Folha de S. Paulo


Aplicativos para chamar táxi estudam criar seus próprios 'Ubers'

Empresas de aplicativos para intermediar corridas de táxi, como a Easy Taxi e a 99, preparam-se para lançar plataformas semelhantes ao Uber, nas quais pessoas comuns podem oferecer serviços de motorista.

Representantes de ambas as empresas declararam que têm planos para entrar nesse mercado assim que a questão for regularizada. Eles se posicionaram sobre o tema em reuniões na SP Negócios, a agência de São Paulo para atrair investimentos.

Políticos empenhados em aprovar os aplicativos dizem que, apesar dos protestos, a resistência dos taxistas diminuiu e que a população apoia as viagens em carros privados.

Por isso, a estimativa é que em março esteja em vigor uma lei especificando como deve ser o funcionamento de plataformas que conectam motoristas e passageiros.

"A questão [da regulamentação] não se limita ao Uber", afirma Marcos Vinícius, secretário de inovação do Mdic (Ministério do Desenvolvimento e Comércio).

"Há empresas brasileiras que vão aderir a esse modelo de negócio. O Easy Taxi já começa a ver como entrar na área", diz ele.

A Easy Taxi afirma que espera uma lei para definir qual será sua estratégia. "Vemos com bons olhos a regulamentação do setor de aplicativos de novos modos de transporte", diz Dennis Wang, diretor-executivo da Easy Taxi.

Oficialmente, a 99, que recentemente tirou a palavra "táxis" da marca, afirma que essas são especulações e não comenta o assunto.

7 milhões

são usuários da 99 no Brasil

400 mil

são os taxistas cadastrados na Easy Taxi no mundo

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LEI E INVESTIMENTO

O fundador e diretor-executivo global do Uber, Travis Kalanick, irá se reunir com um representante do governo brasileiro para discutir regulamentação e investimentos no país.

O encontro será em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial. O interlocutor brasileiro é o secretário de inovação do Mdic (Ministério do Desenvolvimento e Comércio), Marcos Vinícius.

A "parte regulatória" deve entrar na pauta da conversa, segundo o secretário. E um dos temas será como a União pode ajudar, diz ele.

A restrição ao Uber acontece em nível municipal, mas no Senado há um projeto de lei de Ricardo Ferraço (PMDB-ES) sobre a regulamentação federal do serviço.

Uma lei nacional seria o fim das "guerras" travadas em cada um dos municípios onde a plataforma funciona.

O interesse do governo é que o Uber dê contrapartidas em investimentos para operar no país. A ideia é que a empresa instale aqui centros de pesquisa de produtos desenvolvidos com os dados que os usuários do aplicativo geram com suas viagens.

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DOSIMETRIA MÁXIMA

As fusões e aquisições entre grandes empresas biofarmacêuticas chegaram ao recorde histórico de US$ 300 bilhões em 2015, mostra um estudo da consultoria EY. Em 2014, o volume havia sido de US$ 200 bilhões.

Uma só transação, que uniu a Pfizer à Allergan, foi de US$ 160 bilhões.

O potencial máximo de fusões e aquisições foi alcançado, segundo a consultoria. Ou seja, dificilmente os valores do futuro serão maiores do que os do ano passado.

GRANDES FARMACÊUTICAS - Capacidade financeira das empresas para fusões e aquisições (em %)

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SUPORTE LONGEVO

O número de usuários de planos de saúde com idade acima de 59 anos aumentou em 2015 para 26,6% do total de atendidos pela autogestão -modalidade em que a empresa administra o benefício concedido ao funcionário.

Um ano antes, os idosos eram 25,7% desse universo, segundo a Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde).

"Os planos de empresas já têm uma fatia de idosos maior que os particulares", diz João Paulo dos Reis Neto, diretor da entidade. "A pessoa começa no trabalho, se aposenta e ainda utiliza o plano."

Essa realidade das carteiras, lembra Neto, também reflete o aumento da expectativa de vida da população.

Apesar de ficar mais caro ao longo dos anos, o modelo de suporte médico bancado pelas empresas, segundo ele, ainda é viável, mas precisará ser repensado a longo prazo.

"Como não é preciso gastar com marketing, por exemplo, os recursos acabam revertidos em investimentos."

PLANO ANTIGO - Beneficiários por faixa etária, em %

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Contas... A inadimplência de empresas cresceu 8,9% em 2015, segundo a Boa Vista SCPC. O último trimestre do ano teve alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2014.

...a pagar Já se comparado ao trimestre anterior de 2015, a alta foi de 1,8%, sem contar efeitos sazonais. Para este ano, a taxa deve continuar a subir, mas em ritmo menor.

Na mão O aplicativo de ginástica da Bodytech, o BTFIT, começa sua expansão por terras lusófonas como Portugal, Angola e Macau. O investimento de R$ 20 milhões para o desenvolvimento da plataforma ainda vai incluir versões em inglês e espanhol.

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HORA DO CAFÉ

hora do cafe charge

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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