Folha de S. Paulo


Grupo Dasa vai investir R$ 400 milhões em 2016

Apesar da crise e do dólar alto, o grupo Dasa investirá R$ 400 milhões em 2016.

Os recursos irão para a expansão de unidades de análises clínicas, o que inclui a alocação de R$ 90 milhões apenas em equipamentos. O grupo reúne
24 marcas de laboratórios, entre elas Delboni e Lavoisier.

"Não dá para esperar a crise passar ou o câmbio mudar", diz Emerson Gasparetto, diretor-executivo clínico.

Houve um empenho maior nas negociações com fornecedores, mas nenhum investimento foi revisto em razão da alta do dólar, de acordo com o executivo.

"Estamos superando a fase de recuperação do valor da marca Delboni. É um esforço contínuo, que durou cerca de cinco anos."

Ainda neste ano, o orçamento prevê um aporte de outros R$ 250 milhões. A companhia deverá abrir 35 unidades do Lavoisier em São Paulo até o fim de 2015.

O grupo fará também a ampliação do segmento Alta, de padrão mais elevado, inaugurado em 2012. Serão pelo menos quatro unidades no ano que vem, duas no Rio e duas em São Paulo.

"Apesar da grande concorrência no setor no Brasil, há espaço para crescer na marca premium." O custo de instalação de cada unidade desse segmento é, em média, de R$ 30 milhões.

Por meio de uma oferta pública de aquisição de ações, a Dasa pretende sair do Novo Mercado da Bolsa, o que vem sendo questionado por acionistas minoritários.

505 são as unidades no país

20 mil são os funcionários

R$ 815 milhões foi a receita bruta no segundo trimestre deste ano (alta de 9,6% em relação ao mesmo trimestre de 2014)

R$ 93,2 milhões foi o Ebitda do 1º semestre de 2015 (queda de 30,3% em relação ao mesmo período do ano passado)

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Para depois da crise

Um shopping de R$ 650 milhões será instalado em Curitiba e deverá ser inaugurado em dois anos.

O projeto é comandado pelo grupo Tacla, com 45% de participação. A companhia tem outras quatro unidades em operação –três no Paraná e uma no interior de São Paulo, em Sorocaba.

As empresas Paysage e a Casteval terão 22,5% do empreendimento cada uma, enquanto o Jockey Club do Paraná (dono do terreno), 10%.

"O momento econômico não é o melhor, mas o investimento é forte em termos de potencial de venda. Se fosse possível, inauguraríamos ainda neste ano, mesmo com a situação difícil", diz Aníbal Tacla, sócio do projeto.

"Como deverá ser aberto só no fim de 2017, imaginamos que o contexto irá melhorar bastante", acrescenta.

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Cortes terapêuticos

A alta do dólar elevará neste ano os custos no Brasil da GSK Consumer Healthcare, braço de negócios da farmacêutica responsável por medicamentos isentos de prescrição (OTC) e por produtos como pastas de dente.

A empresa importa parte das mercadorias e das matérias-primas. Para que a desvalorização do real não impacte no retorno dos acionistas, medidas que garantam uma maior eficiência estão em análise.

"Quando se fala em OTC, às vezes, os sabores não são necessários para os consumidores", diz o presidente no Brasil da divisão de consumo da multinacional, Jayant Singh.

"Quando a situação [econômica] não vai bem, os consumidores olham os produtos mais baratos. Você pode, assim, oferecer menos sabores [de Eno, por exemplo] e reduzir a complexidade da cadeia de fornecedores."

Entre as ações já adotadas no país para cortar gastos, está o planejamento de viagens com maior antecedência. O Brasil faz parte da lista dos 14 mercados prioritários para a empresa.

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Ruim pra cachorro

Pela primeira vez desde 2013, o mercado de ração para cães registrou uma retração expressiva no primeiro semestre do ano, segundo levantamento da Kantar WorldPanel.

Embora o preço do produto tenha aumentado 8%, acompanhando a inflação, houve uma diminuição de 8% no volume de vendas na comparação com o mesmo período em 2014. A queda do faturamento foi de 1,1%.

"O hábito do consumidor mudou também. Ele compra com menos frequência e procura pacotes maiores para ganhar no preço por quilo", afirma Vanessa Brandassi, gerente de negócios da Kantar.

A pesquisa também aponta que houve um crescimento de 5% para 7% na parcela de pessoas que usa exclusivamente comida caseira na alimentação dos cães.

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Hora do café

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Óleo... A Queiroz Galvão pediu licença ao Ibama para realizar perfurações marítimas em dois campos de óleo na Bacia do Pará-Maranhão. Foi determinado que se um faça estudo ambiental.

...brasileiro Os blocos foram arrematados pela empresa na 11ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), em 2013. A companhia prevê começar a perfuração no fim de 2017.

Obrigação O compromisso da empresa é ter 37% de conteúdo nacional na fase de exploração e 65% durante a produção do campo de óleo.

com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ e DOUGLAS GAVRAS


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