Folha de S. Paulo


Mesmo com recuo do Fies, grupo prevê crescer em 2015

Ricardo Borges/Folhapress
Rogerio Melzi, CEO da Estácio de Sá
Rogerio Melzi, CEO da Estácio de Sá

O grupo Estácio deve fechar três mil novos contratos neste semestre pelo Fies, fundo federal de financiamento estudantil. No mesmo período do ano passado, antes dos cortes de 57% no programa, foram 19 mil.

Com a abertura de sete unidades em 2014, a expectativa é que a universidade cresça entre 3% e 6% em número novos alunos, de acordo com o CEO da empresa de educação, Rogério Melzi.

A mudança no pagamento do Fies, de 12 para 8 parcelas por ano, fez com que a Estácio fosse ao mercado para levantar capital e manter o fluxo de caixa da empresa.

"Faturamos R$ 680 milhões entre janeiro e julho no MEC e recebemos R$ 130 milhões. Como o repasse foi postergado, matamos no peito R$ 550 milhões", diz.

Um problema adicional foi o atraso no sistema de inscrições do Fies no início deste ano, de acordo com o executivo. Na ocasião, os novos alunos não conseguiam fazer as matrículas e os antigos tinham problemas com a renovação dos contratos.

A Estácio, então, bancou os contratos até que a situação fosse normalizada, o que no caso de alguns graduandos só ocorreu em março, de acordo com Melzi.

"O resultado é que quando o MEC nos paga o mês de janeiro em abril, por exemplo, o seu sistema não vê quem se cadastrou em fevereiro e março. Nós arcamos com aquele aluno", afirma.

O impacto no caixa é considerável, porque dos 500 mil estudantes da instituição, 130 mil (35% da graduação) têm Fies. "Boa parte da política pública está sendo mantida pelo capital privado."

Procurado, o FNDE, fundo que distribui os recursos de educação, afirmou que segue o cronograma estabelecido em dezembro de 2014.

Em nota, o órgão afirma que "as pendências de pagamento envolvendo a Estácio de Sá dizem respeito aos aditamentos de renovação semestral dos contratos (...), em razão do reajuste da mensalidade feito pela instituição entre 2014 e 2015, superior ao teto de 6,41% estabelecido pelo MEC.

Sobre os novos rumos do Fies, Melzi acredita que o governo estava correto, já que em 2014, volume de contratos chegou a mais de 700 mil."Em resumo, a Estácio pede planejamento de longo prazo e regras do jogo claras."

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Voo sem atraso

Os aeroportos de Guarulhos e de Brasília ficaram em terceiro e quarto lugar entre os mais pontuais da América Latina em setembro, segundo a FlightStats (de serviços de informações de voos).

O ranking, porém, é formado por apenas quatro aeroportos, considerados os principais da região por terem capacidade anual para 12 milhões de passageiros.

Na primeira e na segunda colocação, apareceram os terminais de Bogotá e Cidade do México.

O Galeão, no Rio, ficou na sexta posição na lista dos aeroportos secundários (com capacidade anual de 5 milhões a 12 milhões). Nessa classificação, o da Cidade do Panamá fica em primeiro.

Entre os principais "hubs" do mundo (lista em que nenhum latino-americano figura), o de Tóquio foi o mais pontual, com 90,61% dos voos aterrissando com menos de 15 minutos de atraso.

Parcela de voos pontuais na América Latina, em %* - Aeroportos principais

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Faturamento dos supermercados de SP cai 1,47% só em agosto

Os supermercados do Estado de São Paulo enfrentaram uma queda de receita de 1,47% em termos reais em agosto deste ano, em comparação ao mesmo mês de 2014. No acumulado de 2015, o encolhimento é de 1,18%.

O dado é da Apas, a associação do setor, e leva em conta o faturamento de todos os pontos de venda, tanto os que já existiam no ano passado como os abertos de lá para cá.

Se forem considerados só os supermercados que já eram monitorados em 2014, o resultado foi uma queda de 2,36%. É o pior desde 2006, afirma Rodrigo Mariano, economista da associação.

O desempenho foi influenciado pelo aumento do desemprego e da inflação, diz.

A expectativa é que os próximos meses sejam melhores. "As pessoas estão com a confiança abalada e sem acesso a crédito. Não haverá troca de carro nem reforma de casa. Com o que sobrar, vão consumir nos supermercados."

A projeção da Apas aponta que 2015 deverá fechar com resultado entre 0,5% e 1% de diminuição de receita.

Anna Carolina Negri - 11.abr.2013/Valor/Folhapress
Marcio Francisco Blanco do Valle, presidente dacooperativa
Marcio do Valle, presidente da Coop

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ABC da queda
Na região do ABC paulista o resultado do setor de supermercados foi mais fraco do que no resto do Estado.

Cidades como São Bernardo do Campo têm economia muito ligada à indústria, que demitiu neste ano, afirma Marcio do Valle, presidente da Coop, que tem 29 lojas nesses municípios.

Além das dispensas, a perda de renda e a inflação, que corrói o poder de compra, contribuíram para a piora do faturamento.

O ano de 2015 deve terminar com perda de 6% no faturamento real, estima.

"As pessoas mudaram o padrão de consumo. Não passam fome, mas compram produtos mais econômicos.Trocaram carne por frango."

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Confiança... A maior parte dos brasileiros é a favor do aplicativo Uber. Para 39%, ele é melhor do que táxis comuns.

...móvel Segundo pesquisa da Ipsos, a maioria diz crer que o serviço ainda é inseguro, por não ter regulamentação. Foram ouvidas 1.200 pessoas.

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Hora do Café

com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN


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