Folha de S. Paulo


Corte no 'Farmácia Popular' deverá deixar até 1,1 mi sem remédio, diz entidade

Cerca de 1,1 milhão de pacientes deverão ficar sem acesso a medicamentos que não serão mais vendidos pelo modelo de copagamento do programa Farmácia Popular, segundo a Interfarma (associação do setor farmacêutico).

"A modalidade, em que o governo subsidia até 90% para compra de medicação, será a mais prejudicada pelo corte de R$ 578 milhões anunciado pelo Ministério da Saúde", diz Antônio Britto, presidente-executivo da entidade.

Entre os fármacos que vão deixar de ser ofertados pelo programa na rede privada, sem que tenham um equivalente nas unidades públicas de farmácias, estão produtos usados para o tratamento de Parkinson, rinite e glaucoma.

"O consumidor passará a pagar no ano que vem pelo custo total", lembra Britto.

"O impacto na população demonstra a crise pela qual passa a saúde." Em torno de 3 milhões de pessoas são beneficiadas hoje pelo sistema, estima a Interfarma.

Desse total, 1,8 milhão de pessoas ainda poderão encontrar os medicamentos nas farmácias públicas a partir de 2016, mas como a rede é menor, o acesso será restrito.

A rede privada tem 35,4 mil estabelecimentos em 4,4 mil cidades, enquanto a pública tem 528 em 420 municípios, segundo a associação.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que cortes no programa precisam ser aprovados pelo Congresso.

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Venda de carros importados tem queda de 43% em setembro

As vendas de veículos importados despencaram em setembro de 2015. Os emplacamentos tiveram uma redução de 43,4% em setembro em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Abeifa (das empresas do setor).

No acumulado deste ano, as concessionárias de importados venderam 4.461 automóveis, contra 7.875 unidades no ano anterior -uma redução de 30%.

A diminuição se deve a dois fatores: falta de confiança dos consumidores na economia e crise do câmbio.

"É impossível repassar todo esse aumento do dólar para o consumidor, porque aí ninguém venderia", diz Marcel Visconde, presidente da associação e distribuidor da Porsche no Brasil.

O empresário afirma que a elevação dos preços dos veículos também depende da quantidade de estoque de cada empresa, pois as compras podem ter sido feitas quando a moeda americana estava em outro patamar.

O cenário apontava para uma desvalorização do real, lembra. "Só não imaginávamos um dólar tão alto e de uma maneira tão rápida. Isso quebra o planejamento de qualquer um."

O preço dos importados de luxo vai de R$ 90 mil a R$ 3 milhões, segundo Visconde.

Raquel Cunha - 25.jun.14/Folhapress
Marcel Visconde, presidente da Abeifa
Marcel Visconde, presidente da Abeifa

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Luxo emplacado

As vendas de importados da Jeep cresceram 13% neste ano, embora tenham caído em agosto e setembro.

O motivo do número na contramão do setor foi a expansão de concessionárias -em dezembro de 2014 eram 45, atualmente são 154, conforme Alexandre Clemes, diretor da empresa.

Outro fator é investimento em marketing no nacional Renegade, que impactou em toda a linha de produtos.

Em 2015, dos 2.224 emplacamentos da empresa, 200 foram da nova Cherokee e 1.550 foram do modelo Grand Cherokee, cujo preço pode chegar a R$ 290 mil.

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Humor inglês

O índice de confiança do consumidor inglês recuou quatro pontos de agosto para setembro e ficou em três (em escala que varia de -100 a 100 e na qual números mais elevados indicam maior otimismo), segundo a GfK.

Apesar da retração, o resultado é melhor do que o registrado em setembro do ano passado, quando o indicador marcou -1.

O subíndice "situação econômica geral nos últimos 12 meses" foi o que mais diminuiu de agosto para setembro (de 3 para -3). O que mede a propensão ao consumo de bens duráveis foi o que ficou em patamar mais elevado, com 14 pontos.

Foram entrevistadas aproximadamente 1.000 pessoas. A pesquisa foi feita a pedido da União Europeia.

Termômetro

6 pontos

foi o resultado do subíndice "situação financeira pessoal para os próximos 12 meses" em setembro, em escala de -100 a 100

1 ponto

foi a queda desse indicador de agosto para setembro

-2 pontos

foi quanto registrou "situação econômica geral para os próximos 12 meses"

5 pontos

foi o recuo desse subíndice

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Trabalho... Cerca de 80% dos brasileiros preferem trabalhar para empresas socialmente responsáveis, mesmo que por um salário menor, segundo pesquisa da consultoria Cone Communications.

...e consumo O estudo revela também que, nos últimos 12 meses, 76% dos brasileiros compraram produtos com benefício social ou ambiental. Foram ouvidas 9,7 mil pessoas de nove países.

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Hora do café

(articleGraphicImage).

com LUCIANA DYNIEWICZ, DOUGLAS GAVRAS e CLÁUDIO RABIN


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