Folha de S. Paulo


Produção de refrigerantes em latinha tem queda de 10% de janeiro a maio

A queda no consumo fora de casa afetou a produção de refrigerantes em lata nos cinco primeiros meses deste ano. De janeiro a maio, a baixa é de 10,4% na comparação com o mesmo período de 2015.

Os produtos enlatados sofreram mais no período que as embalagens PET, com queda de 2,5%, e as garrafas de vidro, que tiveram produção 6,2% menor, segundo dados do Sicobe (Sistema de Controle da Produção de Bebida).

"A insegurança e a falta de emprego têm feito as pessoas saírem menos. Se os bares e restaurantes perdem frequentadores, deixam de consumir nossos produtos", diz Igor Castro, da Abir (associação de refrigerantes).

Como a lata tem um valor agregado maior, o produto é um dos primeiros a serem revistos nas compras também nos supermercados, afirma.

A entidade estima que a produção em 2016 deverá ser negativa, após uma forte queda, de 5,9%, no ano passado.

Em 2014, houve alta de 1,6%, em parte pela Copa do Mundo, mas a Olimpíada do Rio não deverá ter esse efeito, segundo o executivo.

"O que a gente ouve é que as empresas seguram gastos, algumas cortaram 25% do pessoal e têm trabalhado com capacidade ociosa."

Na Coca-Cola, reconhece-se que a crise reduziu o consumo. Em nota, a empresa diz que espera uma recuperação da economia e mantém a previsão de investir R$ 14,1 bilhões no país de 2012 a 2016.

refrigerantes

*

Gole Menor

"Para as fabricantes de refrigerantes, o segundo semestre pode ser um pouco menos amargo, mas ainda é preciso segurar os gastos", diz Claudio Brüehmüeller, presidente da Marajá, sediada em Mato Grosso.

Na marca, os aportes deste ano servirão para manutenção, nada de lançar produtos ou aumentar os pontos de venda nacionais para além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

"Esse movimento pode ficar para outra oportunidade. O setor sofre menos que outros, mas depende muito de emprego e renda."

Rodrigo Capote - 5.set.2011/Folhapress
VARZEA GRANDE, MT, BRASIL, 05-09-2011, 16h: Claudio Bruehmuller, presidente da Maraja Refrigerantes em Varzea Grande, cidade vizinha a capital Cuiaba no Mato Grosso, posa para foto na expedicao da fabrica. (Foto: Rodrigo Capote/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO FOLHA*** ***ESPECIAL FOLHA***
Claudio Bruehmuller, presidente da marca de refrigerantes

*

Dinheiro Atracado

Encarregadas de administrar os portos públicos, as Companhias Docas não têm conseguido alocar os recursos disponíveis para aumentar a eficiência e modernizar a infraestrutura existente.

Entre 2000 e 2015, as estatais investiram R$ 4,3 bilhões, apenas 29,5% do orçamento no período, segundo a CNI (confederação da indústria).

No ano passado, as oito Companhias Docas investiram R$ 377 milhões, ou 46% dos recursos disponíveis.

A taxa maior de execução, porém, só ocorreu por causa da queda da verba destinada (R$ 820,5 milhões) -a mais baixa desde 2006, diz Wagner Cardoso, da entidade.

A exceção tem sido a Companhia Docas de São Paulo que, no ano passado, investiu 74,5% de seu orçamento. A Codeba (da Bahia), por sua vez, alocou só 10,4%.

"O terminal é privado, mas a administração do porto, não. Estamos atrasados. Não conseguimos receber navio-contêiner de dez mil TEUs (cada TEU equivale a um contêiner de vinte pés). E no mundo já tem de 18 mil TEUs."

docas

*

Investimento em Campo

Do fim de 2015 para cá, aumentou a disposição dos produtores agrícolas para investir, aponta a Fiesp, que faz levantamentos sobre o setor.

São elaboradas questões sobre intenção de aportes em infraestrutura, tecnologia, equipamentos e gestão de pessoas -o último item é o único que os empresários do agronegócio mostraram menos inclinação para investir.

"O setor pré-porteira, ou seja, da indústria de insumos, mostrou recuperação importante em relação à última sondagem", diz Antônio Carlos Costa, diretor do de agronegócios da Fiesp.

Dois fatores explicam a tendência. O primeiro é o aumento da confiança. Em 2015, o agronegócio cresceu, com 1,8%, mas os empresários sentiam incertezas na economia, o que diminuiu neste ano, segundo Costa.

Outro fator apontado é o crédito. "Não é ideal do ponto de vista histórico, mas voltou a sair, e a falta de financiamento preocupa menos."

*

União Instável

A possível saída do Reino Unido coloca em risco a viabilidade econômica da União Europeia, afirmam 70% dos entrevistados ouvidos neste ano pela consultoria Pew.

Mais da metade dos britânicos têm uma visão negativa do bloco, aponta a pesquisa. Nos últimos 12 anos, o índice caiu 12 pontos percentuais.

No dia 23 de junho, a população decidirá, em referendo, se quer permanecer ou sair da união de 28 países.

Os poloneses são os mais satisfeitos (72%), seguidos pelos húngaros (61%) e italianos (58%). Entre os mais desfavoráveis à presença do próprio país no bloco estão franceses (61%) e gregos (71%).

Europa

*

No país... Uma comitiva de 41 empresas brasileiras vai ser levada pela Apex, a agência de promoção de exportações, ao Peru entre os dias 11 e 13 de julho.

...do ceviche Na contramão do resto da América Latina, o país, que acabou de eleger o novo presidente, deve crescer 3,5% neste ano, na projeção do FMI.

*

Hora do Café

Lederly/Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 10.jun.2016
Charge Mercado Aberto de 10.jun.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


Endereço da página:

Links no texto: