Folha de S. Paulo


Imposto maior sobre ganho de capital vai acelerar aquisições, diz consultoria

O aumento do imposto sobre ganho de capital previsto para entrar em vigor a partir de janeiro de 2016 deverá elevar o número de fusões e aquisições no fim deste ano, segundo a consultoria PwC.

Para evitar o pagamento de uma alíquota maior —que nos casos mais extremos poderá dobrar em relação à atual—, empresários tentarão encerrar os negócios até dezembro.

"Isso deverá atingir principalmente transações em andamento, como as que foram adiadas recentemente por causa das incertezas política e econômica", diz Rogério Gollo, sócio da PwC.

O imposto mais alto atingirá contribuintes que obtiverem ganho de capital na venda de bens e direitos, como ações e participações societárias em empresas.

A alíquota atual (15%) será ampliada de forma progressiva para lucros acima de R$ 1 milhão e poderá chegar a 30% nos casos de ganhos superiores a R$ 20 milhões.

Com o movimento esperado para os últimos meses deste ano, Gollo diz acreditar que 2015 deverá terminar com um recorde no número de fusões e aquisições concluídas.

Em agosto, no entanto, houve uma queda de 40% nas transações, na comparação com o mesmo mês de 2014. "Foram poucos cancelamentos. Na maioria dos casos, as operações foram adiadas, por causa do momento", afirma.

"Foi o mês de volta do Congresso após o recesso, com muita instabilidade política, o que levou empresas a esperarem para fechar negócios."

Fusões e aquisições de empresas caem em agosto de 2015 - Operações em agosto de cada ano

Sociedade antes da compra

A compra de fatias minoritárias de empresas lidera o interesse dos investidores neste ano, em detrimento de aquisições integrais, segundo o relatório da PwC.

De janeiro a agosto de 2015, foram 253 compras de participação societária, alta de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. As aquisições integrais caíram 24% no mesmo intervalo.

"Esse movimento é mais um efeito da incerteza que existe hoje no país", afirma Rogério Gollo, da PwC.

"As empresas, principalmente as estrangeiras, têm optado por adquirir primeiro uma participação menor, mas com opção de compra do restante no futuro", diz.

A desvalorização do real em relação ao dólar também impulsionou a entrada de grupos internacionais. Nos oito primeiros meses, as operações com capital estrangeiro cresceram 11%.
A liderança é dos Estados Unidos, com 93 transações, seguidos por Reino Unido (16) e Alemanha (11).

O setor de TI ficou em primeiro no ranking de negócios, com 17% do total. Serviços (11%) e área financeira (10%) vêm em seguida.

Remédio em expansão

A rede gaúcha de farmácias Panvel, do grupo Dimed, investirá cerca de R$ 35 milhões em 2016 em seu projeto de expansão.

Deverão ser abertas 35 unidades —uma a mais do que em 2015. Dos novos pontos, 50% ficarão no Paraná (Estado onde a companhia foca sua ampliação).

"Nosso setor é mais resistente que a média, e a expansão das lojas independe da crise", afirma o sócio da empresa, Julio Mottin Neto.

"Neste ano, temos uma alta [nominal] de 10% no faturamento considerando apenas as lojas que já existiam em 2014. Não há motivo para botar o pé no freio."

Quando as novas unidades são incluídas no cálculo, o incremento é de 14%.

A situação do setor de distribuição do grupo, porém, é diferente. Nele, as vendas caíram quase 10%.

"As margens são muito pequenas nesse segmento. O aumento dos custos, como o do combustível, prejudica muito", acrescenta.

Hoje, esse braço do grupo é responsável por 25% do faturamento. "Vamos reduzir essa parcela nos próximos anos", diz Mottin Neto, sem dar outros detalhes.

R$ 2 bilhões

foi o faturamento do grupo no ano passado

R$ 2,2 bilhões

é o faturamento previso para 2015

6.000

são os funcionários

338

é o número de farmácias

Lederly
Hora do cafe charge

Real fraco faz turistas procurarem a América do Sul

Com a alta do dólar, a América do Sul ganhou espaço entre os destinos mais vendidos pelas operadoras de viagem.

Chile, Argentina e Peru, países que saem mais barato do que os europeus e onde as viagens podem ter durações curtas, são os que mais têm se destacado.

Para o feriado do dia 12 de outubro, porém, Miami ainda ganha com o maior número de reservas internacionais na CVC. Buenos Aires e Santiago aparecem em segundo e quinto, respectivamente.

Na terceira e na quarta posição, o Caribe, com Punta Cana e Cancún. "A América do Sul está crescendo muito", diz o presidente da empresa, Luiz Eduardo Falco.

"Houve um aumento de 35% na procura pela região", afirma Aldo Leone, presidente da Agaxtur.

Os destinos nacionais também têm avançado. Na CVC, a participação deles no total de viagens vendidas passou de 60% para 65%. Locais de ecoturismo, como as chapadas, estão em alta na Agaxtur.

Nesse período de crise, a CVC tem procurado oferecer novos produtos. Na semana passada, lançou uma passagem de volta ao mundo. Com ela, o passageiro precisa viajar por, no mínimo, 20 dias e fazer ao menos sete paradas.

"Temos de lançar produtos mais luxuosos", diz Falco.

65%

é a participação dos destinos nacionais nas viagens pela CVC

14,3%

foi a alta no número de passageiros embarcados pela empresa no primeiro semestre deste ano

12,9%

foi o crescimento nas vendas da companhia no período

35%

foi o crescimento na demanda por viagens para a América do Sul na Agaxtur


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