Folha de S. Paulo


Seguro popular de autos deve ter novas regras até fim de junho

Em até um mês, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) deverá alterar as regras para o seguro popular de automóveis, afirma Roberto Westenberger, superintendente do órgão.

As mudanças e os esclarecimentos das regras definitivas estavam sendo muito aguardados pelo setor, que está em compasso de espera para lançar seus produtos.

Aprovado em março deste ano, o seguro, voltado a veículos com mais de cinco anos, deverá ser até 30% mais barato que o regular.

Uma das mudanças é a atual restrição ao uso de peças originais em reparos. Pela regra vigente, só podem ser usadas as vindas de empresas de desmonte -as seguradoras alegam que não há oferta para a demanda do mercado.

Novos itens também poderão ser usados, desde que certificados, diz Westenberger.

"Reconhecemos que não seria possível massificar o produto e depender de um estoque de peças de desmonte."

O mercado também pleiteava limitar o produto a veículos com mais de cinco anos.

O receio é que, em caso de acionamento do seguro e uso de peças recicladas, o cliente perca a garantia do veículo e se queixe às seguradoras.

A restrição não deverá constar no texto, mas a recomendação da agência é que as empresas não aceitem veículos que estejam dentro da garantia, diz o superintendente.

Para evitar problemas, será exigido que o cliente assine um documento no qual atesta estar ciente dos riscos.

Outra demanda é o uso de uma rede credenciada para o conserto -a possibilidade, no entanto, já é prevista no texto publicado. "De qualquer forma, vamos reforçar a autorização", afirma Westenberger.

As mudanças deverão ser feitas até o fim de junho.

ENTENDA AS REGRAS
Novo seguro popular para veículos

O que é?
Voltada a carros com mais de cinco anos, seguro popular permitirá o uso de peças usadas, oriundas de desmontagem, e prevê preços 30% menores que os regulares

Como deverão ficar as regras?
> Além de peças de desmontagem, deverão poder ser usados itens novos, desde que certificados
> Em caso de veículo novo, cliente deverá assinar termo em que alega estar ciente de risco de perda de garantia
> Seguradora poderá dar descontos a clientes que optarem por rede credenciada

20 milhões de veículos é a frota com mais de cinco anos no país

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Só pensam naquilo

A preocupação com o risco de corrupção ou suborno entre as empresas brasileiras aumentou mais do que a média global nos últimos dois anos, segundo uma pesquisa da consultoria e auditoria EY com 665 executivos.

Para 43% dos brasileiros, a atenção que foi dada a possíveis problemas derivados de corrupção cresceu nesse período, que coincide com a Operação Lava-Jato.

Entre os respondentes do do mundo inteiro, essa porcentagem foi de 17%.

Globalmente, o setor da economia no qual a preocupação das empresas com esse tipo de ameaça ganhou mais importância foi o de óleo e gás (52%), seguido de serviços financeiros (50%).

Executivos de indústrias são os que menos viram a atenção ser reforçada para combater e prevenir corrupção, com 35%.

O risco que mais preocupa os respondentes dos 16 países pesquisados foi o de ataque cibernético -32% disseram que cresceu.

pesquisa

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Mesa em casa

A quantidade de refeições fora do lar feitas por brasileiros diminuiu em 80 milhões do último trimestre de 2015 para o primeiro deste ano, apontam dados da consultoria Gouvêa de Souza.

A pesquisa, feita com 72 mil pessoas, ainda não possibilita comparações entre períodos iguais de anos diferentes porque acabou de completar 12 meses de levantamentos de informações.

A tendência nesse período foi de queda incessante -nos três primeiros meses deste ano, os brasileiros fizeram 190 milhões de refeições a menos do que no segundo trimestre do ano passado.

O número é relativizado por Eduardo Yamashita, diretor de inteligência da consultoria. "As quedas [de volume de refeições fora de casa] são expressivas, mas estão dentro de um universo de mais de 3 bilhões."

A porcentagem de pessoas que comem fora de casa não se alterou muito -é de cerca de 26%-, mas elas fazem isso com uma frequência menor, diz Yamashita.

Ele afirma que há mudanças significativas de escolhas de consumo. Os restaurantes por quilo estão entre os que perderam clientes. "No quilo, para pagar menos é preciso comer menos."

Os vendedores ambulantes de comida e as padarias ganharam participação de mercado no período.

refeicao

fora de casa

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Olhe... Os investidores vão apostar em um mercado financeiro em queda e se retrair, aponta uma pesquisa do Boston Consulting Group.

...para baixo O mercado de capitais é desanimador para 32% dos respondentes, o maior nível desde a crise financeira de 2009.

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Hora do Café

Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 29.mai.2016
Charge Mercado Aberto de 29.mai.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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