Folha de S. Paulo


Venda e aplicação de vacinas em farmácia só terão regras em um mês

Dentro de, no máximo, um mês, a Anvisa deverá publicar uma nota técnica para deixar mais claras as regras que autorizam farmácias a vender e aplicar vacinas, segundo a agência reguladora.

A Abrafarma (associação do setor) diz não ter um cálculo para o mercado em potencial que poderá ser aberto com o novo texto, mas observa uma demanda reprimida no Brasil. A entidade contabiliza 70,4 mil farmácias no país.

"Sem dúvida, seria uma nova fronteira de negócios", afirma Sérgio Mena Barreto, presidente da entidade.

Uma portaria, de agosto de 2000, já prevê a vacinação em drogarias, mas, na prática, inviabiliza a atividade, pois as regras se contradizem com as leis de controle sanitário que regulamentam o setor, afirma Barreto.

"Uma das exigências é que haja um consultório médico no local, o que é proibido. É uma norma frágil, elaborada para clínicas particulares."

A entidade se queixa da lentidão para criar um texto específico à farmácias.

Segundo a Anvisa, é preciso garantir a qualidade do serviço em escala nacional.

O principal efeito da ampliação da atividade deverá ser a queda dos preços, afirma Barreto. No caso da vacina contra o vírus H1N1, clínicas com preços abusivos têm sido notificadas pelo Procon. "Quanto mais postos, maior a concorrência."

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PAÍS EM REESTRUTURAÇÃO

A recessão, que faz com que as consultorias de reestruturação recebam mais demanda, também compromete resultados de uma das principais empresas do segmento, a norte-americana Alvarez & Marsal.

A empresa tem duas variáveis para precificar seus serviços: a quantidade de consultores alocados e uma taxa que varia de acordo com o sucesso da operação.

O declínio do consumo dificulta o sucesso rápido dos negócios atendidos, o que compromete as receitas da consultoria.

Karime Xavier/Folhapress
Marcelo Gomes, diretor-executivo da consultoria
Marcelo Gomes, diretor-executivo da consultoria

A crise econômica é sistêmica, diz Marcelo Gomes, diretor-executivo no país.

"Faço parte do conselho de oito empresas, e em todas fazemos orçamentos de três em três meses, para mudar [de estratégia] rapidamente", afirma Gomes.

A alta do número de clientes fez a Alvarez & Marsal realocar a sede para a América Latina de Washington para São Paulo. "O volume é imenso, o Brasil inteiro está em reestruturação."

Entre as empresas que recebem os serviços estão OAS e Sete Brasil. Credores e outros interessados nos negócios também são atendidos.

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PASSO PARA O LESTE

A Capodarte, marca de alto padrão da calçadista Paquetá, vai expandir suas fronteiras para a China.

A entrada da empresa no mercado chinês se dá por uma parceria com a asiática Sun Fortune Enterprises. A expectativa é que sejam abertas três lojas no país até o fim deste ano. Em cinco anos, deverão ser 20.

"Há mais de um ano negociamos essa expansão com os chineses, mas faltavam alguns passos", diz o CEO Hermínio Freitas.

Theo Marques - 23.nov.2010/Folhapress
Hermínio Freitas, CEO da calçadista
Hermínio Freitas, CEO da calçadista

"Há um forte apelo por parte de clientes com alto poder aquisitivo no mercado chinês, que é atrativo pelo potencial de consumo."

O aporte para implantação de uma plataforma de e-commerce e o centro de distribuição é de US$ 3 milhões (R$ 10,7 milhões), com previsão de faturamento em quatro anos de até US$ 20 milhões (R$ 71,1 milhões).

500
são as lojas multimarcas que vendem os produtos no Brasil

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FIM DO REPRESAMENTO

Entre 2010 e 2015, a inflação do vestuário repassada ao consumidor foi 40 pontos percentuais menor que o aumento de preço das fábricas, revela pesquisa da FGV, encomendada pela Abvtex (associação do varejo têxtil).

A disparidade começou a se acentuar a partir de 2012, com a concorrência internacional de brasileiros que passaram a fazer suas compras no exterior, afirma o coordenador da FGV Projetos, Robson Gonçalves.

"As margens de lucro foram reduzidas, e o varejo ganhou produtividade", diz.

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Mas após um 2015 fraco para o setor, a expectativa é que o preço final do vestuário aumente, afirma o presidente da Abvtex, Edmundo Lima.

"O varejo não tem mais margem para segurar os preços como antes. Tentamos ao máximo evitar o aumento, para não haver uma queda nas vendas, mas a estação de inverno já terá repasses de custos maiores."

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Janela para... Após ter uma leve estabilização em fevereiro, o preço do aluguel residencial novo na cidade de São Paulo voltou a ter queda recorde no mês passado, de acordo com o Secovi-SP.

...alugar A baixa, em 12 meses, no valor dos contratos assinados em março foi de 4,13%, descontada a inflação -de 11,56%, no período. É a maior retração desde 2005, início da série histórica.

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Hora do Café

Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 19.abr.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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