Folha de S. Paulo


Vendas do Brasil aos demais países do G20 caem R$ 5,3 bi de janeiro a agosto

As exportações do Brasil ao G20 caíram US$ 1,63 bilhão (R$ 5,3 bilhões) no acumulado deste ano até agosto, em relação ao mesmo período de 2015, segundo o Mdic (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

O encontro do grupo de nações, que terminou no último dia 5, na China, marcou a primeira viagem internacional de Michel Temer desde o fim de sua interinidade.

Na média, essa queda corresponde a 3%, mas foi expressiva em alguns países, como Índia (24,3%) e Rússia (14,4%), sobretudo impactada por petróleo e carne.

"A tendência do comércio mundial nos primeiros meses deste ano é de queda, bastante influenciada pelas commodities", avalia Lia Valls, especialista em comércio exterior da Fundação Getulio Vargas.

O resultado negativo é um reflexo da baixa dos preços internacionais, diz. "Em volume, os principais produtos de baixo valor agregado até cresceram no período, 8,5%, mas perderam 14% em dólar."

No outro extremo, as exportações para a Coreia do Sul e o Canadá tiveram aumentos de cerca de 9%.

Entre os produtos mais vendidos estão soja e minérios.

"O Brasil tem buscado, aos poucos, sair da pauta de commodities. Ainda há um desconhecimento mútuo e potencial para compra e venda crescerem", segundo Paulo de Castro Reis, da câmara de comércio do Canadá.

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Terra sobre terra

A Integritate Real State, companhia de investimentos imobiliários, como prédios corporativos, vai aportar cerca de R$ 45 milhões em um sistema para tratar resíduos industriais.

O projeto será feito por meio da Pólo Saneamento, empresa que faz parte do grupo, e atenderá cidades do Vale do Paraíba (entre São Paulo e Rio de Janeiro).

Os investimentos serão em patentes, desenvolvimento e produção de tecnologia, explica Luis Davantel, sócio da empresa.

"Como os riscos ambientais de vazamento desses dejetos são crônicos, os aterros privados têm buscado cada vez mais soluções com um custo menor."

Os recursos virão de investidores estrangeiros, e a companhia prevê ganhar mercado com o avanço de PPPs (parcerias público-privados) para o trato do lixo.

"No setor imobiliário, estamos esperando o mercado se acomodar. Quem quer vender ainda pede valores de 2012, muito altos, e os negócios acabam travados."

50
aterros receberão o sistema

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Andar com fé eu vou

A confiança do consumidor paulistano aumentou 25,1% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a FecomercioSP.

Trata-se da quarta alta anual consecutiva do indicador, que passou a ficar positivo em junho deste ano -até então, vinha em queda desde janeiro de 2013.

Em relação a agosto, a confiança teve aumento de 7%.

A evolução do resultado, porém, ainda é puxada pelo otimismo dos consumidores, e não por sua situação econômica atual, afirma Fabio Pina, da entidade.

O indicador que avalia a expectativa dos paulistanos subiu 35,5%, enquanto o que analisa as condições atuais segue em retração de 1,9%, na comparação com 2015.

"O índice presente deverá evoluir de fato só no fim do ano, caso as reformas prometidas pelo governo sejam ao menos encaminhadas", diz.

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Caminhão de mudança

São Paulo teve a menor retração do preço de aluguel entre quatro das maiores regiões metropolitanas do país em julho, de 2,2%, na comparação com igual mês de 2015. Os dados são dos Secovis (do setor) de cada um dos Estados.

"Até dezembro deverá se perceber essa tendência de queda, mesmo que a economia melhore. A reação do mercado imobiliário é lenta", diz Mark Turnbull, do Secovi-SP.

No Rio de Janeiro, os contratos assinados no mês foram, média, de R$ 36, 10,4% mais baratos que no ano passado.

Os preços de aluguel em Porto Alegre caíram 4,4%,e o número de imóveis disponíveis aumentou 38,5%.

No Distrito Federal, a baixa nos valores foi de 2,5%.

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Estou só... A maioria (55%) dos frequentadores de shopping centers têm como objetivo utilizar serviços de alimentação e cinema, ou apenas olhar vitrines, aponta a Abrasce, entidade do setor.

...olhando Trata-se de uma tendência que cresceu nos últimos anos. Além disso, o público ficou mais jovem: aqueles com menos de 19 anos, que em 2012 representavam 10%, hoje são 18% do total.

De fora As importadoras de bens de consumo faturaram, em média, 50% menos no primeiro semestre deste ano, em relação a 2015, afirma o presidente da Abcon (entidade do setor), Gustavo Dedivitis.

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Tiago Recchia/Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 12.set.2016
Charge Mercado Aberto de 12.set.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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