Folha de S. Paulo


Burocracia deixa país para trás em pesquisa farmacêutica, diz entidade

O excesso de burocracia pode deixar o Brasil de fora de ao menos 58 pesquisas clínicas internacionais, segundo levantamento da Interfarma (que representa o setor), que analisou projetos abertos nos últimos 12 meses.

Os estudos buscam soluções em campos como cardiologia, oncologia e diabetes.

Para ser aceito, o projeto deve ser aprovado pela Conep (de ética em pesquisa) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Antes, as empresas também precisam de aval de um dos CEPs (Comitês de Ética em Pesquisa).

SALA DE ESPERA - Tempo médio para aprovação de pesquisas clínicas, em dias

"A demora na análise faz com que o país perca os prazos de ingresso nesses estudos. A pesquisa não espera o Brasil", diz Antônio Britto, presidente da entidade.

Em 2015, um estudo era avaliado em até 60 dias nos Estados Unidos, mas podia demorar cerca de 12 meses no Brasil, lembra a Interfarma.

"Da liberação burocrática até a efetiva abertura para incluir o primeiro paciente na pesquisa, a janela se fecha, e o doente é privado dessa tentativa", diz Charles Pádua, da SBOC (de Oncologia Clínica).

Em março, a Anvisa publicou norma regulatória para harmonizar o marco brasileiro com as normativas internacionais. "Atualmente os prazos para início da primeira manifestação são de cerca de cinco meses", diz a agência.

Hoje, tramita no Senado o projeto de lei 200/15, que prevê mecanismos mais ágeis para garantir as regras de condução de pesquisas, diz o oncologista Fábio Franke, da Aliança Pesquisa Clínica Brasil.

"Também temos de criar benefícios ao pesquisador", diz Marcus Bolivar, da SBC (de cardiologia). "Nos últimos anos, as farmacêuticas reduziram o repasse aos centros."

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CLASSE EXECUTIVA

A fabricante de aeronaves executivas Pacific Aerospace, com sede na Nova Zelândia, vai entrar neste semestre no mercado brasileiro.

"Mesmo com a crise, reconhecemos uma enorme demanda represada aqui", afirma Cássio Polli, diretor-presidente da empresa no país.

Fabio Braga/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 17-05-2016: O diretor-presidente no Brasil da Pacific Aerospace, Cassio Polli, 44. Foto para a coluna MERCADO ABERTO de Maria Cristina Frias. (Foto: Fabio Braga/Folhapress, MERCADO)***EXCLUSIVO***.
Cássio Polli, presidente no Brasil da fabricante de aeronaves

O agronegócio é um dos principais alvos da companhia, por ter sofrido menos com a crise até agora, e porque seus empresários transitam em áreas pouco atendidas por linhas comerciais.

O transporte aeromédico e o de cargas de alto valor, como as eletroeletrônicas e automobilísticas, também serão focos de atuação.

O Brasil será o primeiro mercado latino explorado pela empresa, que também enviará representantes à Argentina e ao México.

O investimento para a operação é cerca de R$ 21 milhões, na cotação de hoje.

60
são os países onde a empresa atua

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Tamanho...
A Secretaria Estadual da Habitação apresenta nesta quinta (19) os parâmetros da licitação da PPP da chamada Fazenda Albor. A área se estende por três municípios de São Paulo.

...metropolitana
Guarulhos, Itaquaquecetuba e Arujá receberão R$ 1,5 bilhão de investimento privado. Além de moradias para 40 mil pessoas, o projeto inclui comércio e indústrias leves.

Santo...
O Estado europeu com o maior consumo de vinho, de acordo com o Wine Institute, com sede na Califórnia, é a cidade do Vaticano, com total de 54,3 litros anuais por habitante.

...vinho
Logo em seguida na lista, aparece Andorra, com 46,3 litros/ano. A Croácia, a Eslovênia e a França completam os cinco principais mercados da bebida no continente.

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POR OUTROS MARES

A rede de restaurantes de frutos do mar Coco Bambu planeja investir R$ 96 milhões para abrir oito novas unidades, que deverão ficar prontas até fevereiro de 2017.

A maioria delas será em shoppings, que vão contribuir com parte do aporte "como incentivo para atrair o restaurante", afirma o proprietário, Afrânio Barreira.

Zanone Fraissat/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 16-05-2016 : Afranio Barreira (mais velho) e Ronald Aguiar, socios do coco Bambu, rede de restaurantes de frutos do mar. (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO FOLHA**** ORG XMIT: AGEN1605161426515694
Afrânio Barreira (sentado), proprietário da rede, e Ronald Aguiar, um dos sócios

Entre as oito novas unidades, uma será em Miami. "É um protótipo de nosso projeto de expansão nos Estados Unidos, para avaliar a receptividade lá fora."

No Brasil, a rede chegará a 19 cidades em 12 Estados, além do Distrito Federal.

As casas não perderam movimento com a crise, diz um dos sócios da companhia, Ronald Aguiar.

"Nossos pratos têm um alto valor agregado. Temos buscado negociar com os fornecedores para manter o custo-benefício e não perder público."

R$ 340 milhões
foi o faturamento em 2015; neste ano, a projeção é chegar a R$ 500 milhões

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HORA DO CAFÉ

Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 19.mai.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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