Folha de S. Paulo


Perdas com petróleo passam de 50% em municípios do RJ, aponta entidade

A queda do preço do barril no mercado internacional e a estagnação no setor fizeram com que cidades petroleiras do Estado do Rio registrassem grandes perdas de receitas com royalties e participações especiais no ano passado.

Em Cabo Frio, a queda foi de 56% de 2014 para 2015. Em Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, de 53%, de acordo com dados da Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo).

"A mudança foi muito de repente, e as cidades estavam em uma zona de conforto", afirma Alberto Machado Neto, especialista da FGV no setor.

"O que se fez no Estado do Rio foi criar contas permanentes com receitas temporárias", diz Rodrigo Zeidan, economista da Fundação Dom Cabral. "Em geral, não foram criadas outras fontes de renda."

Em Rio das Ostras, por exemplo, os ganhos com royalties de janeiro a março deste ano foram de R$ 25 milhões -no mesmo período de 2015, eram de R$ 47 milhões.

"Ainda sofremos com a paralisia do mercado de construção, reflexo da crise", observa João Batista Gonçalves, secretário da Fazenda do município.

"Temos estimulado a atração de prestadoras de serviços do setor. Nosso foco se tornou as companhias de manutenção. Como a demanda é constante, essas empresas sofrem menos que as de prospecção."

oleo e gas

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Olá, mundo real

O fundo de investimentos A5 Capital Partners, que atuava exclusivamente com negócios na internet, vai passar a focar outras áreas da economia, como o setor imobiliário e as concessões de serviços públicos.

"No Brasil ainda não existe um ecossistema completo para essas empresas de internet", diz o sócio Paulo Humberg.

O fundo compra participações em empresas novas e vende as ações em um estágio mais avançado.

"Quando há crescimento econômico, os investidores se arriscam a entrar em negócios mais experimentais, mas no momento atual, isso não acontece", afirma o executivo.

Nos próximos anos, eles devem fazer investimentos da ordem de R$ 900 milhões em empresas que têm tecnologia, mas que atuam no mundo real, como gestão de iluminação pública.

Outro segmento que interessa é o de soluções para transações financeiras.

Fabio Braga/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 04-04-2016: O gestor e presidente do fundo de investimentos A5, Paulo Humberg. Foto para a coluna MERCADO ABERTO de Maria Cristina Frias. (Foto: Fabio Braga/Folhapress, MERCADO)***EXCLUSIVO***.
Paulo Humberg, sócio do fundo de investimentos

14 anos
É o tempo de existência do fundo A5

10 empresas
São os investimentos ativos; outras 8 já foram vendidas

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Ainda há luz

O consumo de energia no mercado livre, que envolve grandes consumidores, cresceu 0,47% em fevereiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2015, de acordo com a Comerc.

Apesar de o índice ser baixo, é a primeira taxa anual positiva desde outubro de 2014, diz o presidente da empresa, Cristopher Vlavianos.

"O aumento não é um sinal de recuperação, está ligado às temperaturas mais altas que as do ano passado, o que eleva consideravelmente o gasto de energia."

O segmento de siderurgia e metalurgia também puxou a alta, com consumo 13% maior que em 2015.

"A situação de algumas indústrias melhorou, mas o desempenho segue baixo."

Em relação ao mês anterior, o crescimento foi de 7,3%, devido ao período de férias coletivas em janeiro, o que reduziu a atividade da indústria.

luz

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Trajeto de risco

O número de acidentes entre a casa e o trabalho cresceu 46,2%, de 2007 a 2014, de acordo com levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

No mesmo período, a média nacional de ocorrências dentro dos domínios das empresas aumentou 7,8%.

"Do ponto de vista empresarial, já faz tempo que se criou uma consciência para evitar acidentes de trabalho, com aumento da segurança e uso de máquinas certificadas", diz Alexandre Furlan, presidente do conselho de relações de trabalho da CNI.

A entidade demanda junto ao governo que as ocorrências de percurso deixem de contar no FAP (fator de risco acidentário) da empresa.

"Se algo ocorrer no percurso, apesar de a empresa não poder prevenir, será outorgado como acidente de trabalho, com ampliação das alíquotas sobre a folha."

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Nem mãe salva

O número de trabalhadores temporários contratados para reforçar a demanda do Dia das Mães despencou 28%, aponta a Fenaserhtt (federação das empresas do setor).

São 23 mil pessoas que encontraram vagas, um volume menor que o de 2009 (não há dados anteriores). No ano passado, haviam sido 32 mil.

Entre os contratantes dos temporários, 2% têm intenção de efetivar. "Essa porcentagem chegou a 30%, quando a economia estava aquecida", diz Vander Morales, presidente da Fenaserhtt.

temporarios

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Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 5.abr.2016
Charge

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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