Folha de S. Paulo


Duas argentinas disputam ativos da Petrobras

Com pressa para fazer caixa, a Petrobras tem mais um ativo bem encaminhado para a venda, segundo uma pessoa que acompanha as negociações para o desinvestimento da companhia.

A empresa tem duas propostas na mão de interessados em comprar a operação na Argentina, a Petrobras Energía S/A.

Além da Pampa, maior companhia do setor elétrico argentino, que já ofereceu US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões) pela empresa, a estatal YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales) também acenou com a intenção de compra da empresa por um valor maior, de US$ 1,5 bilhão (R$ 6 bilhões).

A contrapartida seria contar com "escrow account", ou seja, se houverem passivos além do que já se conhece, eles serão arcados pela estatal brasileira.

O esforço na Petrobras é para aumentar o preço oferecido pela Pampa e escapar da exigência da "contabilidade garantidora".

A expectativa é que o negócio seja fechado no primeiro trimestre. A avaliação entre participantes da negociação é que, com duas empresas no páreo, cresce a chance de o preço ser competitivo.

A Petrobras tem oito bancos de investimento contratados para ajudá-la na comercialização de ativos.

Com a crise da Lava Jato, a escalada de endividamento da empresa e a queda do preço do petróleo, a companhia não tem tempo a perder. A empresa tem a meta de US$ 14,4 bilhões (R$ 58 bilhões), de vendas neste ano, mantidas as avaliações feitas.

A venda de 49% da Braskem pode sair ainda em janeiro, na segunda reunião do conselho no ano, que irá acontecer no dia 27 deste mês. Nesta terça-feira (19), acontece a primeira.

A negociação da Tag (Transportadora Associada de Gás), por sua vez, esfriou e deve demorar mais para se viabilizar.

Analistas de bancos que acompanham a companhia se mostram céticos. Eles avaliam que os valores que a Petrobras poderá conseguir estão aquém das necessidades da companhia por dinheiro.

E há risco de a empresa vender a preços muito baratos, destruindo valor e prejudicando acionistas.

Também há intenção de achar clientes para a Transpetro e pela Gaspetro.

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DE OLHO NA RUA

A rede de franquias Óticas Carol deve mirar na abertura de unidades de rua e diminuir a presença em shopping centers nas inaugurações deste ano.

"Os shoppings não estão indo bem. Vemos um movimento de retorno às lojas de rua muito grande", diz Ronaldo Pereira Jr. presidente da rede. "A gente ainda vê o consumidor muito resistente a gastar."

A marca planeja a abertura de 150 lojas até o fim deste ano, mesmo número de inaugurações do ano passado. Só que, em 2015, 30% das unidades eram em shoppings. Em 2016, elas serão cerca de 25%.

"Custa muito caro manter uma unidade em um centro de compras, algumas se tornam inviáveis. Os grandes problemas dessa migração são a falta de segurança e a demanda por vagas de estacionamento."

Karime Xavier - 8.fev.2013/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -08/02/13 -14 :00h - Retrato de Ronaldo Pereira, CEO da Óticas Carol, que abrirá 200 unidades no país em 2013.. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress) MERCADO ABERTO
Ronaldo Pereira Junior, CEO da Óticas Carol

R$ 680 MILHÕES
Foi o faturamento da rede de óticas no ano passado

857
é o número de unidades em operação até o fim de 2015

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SEM PORTA, SEM BANHEIRO

Um levantamento com 187 parques de 24 Estados mostra que 68% não têm estrutura básica, como portaria de entrada, bebedouros ou mesmo banheiros para atender às necessidades do público.

Em 67% das unidades, não há nenhuma verba destinada a estruturas de visitação.

"A situação é precária, nos últimos 15 anos, o orçamento não cresceu proporcionalmente às áreas de conservação", diz Ana Luisa da Riva, diretora-executiva do instituto Semeia, autor da pesquisa.

Entre as principais consequências da falta de estrutura estão incêndios, invasões e roubo de madeira, diz Riva.

O instituto tenta atrair investimentos privados para os parques, e já está em negociação com governos do Paraná, Rio, Tocantins, São Paulo e federal para que editais sejam abertos até 2020.

"Em quatro anos, cerca de 20 unidades já devem ser mantidas com verba privada. Queremos captar R$ 1 bilhão.

Recursos financeiros por região - Índice* (0 a 100)

Investimentos para manutenção de áreas protegidas - Em US$ por hectare

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Projeto tentará diminuir tempo de espera por novas patentes

O INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) lança nesta terça-feira (19) um projeto cuja meta é analisar em nove meses os pedidos de patente selecionados para participar do projeto.

Com a proposta, empresas e inventores que tenham feito o pedido inicial de sua patente no Brasil, mas também fizeram a solicitação no exterior, podem pedir prioridade.

Um processo de análise leva hoje quase 11 anos no país. O Brasil também testa um projeto-piloto com os Estados Unidos, que reduz esse tempo.

"A tramitação passaria a quatro anos. Queremos acordos parecidos com China, União Europeia, Japão", diz João Emilio Gonçalves, da CNI.

"A demora é agravada pelo sucateamento do Inpi e a falta de autonomia para investir", diz o advogado Wilson Jabur, da Salusse Marangoni.

Propriedade intelectual

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NOME PRÓPRIO

Os produtos de limpeza que são vendidos com as marcas criadas pelos supermercados ganharam espaço no Brasil nos cinco últimos anos.

Os "private label" (marcas próprias), como são conhecidos, aumentaram a participação de 4,7% do total para 5%.

Isso representa uma receita geral de R$ 973 milhões no Brasil, segundo pesquisa da Euromonitor International.

Geralmente, os produtos são feitos por terceiros, mas levam a marca de propriedade do varejista, e o preço costuma ser mais baixo do que o dos concorrentes.

Mesmo com o crescimento, a porcentagem de vendas que essas marcas alcançam é menor do que em outros lugares. Na Espanha, elas detêm 35,2% do total, e, na Alemanha, são 18,7%. A pesquisa foi conduzida em 80 países.

Em média, cada domicílio brasileiro desembolsa, por ano, R$ 339,72 com produtos de limpeza. O maior gasto é com sabão para lavar roupas.

MARCA DO VENDEDOR - Fatia dos 'private labels' no mundo

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HORA DO CAFÉ

Alves
hora do cafe charge

com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA


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