Folha de S. Paulo


Fim da guerra entre Estados ajuda a atrair investimentos ao interior de SP

O esperado fim da guerra fiscal entre os Estados, com a redução das tarifas de ICMS, já aumenta a procura das empresas por investimentos no Estado de São Paulo.

"As cidades paulistas são sempre interessantes sob vários pontos de vista, seja pela logística, seja pelo mercado consumidor", afirma Odnir Finotti, presidente-executivo da Bionovis.

A empresa investiu R$ 739 milhões em um centro de produção farmacêutico na cidade de Valinhos. "Nossa planta tem previsão para ser concluída até 2017."

"Com o equilíbrio fiscal atraindo mais empresas para o Estado, procuramos a região de Campinas, que reúne atrativos como a facilidade de locomoção", diz Finotti.

A Mexichem Brasil, detentora da marca Amanco, fez um investimento de R$ 90 milhões já implementados em uma planta na cidade de Sumaré, também na região.

"A guerra fiscal está com os dias contados e Estados que ofereciam incentivos já não são tão atraentes", diz Juan Quirós, da agência Investe SP, que faz a ponte entre empresas e municípios.

A soma dos projetos viabilizados neste ano por intermédio da Investe SP na região representa investimentos de R$ 2,6 bilhões, cerca de um terço do total estadual.

As cidades nas imediações das rodovias Anhanguera e dos Bandeirantes se destacam pela integração com o aeroporto de Viracopos e a facilidade de ligação a grandes mercados, segundo Quirós.

A mão de obra qualificada, pela proximidade de centros de referência, segundo ele, ajuda na vinda de recursos.

Simon Plestenjak/Folhapress
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 15-06-2012: Odnir Finotti, presidente da bionovis,nova farmacêutica de capital nacional (Foto: Simon Plestenjak/Folhapress, MERCADO ABERTO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Odnir Finotti, presidente da Bionovis

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Risco calculado

Cerca de 60% dos executivos brasileiros avaliam o perfil de risco da organização uma vez por ano, segundo pesquisa da consultoria EY.

Essa postura limitaria a capacidade de ajustar a estratégia da empresa para responder a cenários econômicos.

"Tendo em vista o delicado momento pelo qual nossa economia passa, esse pode ser um fator crítico para a sobrevivência dos negócios", diz Rene Martinez, da EY.

"Há empresas com comitês de auditoria periódicos. A avaliação de riscos é estratégica e se integra a outras áreas."

A pesquisa foi feita em 63 países, incluindo o Brasil, com 1.196 executivos de 25 setores.

CONTROLE DE AMEAÇAS - Como executivos gerenciam riscos, em %

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Ligação retornada

A multinacional Brightstar, que atua com logística de celulares e tablets, investirá US$ 35 milhões (cerca de R$ 136 milhões) em seu serviço brasileiro de "buyback" no ano que vem.

O segmento é responsável por comprar equipamentos com até dois anos de uso e revendê-los. A aquisição costuma ser feita quando um consumidor entrega seu aparelho velho na troca por um novo.

O celular ou o tablet comercializado -normalmente na internet- pela Brightstar custa de 30% a 35% mais barato do que um novo, segundo o presidente da empresa no país, José Froes.

O executivo diz que a crise propicia um bom momento para o setor: "Vemos [a desaceleração] como uma oportunidade. O consumidor está mais consciente do que pode comprar".

O aporte será destinado a aparelhos e tecnologia.

US$ 12 bilhões
foi o faturamento global em 2014, (cerca de R$ 46 bilhões)

55
é o número de países onde a empresa atua

450
são os funcionários no Brasil

50%
é a participação brasileira no faturamento da companhia na América Latina

6
é o número de centros de serviços no Brasil

Eduardo Anizelli/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 13-10-2015, 09h50: Retrato de Jose Froes, presidente da Brightstar, empresa de tecnologia que tem entre seus servicos a revenda de celulares usados. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, MERCADO ABERTO) ***EXCLUSIVO***
José Froes, presidente da Brightstar, empresa de tecnologia que tem entre seus serviços a revenda de celulares usados

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Carga... A maioria dos caminhoneiros é de trabalhadores autônomos e atua na profissão há menos de dez anos, segundo uma pesquisa da Sontra Cargo, plataforma que conecta os profissionais às cargas disponíveis no país.

...pesada Cerca de 74% fazem de uma a dez viagens mensais e 11,6% não chegaram a concluir o ensino fundamental. Além disso, mais de 60% deles recebe entre
R$ 2.000 e R$ 6.000. A pesquisa ouviu 1.800 pessoas.

com LUCIANA DYNIEWICZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN


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