas se voltasse atrás, teria saído antes."

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Uma troca abrupta tende a colocar a empresa em dificuldades. Ele cita o exemplo da TAM, que sofreu uma mudança inesperada com a morte do presidente, e teve sete dirigentes de 2001 a 2015. A Usiminas, entre outros problemas, viu passar cinco executivos, de 2008 a 2015.

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Não fazer sombra ao sucessor é uma arte. O ímpeto de agir e contrariar quem chega é grande. "Quando o fundador interfere, pode jogar fora todo o trabalho. O novo fica inseguro, perde autoridade. O papel do mais experiente é estimular." Mesmo ao discordar, recomenda não se pronunciar.

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Quem chega muda tudo, quem sai deseja que tudo permaneça como está. Esse embate é uma questão difícil de gerir, e ambos os executivos devem ter intuição. Por isso, é preciso tomar ainda mais cuidado quando o fundador permanece na empresa, para ele não interferir.

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Delegar aos poucos as funções de presidente foi uma das formas encontradas na fundação. "Ao longo de um ano, a cada três meses, nós passávamos 25%, 50%, 75% das atribuições ao sucessor. Quando assumiu todas as demandas, ele estava habituado", conta Almeida.

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Deixe... O Brasil fechou o mês de julho com 42,6 milhões de linhas de telefone fixo, segundo a Anatel (do setor).

...seu recado A densidade do serviço -número de acessos para cada cem habitantes- foi de 20,7 no período.

Arrendados O comércio de veículos por leasing foi 2% do total até junho. Em 2008, início da série, era 38%, relata a Anef.

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Hora do café

Tiago Recchia/Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 25.set.2016
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com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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