Folha de S. Paulo


Importação de bens de capital deve cair mais da metade até o fim de 2016

A compra de bens de capital do exterior neste ano deve cair mais de 50% em relação a 2015, quando já ocorreu uma retração de 26% em relação ao ano anterior, segundo a Abimei (associação do setor).
Em fevereiro, as importações desses itens -como máquinas e equipamentos utilizados na indústria e na agropecuária- somaram US$ 2,02 bilhões (R$ 7,2 bilhões).

É o valor mais baixo para importações do setor em um único mês desde fevereiro de 2009. A retração, em relação a janeiro, foi de cerca de 30%.

"Em 2009, a queda era um reflexo da crise nos Estados e na Europa. As máquinas chegam entre três e doze meses após a fabricação, então, a recessão de 2008 só se refletiu no Brasil mais tarde", lembra Paulo Castelo Branco, presidente da entidade.

Diferentemente de 2015, em que alguns itens de bens de capital registravam aumento, neste ano, todas as importações tiveram queda.

O desaquecimento da economia, refletido na alta ociosidade da indústria, também foi crucial para a queda das compras de maquinário.

"O empresário voltará a investir quando perceber que a demanda cresceu e que precisará adequar a produção", diz Branco, que também é executivo da Tecnopress, empresa de automação.

Em 2015, o setor perdeu 25% de seu faturamento, e a expectativa da Abimei é de queda idêntica neste ano.

Karime Xavier/Folhapress
Paulo Castelo Banco, presidente da Abimei

QUANDO OS JOGOS ACABAREM

Em comemoração ao centésimo contrato fechado para a Olimpíada, a GE (General Electric) vai doar dois projetos de infraestrutura à cidade do Rio de Janeiro. O desembolso da empresa é estimado em R$ 20 milhões.

O primeiro deles é a instalação de iluminação no bairro da Lapa e no aterro do Flamengo. O segundo visa a equipar o hospital Souza Aguiar com aparelhos como tomografia, raio-X digital e carrinhos de anestesia.

"Não tem ligação com contratos de serviços no futuro. Vai caber aos gerenciadores públicos trocá-los ou tomar qualquer outra decisão", diz Rafael Santana, presidente da GE para a América Latina.

A empresa já fez ações semelhantes em sedes olímpicas do passado, como Londres. Com os Jogos de 2012, ela faturou cerca de US$ 100 milhões. A expectativa é fechar mais de 125 contratos com a competição deste ano e ultrapassar esse valor.

Marcus Leoni/Folhapress
Rafael Santana, presidente da GE para a América Latina

MENOS TONER

A venda de impressoras caiu 24,2% no ano passado, em comparação a 2014. Foram comercializadas 2,5 milhões máquinas em 2015, segundo a consultoria IDC.

A queda na aquisição de impressoras a jato de tinta, usadas predominantemente em residências, foi maior que a registrada por máquinas a laser, comuns em escritórios.

A recessão econômica e a alta do dólar são explicações para a diminuição das vendas, afirma Diego Silva, analista da consultoria.

Uma maturidade desse mercado, que nos últimos anos cresceu com máquinas de baixos preços, também contribuiu para o resultado do ano passado, diz ele.

"O setor de laser deve passar por uma mudança no futuro, com aumento de oferta de serviços de impressão e menos vendas de máquinas."

É IMPRESSIONANTE - Queda nas vendas de impressoras, no total

NA LINHA

A empresa de capital espanhol Cymimasa pediu licença ao Ibama para construir uma linha de transmissão de energia de 240 quilômetros entre Quixadá (CE) e Assu (RN).

O investimento é da ordem de R$ 200 milhões.

"A previsão é que a licença de instalação saia em maio. Em seguida, iniciaremos a obra", diz a diretora da empresa Tatiana Vaccani.

A linha é uma obra para contemplar o potencial crescimento da energia eólica que predomina na região e, eventualmente, escoar parte da produção ao resto do país.

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HORA DO CAFÉ

Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 4.abr.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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