Folha de S. Paulo


Número de cirurgias plásticas pagas por plano mais que dobra em 5 anos

As operações plásticas no país custeadas por convênios médicos passaram de 87,2 mil, em 2009, para 189,4, em 2014 -um aumento 117% em cinco anos, segundo dados da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica).

É a primeira vez que esses procedimentos crescem mais que os particulares, que subiram 91% nesse período, de 397,2 mil para 757,7 mil.

Um dos principais motivos para a maior participação dos planos médicos, de acordo com a entidade, é a popularização das plásticas reparadoras, feitas para corrigir marcas deixadas por acidentes e doenças, como o câncer.

Atualmente, há cerca de 600 mil novos casos de câncer ao ano, pelos dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), e alguns tratamentos envolvem métodos invasivos.

"Quase todas as operações por convênio são reparadoras. O paciente está mais consciente e, em muitos casos, é orientado pelo oncologista", diz Luis Henrique Ishida, presidente regional da SBCP.

Em muitos casos, o tratamento do plano já prevê a operação reparadora.

"Como o convênio não pode negar esse procedimento ao contratante, os tratamentos para reparação, que eram 27% das cirurgias plásticas em todo o país em 2009, passaram para 40% em 2014."

Somadas, as intervenções por plano e as de pacientes particulares cresceram 95,5%.

"No futuro, a tendência é que os procedimentos não estéticos aumentem ainda mais. A repercussão que eles têm na qualidade de vida do paciente faz com que mais médicos os indiquem."

De cara nova - Número de cirurgias feitas, em mil

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Mercado de lavanderias tem queda de 11% nas receitas

O setor de lavanderias teve retração de 11% no faturamento em 2015, e espera repetir a taxa de queda neste ano.

Os segmentos industrial e de lavagem de uniformes de empresas tiveram o pior resultado, com baixa de 20%.

"São áreas muito afetadas pela alta do dólar, porque usam mais solventes importados", afirma José Carlos Larocca, presidente do Sindilav (sindicato do setor).

Para compensar as perdas, a Renova, de lavanderia industrial, passou a oferecer serviços hospitalares no fim de 2015. Trata-se do único segmento que não teve queda.

Em 2015, a empresa investiu R$ 10 milhões para criar o novo serviço no Rio Grande do Sul, e até 2020, serão aportados mais R$ 50 milhões para levá-lo ao Paraná, à Bahia e a Pernambuco.

"Fora de São Paulo, esse tipo de terceirização começa a ganhar força, vimos um potencial de crescimento", diz Joarez Venço, dono da rede.

Apesar do resultado estável, Larocca diz que as empresas do setor estão sufocadas. "A alta nos custos ainda não foi repassada, os preços estão muito defasados."

ROUPA SUJA - Desempenho do setor de lavanderias (em %)

Desempenho do setor de lavanderias - Por segmento, em % (2015)

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BANHO NO SETOR

Apesar da retração no setor, a rede 5àsec teve alta de 5,73% no faturamento em 2015, puxada pelo crescimento de dois dígitos nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

A empresa fechou o ano com receita de R$ 187 milhões. Em 2016, deve abrir mais 35 franquias, 12 a mais que em 2015.

"Temos uma grande penetração no público A e B, e, mesmo com a crise, a lavanderia sai mais barata que contratar uma empregada doméstica", diz a CEO da empresa no país, Cristina Franco.

Karime Xavier/Folhapress
Cristina Franco, CEO da rede de lavanderias
Cristina Franco, CEO da rede de lavanderias

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UM GÁS NA INDÚSTRIA

As distribuidoras filiadas à Sindigás investiram R$ 570,9 milhões em requalificação de botijões em 2015, 5,7% a mais que no ano anterior.

A renovação dos vasilhames é uma exigência da ANP, por medida de segurança.

As unidades de 45 kg, usadas nas indústrias, tiveram recorde de requalificação, com alta de 101%.

"Começamos pelos botijões menores, residenciais, e agora o processo chega com mais força aos de maior porte", diz Sergio Bandeira de Mello, presidente da entidade.

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ANTECIPAÇÃO DE RENDA

O total de recursos aplicados em CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) cresceu 195% entre janeiro de 2015 e o mesmo mês deste ano, segundo a Cetip.

O título tem como garantia um valor que uma empresa de agronegócios deve receber no futuro. Raízen, Suzano e BRF emitiram seus CRAs.

Para as pessoas físicas que escolhem o papel, há a vantagem da isenção do pagamento de Imposto de Renda.

"O benefício fiscal interessa ao investidor, que olha o risco de crédito da empresa em questão e decide pelo título", afirma Carlos Ratto, diretor-executivo da unidade de valores mobiliários da Cetip.

Uma explicação para o aumento de volume nessa aplicação é que a renda variável, ou seja, as ações, não remuneraram bem no último ano.

As empresas que lançam um CRA conseguem um financiamento a um custo melhor do que um empréstimo bancário, afirma Ratto. A tendência para este ano é que haja mais crescimento, diz ele.

ROUPA SUJA - Desempenho do setor de lavanderias (em %)

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Mais gente... O número de inscritos para a Feira do Empreendedor, evento do Sebrae-SP voltado a empresários em potencial e pequenos negócios, chegou a 90 mil. É um aumento de 20% em relação ao ano passado.

...mais problemas A expectativa é que a feira reúna 150 mil pessoas durante quatro dias a partir do sábado (20). O interesse é relacionado ao aumento do desemprego, segundo o Sebrae-SP.

Ficar... A rede de hotéis Accor comprou 30% da Oasis, plataforma semelhante ao Airbnb, na qual o viajante pode encontrar uma residência particular para hospedagem.

...em casa A Oasis atua no segmento de luxo. O site tem ofertas em 15 cidades, sendo quatro no Brasil. A previsão é chegar a 50 até 2018.

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HORA DO CAFÉ

Editoria de Arte/Folhapress
Charge Mercado Aberto de 19.fev.2016

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA


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