Folha de S. Paulo


Genérico custará 7% menos em SP após corte de imposto

Os genéricos devem ficar 7% mais baratos no Estado de São Paulo caso seja aprovado o projeto de lei que prevê redução de 18% para 12% no ICMS sobre os medicamentos, segundo a PróGenéricos, associação do setor.

Em alguns casos, a redução pode chegar a 9%, como no da substância losartana, indicada para o controle da hipertensão e que hoje é vendida a R$ 10,94 nas farmácias e poderá custar R$ 9,60.

Estimativas da entidade apontam ainda que a medida poderá gerar uma economia de cerca de R$ 280 milhões por ano ao consumidor.

"Como esses medicamentos são de uso contínuo, facilitar o acesso pode ajudar a evitar desistências nos tratamentos", afirma Telma Salles, da PróGenéricos.

"A tendência é que a redução de imposto se estenda aos medicamentos que não são genéricos", afirma Reginaldo Arcuri, presidente da FarmaBrasil, entidade que reúne fabricantes do setor.

A redução do tributo já é praticada em outros Estados -em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

O governo de São Paulo deverá se encontrar nesta sexta (6) com representantes da indústria de genéricos e do setor farmacêutico, que irão apresentar um estudo sobre o impacto da tributação nos valores dos remédios.

O projeto de lei ainda precisa passar pela análise dos deputados estaduais e ser sancionado pelo governador antes de entrar em vigência.

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Desmonte de ideias

Marisa Moreira Salles e Tomas Alvim, sócios da BEĨ Editora, lançam nesta sexta-feira (6) a plataforma Por quê? para estimular o raciocínio econômico e desmontar ideias preconcebidas.

A ideia do projeto, de acesso gratuito, surgiu durante as últimas eleições. Foram quase oito meses de produção e cerca de R$ 2 milhões de investimentos, fora participações voluntárias.

"Teremos de fazer escolhas para o país e, com mais informações, os cidadãos podem decidir melhor para o país e si mesmos", diz Marisa Moreira Salles.

"O importante é gerar perguntas, fugir das acusações [e ir] para a discussão de ideias. Todos têm a ganhar com o debate esclarecido e mais racional. Em vez de aceitar o que está sendo dito, aprender a questionar."

O Por quê? terá três frentes: cursos não formais para primeiros anos universitários, para alunos de ensino médio e de educação continuada em empresas.

"Para falar de ajuste fiscal, faremos inclusive com música popular e 'rappers', audiovisuais e animações. Nosso desafio é não ter só curtida, mas leitura efetiva."

"O grande desafio é chegar às pessoas e fazer com que elas se interessem pelo conteúdo. O que ajuda é o momento de Brasil, em que as pessoas terão de fazer escolhas racionais", afirma Alvim.

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Área nobre

A taxa de imóveis corporativos de luxo vagos chegou a 24,1% em São Paulo, conforme a consultoria JLL (Jones Lang LaSalle).

O índice cresceu 3,05 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2015 em relação ao trimestre anterior.

Com o aumento de espaços vagos, o valor da locação caiu 0,9%. O preço médio ficou em R$ 90 por m². No centro, a queda foi de 7,9%.

"A capital paulista entregou muitos imóveis grandes ao mercado. A vacância cresceu porque houve mais oferta do que demanda", diz André Rosa, diretor da JLL.

No acumulado do ano, foram acrescentados 400 mil m² no estoque, dos quais foram absorvidos 164 mil m².

"Das grandes cidades do mundo, cinco estão com os preços em queda no setor. Uma delas é São Paulo." As outras são Moscou, Cingapura, Rio e Houston (EUA).

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Machismo velado

Apenas 10% das brasileiras teriam coragem de relatar um episódio de assédio no trabalho, segundo pesquisa da Ipsos. As indianas aparecem no topo da lista, com 53%.

Das entrevistadas no Brasil, 36% disseram ter sido assediadas no ambiente profissional. Nos Estados Unidos, esse número é de 37%.

"Em um momento de discussão sobre os direitos da mulher, o baixo percentual de dispostas a denunciar o assediador no Brasil é revelador da necessidade de discutir esse tema", afirma Graziela Castello, gerente da Ipsos.

No país, a parcela de mulheres que dizem se incomodar com a diferença salarial em relação aos colegas do sexo masculino é maior do que em outras nações latinas, como Argentina e México.

Foram ouvidas 9.500 mulheres de 19 países, como Itália, França, Rússia e Turquia.

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Inadimplência... O número de títulos protestados no país cresceu 22,6% no acumulado do ano até outubro na comparação com o mesmo período de 2014, de acordo com a Boa Vista SCPC.

...registrada Mantida a mesma base de comparação, tanto os protestos de empresas quanto os de consumidores seguem essa tendência, com aumentos de 16,4% e 32,3%, respectivamente.

Luz fraca O consumo de energia no mercado livre (que envolve grandes consumidores, como shoppings e fábricas) caiu 5,72% em setembro ante o mesmo mês de 2014, segundo a Comerc.

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Hora do café

com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO GOLDBERG RABIN


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