Folha de S. Paulo


Concessionárias querem mudar os contratos firmados entre 2013 e 2014

O plano do governo interino de viabilizar concessões para impulsionar a economia a partir de contratos novos e já assinados pode esbarrar em dificuldades.

Empresas que venceram a última rodada de concessões de rodovias federais, entre 2013 e 2014, alegam que acordos com a União precisam ser readequados, pois as condições econômicas mudaram.

Elas formaram um grupo que se denomina "Concessionárias Pós-2013".

São seis trechos de estradas, em Estados como Mato Grosso, Minas e Espírito Santo. Cinco são da última rodada, e um, da penúltima.

ÚLTIMA RODADA - Concessões cujos contratos podem ser rediscutidos

As concessionárias ainda discutem quais as propostas que devem levar ao governo. As conversas acontecem na ABCR, a associação do setor. Ainda não há consenso sobre que soluções vão propor.

Fala-se em revisão de prazos de investimentos nas rodovias, especialmente das duplicações, segundo executivos de três empresas.

Também se aventa a possibilidade da exclusão de algumas das obrigações de implementar melhorias previstas nos contratos.

Outra ideia é alongar os períodos das concessões, o que não terá impacto mais imediato nos projetos.

Além disso, as empresas querem que o licenciamento ambiental passe a valer para a rodovia inteira –hoje, ele é concedido por trechos, o que onera as construções.

-

Asfalto selvagem

A queda da economia, com um tráfego menor nas estradas, impacta os negócios das concessionárias, afirma Flavio Freitas, diretor de desenvolvimento da ABCR (associação do setor).

Freitas menciona outros problemas, como acréscimo de custos regulados (o material asfáltico) e demora de licenciamento ambiental.

Empresários também reclamam que o BNDES havia prometido financiamento de até 70%, mas que, agora, se compromete com 40%..

-

Petrobras inicia exportação de energia elétrica à Argentina

A Petrobras iniciou neste mês a exportação de energia elétrica à Argentina, em contrato que vai até 2018 -o valor não foi revelado.

A transação será operacionalizada pela empresa Tradener, que vai comprar a energia no Brasil -da Petrobras e de outros fornecedores- e exportar à Argentina.

A empresa espera ganhar tanto com as vendas diretas ao país quanto com a comercialização de gás para usinas de terceiros que também integram o acordo.

No primeiro envio, realizado na última terça-feira (5), a Petrobras participou com 213 MW médios.

Até agosto, deverão ser exportados 860 MW médios -o equivalente ao atendimento de uma cidade brasileira de 500 mil habitantes.

A energia virá de usinas termelétricas a gás natural da empresa, que hoje têm sobras de energia devido à queda do consumo no país e à melhora do nível dos reservatórios das hidrelétricas.

O envio direto de energia à Argentina já é previsto em casos de necessidade ou emergência, mas, com o atual excedente no Brasil, o governo discute propostas de acordos comerciais com o vizinho.

-

Menos encorpado

As vendas de vinhos e espumantes nacionais caíram 6,3% nos primeiros cinco meses deste ano, na comparação com igual período de 2015, segundo a Ibravin, que representa o setor.

A quebra da safra de uva no Sul do país -uma redução de 57% em relação ao ano passado- e o aumento de impostos no fim de 2015 são apontados como os principais motivos da retração.

"Com a alta do IPI e do ICMS em muitos Estados, a participação dos tributos no preço final subiu de 56% para 77%", diz o presidente da entidade, Dirceu Scottá. O imposto federal, antes de R$ 0,73 por garrafa, passou a representar 10% do valor da unidade.

Até 2015, o mercado resistia à crise, e as vendas subiram 1,68% em relação a 2014.

"A alta do dólar teve um impacto positivo no primeiro momento, mas, com a alta da tributação, perdemos a competitividade conquistada."

TAÇA MEIO VAZIA - Mercado de vinhos no Brasil, de janeiro a maio, em milhões de litros

-

Um gole a menos

A colheita da vinícola Salton, no Rio Grande do Sul, caiu de cerca de 15 milhões de quilos para 6 milhões neste ano, diz a diretora-executiva, Luciana Salton.

"Os estoques, que antes eram um problema, acabaram por ser uma salvação."

A companhia deverá encolher sua linha, com 60 tipos de vinhos e espumantes, por falta de matéria-prima.

Outra solução foi lançar um produto feito com uvas malbec da Argentina. "É a nossa primeira importação, serão 40 mil caixas."

Apesar dos entraves do setor, as vendas da marca no primeiro semestre ficaram estáveis, diz Salton.

R$ 338 milhões

faturou a Salton em 2015

-

Não vou chamar o síndico

Em um ano, as ações judiciais por falta de pagamento de condomínio caíram 86,8%. Em maio, foram ajuizadas 109 processos contra os 825 protocolados no mesmo mês do ano passado, segundo o Secovi-SP (entidade do setor).

Os acordos extrajudiciais contribuíram para a redução das ações, diz Hubert Gebara, do Secovi. "O inadimplente prefere negociar e pagar parcelado. Para o condomínio, é melhor receber dessa forma que entrar na Justiça."

A retração também foi significativa no acumulado deste ano. De janeiro a maio, foram ajuizadas 1.764 ações -uma queda de 59,2% em relação a igual período de 2015.

BOLETO ATRASADO - Ações por falta de pagamento de condomínio

-

Caixa... O comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a perder postos de trabalho. Em maio, foram 3.730 empregos formais a menos. Os dados são da FecomercioSP.

...fechado É o pior resultado para maio desde 2007, e o setor havia perdido 10 mil vagas em abril. Para a entidade, porém, a desaceleração mostra que o cenário parou de piorar.

-

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


Endereço da página:

Links no texto: