Folha de S. Paulo


Mesmo com queda de 19%, indústria eletrônica vê sinais de recuperação

Apesar de sofrer uma queda de 19,3% no primeiro semestre deste ano na comparação com 2015, a produção de eletroeletrônicos começa a se recuperar, apontam dados da Abinee, que representa empresas do setor.

Em junho, as fabricantes tiveram um aumento de 1,3%, a quarta alta mensal consecutiva da indústria.

Ainda assim, não foi o suficiente para reverter o tombo do primeiro trimestre, uma redução de 26,8% em relação ao ano passado.

O segmento de eletrônicos teve o pior desempenho e produziu 26,9% menos no primeiro semestre -nos primeiros três meses, a queda havia sido de 35%. Entre as fabricantes de elétricos, a redução foi de 13,2% no semestre.

DE PEÇA EM PEÇA... - Produção da indústria eletroeletrônica

Na segunda metade do ano, o setor deverá atingir o mesmo nível de produção de 2015, avalia o presidente da associação, Humberto Barbato.

"Os empresários já começaram a perceber o crescimento das vendas, e o segundo semestre é o período mais forte, pois é quando o varejo faz seus pedidos para o fim do ano."

Apesar do maior otimismo, o setor não espera uma recuperação total ainda em 2016.

Em 2015, a indústria como um todo produziu 23,5% menos que no ano anterior.

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Empréstimo com imóvel de garantia cresce durante a crise

A restrição nas linhas convencionais de crédito por conta da crise tem feito aumentar a procura por empréstimos com garantia de imóvel, modalidade também chamada de refinanciamento.

As taxas de juros desses empréstimos costumam variar de 1% a 2% ao mês.

Na UCI, de crédito imobiliário, as transações desse tipo dobraram no primeiro semestre, em comparação a 2015.

"Os primeiros clientes que vinham saber do produto eram os que estavam em uma situação financeira delicada. Agora, nos procura quem quer abrir um negócio e pode se endividar", diz Luis Felipe Carchedi, da UCI Brasil.

A companhia, que opera nos três Estados da região Sul, em São Paulo, Rio, Brasília e Goiás, deve abrir postos no interior paulista e paranaense neste semestre.

"Muitos clientes não conhecem o produto. Como o imóvel é a garantia, a inadimplência é menor. A estimativa é que ele cresça 27% neste ano", diz Jeyson Cordeiro, da Caixa.

No Santander, a expectativa é que os refinanciamentos aumentem, mesmo após a retomada da economia, avalia Rodrigo Monteiro de Barros, superintendente-executivo.

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Malha mineira

A Codemig (empresa estatal de desenvolvimento do Estado de Minas Gerais) investirá R$ 26 milhões em subsídios a passagens de avião para cidades que, hoje, não recebem voos comerciais.

Em média, o preço de cada trecho seria de R$ 450. Com o subsídio, cai para R$ 300.

A ideia é fortalecer a aviação regional. Foi feito um contrato com a Two Taxi Aéreo, que vai operar voos que partirão de Belo Horizonte para 12 cidades, como Diamantina e São João Del Rei.

São todos municípios que já receberam aviões comerciais, mas cujas linhas foram suspensas por falta de público, diz Fernanda Machado, diretora da empresa estatal.

"As aeronaves comerciais precisavam de 45 passageiros para que o voo se pagasse. Esses são aviões de 11 lugares, que não precisam de tanta demanda assim", diz. O programa é um teste. Depois de 12 meses, será reavaliado.

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Cortes de bisturi

Os hospitais privados cortaram 21,7% de seus postos de trabalho no primeiro semestre deste ano. As demissões são uma das medidas para manter a receita do setor, que cresceu 1,5% no período, já descontada a inflação.

O faturamento do semestre fechou em R$ 12,6 bilhões, apontam dados da Anahp, que representa as empresas.

O baixo crescimento se deve à redução dos beneficiários de planos de saúde, somada ao aumento de custos do setor, afirma o presidente da entidade, Francisco Balestrin.

A receita ainda se mantém porque os hospitais enxugaram gastos -o que implica cortes de pessoal. Em 2015, a despesa com funcionários (contratados e terceiros) representou 54% do gasto total das companhias.

Além disso, as empresas têm freado seus investimentos, segundo Balestrin. "Os aportes previstos para 2016 foram postergados."

A associação projeta que o faturamento dos hospitais tenha uma alta real de 4,2% no acumulado deste ano.

Funcionários -

faturamento - Em R$ bilhões*

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Em obras A Vegus, construtora e incorporadora que atua em Guarulhos (SP), vai investir R$ 22 milhões até o fim deste ano para lançar um novo empreendimento na cidade. A previsão para finalizar a obra é de dois anos.

Ganhando em euros O desemprego ajustado sazonalmente nos países da zona do euro fechou junho em 10,1%, segundo a Eurostat (agência de estatísticas do bloco). Esse é o melhor resultado para a região desde julho de 2011.

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com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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