Folha de S. Paulo


PPPs de iluminação pública crescem 15 vezes em dois anos

O número de projetos de PPPs (Parcerias Público-Privadas) para iluminação pública aumentou mais de 15 vezes em dois anos. Em 2013, eram 3, no ano passado, chegaram a 47, segundo dados da consultoria Radar PPP. Neste ano, foram lançados 21.

A alta da procura pelas parcerias ocorreu, sobretudo, pela mudança de responsabilidade pela iluminação.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) determinou que os municípios se tornariam responsáveis pelo serviço a partir de 31 de dezembro de 2014. Antes, a atribuição era das concessionárias.

CAMINHO DA LUZ - Projetos de PPPs de iluminação pública

A primeira manifestação da Aneel sobre a mudança foi em 2010, tendo o prazo final de transferência dos ativos fixado em 31 de janeiro de 2014.

"Os projetos de iluminação também são mais fáceis de serem desenvolvidos pelas prefeituras que contratos nas áreas de saúde ou educação", lembra Rodrigo Reis, sócio da Radar PPP.

"Para o município é a chance de atrair empresas especializadas. Alguns se unem para fazer editais juntos", diz Lívia Amorim, do FGV/Ceri (de estudos de infraestrutura).

Para São Paulo, a expectativa é de abertura dos envelopes com as propostas das empresas na semana que vem e de início do contrato em agosto, diz Rodrigo Pirajá, da São Paulo Negócios.

Em Niterói (RJ), o edital para o setor foi lançado há cerca de 15 dias. "As PPPs, sobretudo nesse contexto de perdas fiscais que Estados e municípios enfrentam, ajudam a garantir investimentos em infraestrutura", diz Rodrigo Neves (PV), prefeito da cidade.

Belo Horizonte deve assinar o contrato de iluminação no próximo mês. "Esperamos economizar 45% com a renovação do sistema", diz Ricardo Simões, da PBH Ativos, que desenvolve projetos junto à iniciativa privada.

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ALÍVIO IMEDIATO

A rede de clínicas Dr. Agora investirá cerca de R$ 35 milhões em um projeto de expansão nos próximos anos. A meta é dobrar os atuais cinco pontos de atendimento até o fim de 2016.

O atendimento é para doenças de baixa complexidade, como gripe ou dor de garganta, diz o diretor-executivo, Guilherme Berardo. "Quem acordar com dor forte no peito não vou receber."

Eduardo Knapp/Folhapress
Guilherme Berardo, diretor-executivo da companhia
Guilherme Berardo, diretor-executivo da companhia

A ideia é uma réplica de modelo dos EUA no qual os pacientes são atendidos por enfermeiros, que podem receitar remédios.

Aqui, são médicos que diagnosticam e tratam os clientes. Outra diferença é que, na rede original, as clínicas ficam em farmácias. No Brasil, elas são em pontos de maior fluxo de pessoas -como o metrô da Sé.

Berardo diz esperar conquistar pacientes que, no passado, se medicavam em drogarias. "Há dez anos, pedia-se antibiótico no balcão. Isso, em São Paulo, não acontece mais, o que é bom para o meu negócio."

Parte do investimento veio de empresários com participação no negócio original americano.

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LATE MAIS ALTO

A Nestlé Purina, voltada ao mercado pet, deverá abrir uma nova fábrica no país até 2019 —a meta é dobrar a receita no Brasil em até cinco anos.

O local e o valor aportados não foram definidos, diz o diretor-presidente da empresa no país, Anderson Duarte."O desafio será ter um bom resultado em 2016, para suportar o plano de expansão."

Neste ano, a Nestlé também investe R$ 10 milhões para lançar no Brasil uma ração terapêutica para animais com problemas neurológicos.

Será o primeiro país a receber o produto, uma estratégia para fortalecer a marca em meio à crise econômica.

"O momento do país exige inovação. É o mercado mais concorrido do mundo, com quatro vezes mais marcas que nos Estados Unidos."

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DENTRO DE CASA

O número de brasileiros que temem perder o emprego em 2016 cresceu 14 pontos percentuais em três meses, indica pesquisa da Hello Research com 1.280 pessoas.

Em março passado, 50% dos entrevistados diziam temer serem demitidos. Em dezembro de 2015, eram 36%. "Isso é um sinal de que a falta de perspectiva de melhora diante da crise saiu do cenário macro e entrou na casa das pessoas", diz Dênis Bertoncello, sócio da empresa.

No fim do ano passado, 11% achavam que a vida seria pior em 2016. Em março, esse número chegou a 20%.

O índice de quem acha que a situação ficará melhor neste ano caiu de 47% para 39%.

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DETALHES CUSTAM CARO

A indústria química gasta até 12% a mais com matéria-prima por má gestão na compra de itens secundários –como peças de reposição e componentes usados em menores porções– aponta pesquisa da consultoria A.T. Kearney.

Para empresas de médio porte, essa despesa extra representa cerca de US$ 18 milhões (cerca de R$ 63 milhões). Nas grandes companhias, o valor pode ir até US$ 120 milhões (R$ 420 milhões, aproximadamente).

Por representarem a menor parte dos gastos –cerca de 20%– e serem itens fracionados, as empresas acabam negligenciando a negociação e a pesquisa de preços, explica o diretor da A.T. Kearney Edson Bouer.

"Para cortar gastos, uma opção é centralizar os fornecedores para negociar valores mais baixos e reduzir os gastos com logística."

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GASTOS ESCONDIDOS
Despesa da indústria química

80%
Materiais essenciais à produção, em geral presentes na fórmula final do produto

20%
Itens variados, usados no processo de fabricação ou em pequena quantidade

US$ 1 bilhão
é o gasto estimado de uma grande empresa com esse tipo de material

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De olho... A Symphony EYC, multinacional de soluções de big data para o varejo, começa a atuar no Brasil neste ano. O país será a base para expandir na América Latina.

...no cliente Especializada em supermercados e farmácias, a companhia projeta atingir faturamento de R$ 120 milhões em até três anos. A receita global é de cerca de US$ 2 bilhões.

Vem pra cá A Maringá Turismo e Eventos fará um encontro de 240 empresários americanos e brasileiros em Nova York, no próximo dia 18, para estimular negócios no Brasil.

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HORA DO CAFÉ

Editoria de Arte/Folhapress

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MÁRCIA SOMAN


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