Folha de S. Paulo


Exportação para todos os países do Mercosul cai de janeiro a julho

As vendas brasileiras aos países do Mercosul caíram 13,9%, de janeiro a julho deste ano, em relação ao mesmo período de 2015 -uma retração de US$ 1,7 bilhão (R$ 5,5 bilhões), segundo o Mdic.

As exportações destinadas à Venezuela foram as que tiveram maiores perdas, de 62,6%. Em grave crise, o país deixou de comprar principalmente carne de boi e aves.

"A Venezuela esteve entre os cinco principais destinos do frango nacional. Com a baixa do petróleo, os negócios despencaram, e muita empresa ficou sem receber", lembra Francisco Turra, da ABPA (de proteína animal).

O MERCADO MORA AO LADO - Exportações ao Mercosul, em US$ bilhões

O setor deixou de contar com o mercado venezuelano para crescer, sobretudo em Estados brasileiros que dependem desses produtos, diz.

Quase metade das perdas do exportador gaúcho pode ser atribuída à Venezuela e à Rússia, que cortaram a compra de carne, diz Heitor José Müller, da Fiergs (das indústrias do Rio Grande do Sul).

O comércio com todas as economias do bloco piorou no período. Na Argentina, segunda grande sócia do Mercosul, a retração foi de 1,8%, amortecida pelo resultado positivo do setor automobilístico.

"As commodities passam por um ciclo ruim, e esses países estão com menos recursos para comprar do Brasil. O Paraguai se sai melhor, tem flexibilizado impostos e atraído investimentos", diz Lia Valls, da Fundação Getulio Vargas.

A troca com a Argentina deverá crescer, mas dependerá do câmbio, diz José Augusto de Castro, da AEB (associação de comércio exterior). "O real se valoriza, e o peso argentino cai. É preciso uma política que olhe para os vizinhos."

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Concessionárias privadas de água vendem volume igual ao pré-crise

As empresas privadas que têm contratos para fornecer água vendem volumes nos mesmos patamares daqueles anteriores à crise hídrica, segundo o Sindcon (sindicato de concessionárias privadas).

No auge do perigo da falta de água, que foi tema de cobertura e propaganda intensas, houve redução de consumo até mesmo em regiões que não corriam risco de vir a enfrentar o problema.

"Naquele período, as campanhas afetaram o consumo, mas isso foi transitório e foi superado", diz Alexandre Lopes, presidente do Sindcon.

As concessionárias privadas têm somente cerca de 5% do total da distribuição de água no país.

Na Sabesp, o consumo aumentou no último mês, mas, hoje, aproximadamente seis meses depois do fim da crise hídrica, ele é 31% menor do que em janeiro de 2014, considerado o início da escassez de água.

Seria prematuro afirmar que esse é um novo patamar de uso de água, afirma Samanta Souza, gerente de relacionamento da Sabesp.

"Os clientes têm um olhar mais consciente, mas para avaliarmos, precisamos de um ano inteiro, já que o consumo é sazonal, de acordo com a temperatura."

Consumo médio de água por cliente da Sabesp, em m³ - Extremos por bairro

PLANETA ÁGUA - Consumo médio de água por cliente da Sabesp, em m³

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Zona de circulação

A construtora Vitacon vai aportar R$ 101 milhões neste semestre em dois novos empreendimentos na zona sul da capital paulista.

"Nós temos investido em condomínios nas imediações de estações do Metrô", diz Alexandre Lafer Frankel, presidente da empresa.

Os edifícios têm previsão de lançamento de setembro a novembro e devem ficar prontos em três anos, diz.

Neste segundo semestre, as vendas tendem a aumentar após o desfecho da crise política e com a alta da confiança, avalia o executivo.

"A demanda por imóveis não diminuiu com a crise, o consumidor só reviu o momento de fechar negócio."

30 PROJETOS
foram entregues pela empresa

R$ 400 MIL
é o tíquete médio dos imóveis

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Ainda sem terraplenagem

A construtora Setin deverá investir cerca de R$ 25 milhões até o fim deste ano na compra de terrenos, segundo o presidente da empresa, Antonio Setin.

"Temos conseguido negociar áreas em condições excepcionais. O foco para os próximos lançamentos serão plantas residenciais voltadas a famílias, com dois e três dormitórios", afirma.

A empresa não sabe quando começará a construir nos espaços que serão adquiridos. No próximo mês, a construtora lançará seu segundo empreendimento deste ano -e que deverá ser o último.

"O estoque de imóveis ainda está acima do ideal, e a velocidade de venda não dá conta de novos projetos", diz o empresário.

R$ 200 milhões
foi o investimento nos dois lançamentos de 2016

7
são os municípios em que a Setin está presente

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Pequenas inovações

A CNI e o Sebrae vão investir R$ 13,3 milhões para estimular a inovação em micro e pequenas empresas de 25 Estados do país.

Serão selecionadas 555 companhias que receberão cerca de cem horas de consultoria para apoiar o desenvolvimento de novos projetos.

O programa vai incluir empresas de 28 setores, da agricultura à biotecnologia.

"O critério será o maior potencial de inovação as companhias", afirma a diretora da confederação industrial Gianna Sagazio.

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