Folha de S. Paulo


Compra de moedas estrangeiras em espécie recua 24,4% no 1º semestre

A compra pelos brasileiros de moedas estrangeiras em espécie caiu 24,4% no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

As aquisições de divisas de outros países, de janeiro a junho, somaram US$ 2,85 bilhões (R$ 9,31 bilhões), contra US$ 3,77 bilhões (R$ 12,3 bilhões) em 2015, segundo dados do Banco Central.

"As compras subiram em junho, por causa das férias, mas o primeiro semestre de 2016 nem se comparou aos de anos anteriores, sobretudo devido aos dois primeiros meses deste ano", diz Reginaldo Galhardo, da Abracam (das corretoras de câmbio).

A variação cambial, o adiamento de viagens e a menor renda do consumidor, que o impede de fazer reservas em dólar, estão entre as principais razões apontadas pelo executivo para a retração.

"Hoje, o cliente tem aproveitado as janelas de queda de preço do dólar para comprar moeda. Há um ano, a maioria pensava no câmbio só às vésperas da viagem", diz Hélio Ozaki, do Bonsucesso.

Nas aquisições feitas com cartões pré-pagos, a queda foi ainda mais expressiva que nas transações em espécie -de 38% no mesmo período. O produto, porém, tem peso menor, de US$ 184 milhões (R$ 600 milhões).

A previsão da Abracam é que, neste semestre, com a maior estabilidade política e econômica, a procura dos brasileiros por câmbio aumente e que o mercado se aqueça a partir da Olimpíada.

DÓLAR FURADO - Compra de moeda estrangeira em espécie (US$ milhões)

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Remédio anticrise

A venda de genéricos teve alta anual de 14,3% no primeiro semestre –resultado acima do mercado total de medicamentos, que avançou 6,1%, porém abaixo do desempenho de anos anteriores, quando as taxas foram acima de 20%.

Foram comercializadas 534,6 milhões unidades, contra 467,7 milhões no mesmo período de 2015, apontam dados do IMS Health compilados pela Progenéricos, que representa as fabricantes dos medicamentos.

"O Brasil ainda não é um mercado maduro para o setor, há espaço para crescimento, mas tem se estabilizado", afirma Telma Salles, presidente da associação.

A crise, porém, tem beneficiado as vendas, segundo ela. "As pessoas tendem a substituir mais."

Em junho, os genéricos chegaram a 30,7% do total de remédios vendidos, três pontos percentuais a mais que no ano passado.

Em termos de faturamento, porém, a expansão do setor foi menor: a receita nominal subiu 8,7%. No mercado como um todo, o avanço foi de 11,96% –a inflação no período foi de 4,4%.

SEM PATENTE - Venda de medicamentos no 1° semestre

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Voltar a crescer

O índice de expansão do comércio paulista, que avalia a intenção dos empresários de fazer investimentos e contratações, teve em julho seu primeiro aumento anual desde janeiro de 2014, segundo a FecomercioSP.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve uma alta de 5,2%. Na comparação com o mês anterior, o crescimento foi de 7,1%.

"A base de comparação de 2015 é baixa, mas esse crescimento mostra uma tendência de retomada da confiança do mercado", afirma Guilherme Dietze, da entidade.

O aumento do indicador foi puxado pela intenção de contratar novos funcionários, que avançou 16,5% na comparação com o ano passado.

O faturamento do varejo ainda deve demorar mais para voltar a crescer, segundo Dietze, mas a federação já revisou para cima suas projeções para 2016: em lugar de uma queda de 5% do setor, a perspectiva é de estabilidade.

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76 mil

foram as vagas do varejo cortadas em 12 meses

3,5%

dos postos foram eliminados

16 mil

vendedores e demonstradores de loja foram demitidos

5%

dos cortes foram em Osasco

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Dança imobiliária

A demanda por escritórios de alto padrão na cidade de São Paulo subiu 15% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o primeiro, aponta a consultoria Colliers.

Houve um reequilíbrio de preços de escritórios de diferentes classificações, segundo Ricardo Betancourt, presidente da consultoria.

Os espaços recém-lançados são geralmente de alto padrão. Com isso, há um aumento da oferta desse tipo de imóvel, e o preço médio do metro quadrado cai.

Os inquilinos de prédios da classe B, então, se mudam para outros, melhores, pois os aluguéis se aproximaram.

"Daqui para frente, duas coisas vão mudar a curva. Será entregue uma quantidade menor de novos imóveis, e, esperamos, a economia vai melhorar", diz ele.

Os proprietários de prédios corporativos de classe B devem reagir com uma nova diminuição de seus preços, afirma Eduardo Cardinali, diretor da Newmark.

"Houve migração do B para o A. Isso criou um estoque de escritórios desse padrão."

A CURVA MEXEU - Preço do metro quadrado corporativo (em R$)

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De olho nos jogos

O Hospital de Olhos Paulista vai prestar atendimento oftalmológico aos atletas olímpicos sem receber remuneração -em troca, terá permissão para divulgar o serviço, o que é proibido a outros fornecedores com contrato.

"Fizemos uma proposta de pagamento, mas o comitê nos ofereceu essa autorização. O objetivo é fortalecer a marca", diz o sócio Willian Fidelix.

A empresa ainda prevê gastar R$ 3 milhões no serviço.

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com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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