Folha de S. Paulo


Correios começam internacionalização por EUA e China

Ruy Baron/Valor/Folhapress
José Furian Filho, vice-presidente de logística dos Correios
José Furian Filho, vice-presidente de logística dos Correios

Os Correios planejam iniciar por Estados Unidos e China o seu processo de internacionalização, com a abertura de unidades nos países no início de 2016.

Com o objetivo de diversificar as receitas, a estatal pretende atender principalmente empresas brasileiras que vendem produtos pela internet, diz o vice-presidente de logística, José Furian Filho.

Os países foram escolhidos pelo tamanho de seus mercados e por causa do fluxo que já existe hoje no sentido contrário, segundo o executivo.

"Juntos, os Estados Unidos e a Ásia representam 90% da carga postal internacional que chega aos Correios. Queremos atender nesse mesmo 'duto' o e-commerce brasileiro que exporta", diz Furian.

"Mostramos que o tempo de mercado é agora porque há empresas europeias querendo entrar nesses mercados também", afirma David Barioni Neto, presidente da Apex (agência de promoção a exportações), que auxilia os Correios no processo.

Editoria de Arte/Folhapress

O projeto prevê lojas próprias e franquias. A estatal e a agência não informaram detalhes, mas a coluna apurou que a ideia é em dez anos ter cerca de cem pontos nos EUA e o mesmo número na China.

Os serviços de distribuição deverão ser feitos por grupos locais, segundo Furian Filho.

Sem citar valores, o executivo disse que o orçamento para 2016 reservará recursos para a expansão. "A fase inicial não deverá necessitar de um investimento tão grande."

A ideia de iniciar pela América do Sul foi descartada, em razão da impossibilidade de operar na Argentina e de a população colombiana se concentrar muito em Bogotá.

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Destruição... A ocupação que mais perdeu trabalhadores em 2014 foi a de ajudantes de obras civis. Mais de 80 mil pessoas foram demitidas.

...na obra Outras funções da construção civil, como montadores de estruturas metálicas, registraram quedas.

Outra ponta A maior criação de postos foi em manutenção de edifícios (100 mil novas vagas). O número de vendedores subiu 68.438. Os dados são do Ministério do Trabalho.

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GRUPO BELGA DE CONSTRUÇÃO INVESTE R$ 200 MI EM NOVA FÁBRICA

A Gypsum, que produz sistemas de drywall (construção a seco com gesso) e pertence ao grupo belga Etex, terá uma nova fábrica no Brasil.

Com um investimento de R$ 200 milhões, a unidade ficará no Rio de Janeiro e será a terceira da empresa no país —as outras duas já operam no interior de Pernambuco.

"Será a nossa maior fábrica de drywall na América do Sul e um dos principais investimentos do grupo Etex neste ano", diz Philippe Rainero, presidente da Gypsum.

O projeto foi mantido, apesar do cenário de crise, porque o sistema de construção a seco tem crescido ao ganhar fatia sobre as obras tradicionais, segundo a empresa.

Hoje, as estruturas de gesso são mais usadas em empreendimentos comerciais, mas o grupo avalia que há potencial para avançar também na área residencial.

A Etex assumiu o controle da Gypsum no Brasil em 2011, depois que comprou as operações de drywall que pertenciam à companhia francesa de cimentos Lafarge.

Em 2014, outra estrangeira, a alemã Knauf, anunciou um aporte de R$ 150 milhões em sua segunda fábrica de drywall no país. A francesa Saint-Gobain também opera no setor, com a marca Placo.

RAIO-X

>> ¬ 3 bilhões é o faturamento global do grupo Etex, o que equivale a cerca de R$ 13 bilhões

>> 18 mil são os funcionários da companhia belga, que tem unidades em 45 países

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JOGANDO EM CASA

Mesmo com a mudança cambial, as indústrias brasileiras não acreditam que vão aumentar muito as receitas com exportações, aponta uma que ouviu executivos de 90 empresas.

Os entrevistados disseram esperar incremento de 3,6% de receitas vindas do exterior nos próximos 12 meses.

Uma melhora do desempenho demora para acontecer porque os contratos são fechados com muita antecedência, diz Wesley Figueira, sócio da empresa de consultoria e auditoria RSM Brasil.

"Se refizermos a pesquisa em dezembro, a expectativa vai ser maior."

Para Figueira, o índice de internacionalização da indústria é baixo, comparado ao de outros países.

No Brasil, 39% das receitas são de exportações. Em média, as indústrias dos 15 países pesquisados têm 47% de suas receitas de exportações.

Internacionalização da indústria

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Gás... O grupo italiano Sol, de gases industriais e biotecnologia, entrará no Brasil, com a compra da Inspirar, de equipamentos médicos.

...italiano O valor do negócio não foi informado. A multinacional está em 23 países e faturou ¬ 636 milhões (R$ 2,8 bilhões) em 2014.

Casas A 4BIO (de remédios de alto custo), que atua em São Paulo, Campinas e Palmas, estuda abrir filiais no Nordeste, no Sul e no Centro-Oeste.

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HORA DO CAFÉ

Lederly

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ


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