Folha de S. Paulo


Supermercados se abastecem com uma frequência menor

Com uma queda da demanda neste ano, os pequenos supermercados diminuíram a frequência de pedidos aos seus fornecedores, mostra o Sincovaga (sindicato das empresas do setor).

No ano passado, a maioria absoluta (52%) dos comerciantes realizava compras quatro vezes por mês. Em 2016, é uma minoria (10,7%) que ainda se abastece com essa mesma periodicidade.

Hoje, cerca de 40% desses empresários fazem pedidos duas vezes ao mês, e 14%, uma única vez.

A mudança é uma resposta ao comportamento do consumidor, diz Álvaro Furtado, presidente do sindicato.

No passado, o movimento nos corredores fazia com que fosse preciso repor os produtos semanalmente, mas, agora, a situação é diferente, segundo ele.

"A grande preocupação é diminuir ao máximo o estoque. Mercadoria parada é prejuízo certo, porque há perecimento do que não escoa."

Outra medida de adaptação foi trocar o tipo de produto nas prateleiras: 71,4% fizeram isso, especialmente por alternativas mais baratas. Os gêneros alimentícios foram a categoria com mais mudanças, mostra a pesquisa.

Nas prateleiras, as embalagens mais econômicas têm feito sucesso, afirma Nelson Barbosa, do Barbosa Supermercados, rede de 31 unidades em São Paulo.

"Os líderes de produtos de limpeza, por exemplo, passaram a ser os que vêm em refil. O amaciante diluível é o que mais vende hoje."

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Eólicas puxam crédito de banco regional no Rio Grande do Sul

O crédito aos gaúchos concedido pelo no BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) subiu 53% no primeiro semestre deste ano em comparação a 2015, já considerada a inflação.

O resultado foi puxado por aportes em projetos de energia eólica, diz Odacir Klein, presidente da instituição. "Tivemos financiamentos de R$ 145 milhões em Santa Vitória do Palmar e Chuí. Não falta demanda por crédito."

O banco opera com recursos do BNDES e da Finep (de fomento à ciência, tecnologia e inovação), entre outras instituições, e tem caixa próprio.

A entidade, que tem agências nos três Estados da região Sul do país, financiou R$ 1,84 bilhão de janeiro a junho, queda de 8,4% em relação a igual período de 2015.

Um ano antes, o banco havia contratado R$ 2,01 bilhões, e o Paraná era responsável por um volume maior que as somas de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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A Petz, que vende produtos para animais de estimação, vai investir R$ 30 milhões até o fim deste ano.

A varejista iniciou 2016 com 34 unidades, inaugurou três lojas no primeiro semestre e planeja abrir nove agora, no segundo.

A crise fez surgir boas oportunidades imobiliárias, e a marca se expandiu para regiões valorizadas que antes estavam fora dos planos, diz o presidente, Sergio Zimerman.

"Em Belo Horizonte, conseguimos um ponto onde funcionou uma concessionária de veículos por 30 anos; em Curitiba, onde ficava um supermercado."

A próxima abertura será na zona oeste de São Paulo.

"Pelo perfil dos clientes, mais específico, a crise tende a nos afetar menos. O nosso público tende a sair de casa só para comprar produtos para o bichinho."

A empresa descarta, por hora, oferecer um sistema de franquias. "Como não temos produtos próprios e compramos da indústria, a margem é menor", diz.

1.600
é o número de funcionários

25%
é a previsão de crescimento
da rede para este ano,
sem contar a inflação

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Sem lenço, sem documento

Aumentou a venda de remédios que podem ser comercializados sem receita médica. Nos últimos 12 meses, ela foi 2,6% maior do que no ano de 2015 fechado, aponta o Sindusfarma, sindicato das maiores empresas do setor.

Na quarta-feira (3) saiu no Diário Oficial uma regra da Anvisa (agência de vigilância sanitária) que altera os critérios para a venda de medicamentos isentos de receita.

Remédios considerados de baixo risco que estão no mercado há pelo menos dez anos, como os que combatem azia, serão vendidos livremente.

A indústria pede alterações desde 2009, diz Nelson Mussolini, do sindicato.

A consequência que as novas regras terão no mercado não será grande -as pessoas não vão comprar mais pela facilidade de acesso, afirma.

"Pode haver um impacto pequeno, porque a propaganda fica mais livre. Pelo mesmo motivo, as empresas que investirem mais em marketing vão ganhar uma fatia maior de vendas."

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Feito sob... O Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP vai investir R$ 7,8 milhões para a criar uma nova tecnologia de próteses ortopédicas, que serão feitas a partir das dimensões do corpo do paciente, para facilitar a adaptação.

...medida Os recursos virão, além do instituto, da Fapesp (fundação paulista de pesquisa), da Embrapii (empresa nacional de inovação) e da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. O prazo do projeto é de 42 meses.

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Hora do café

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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