Folha de S. Paulo


Número de torres de sinal para celular deve dobrar

Cerca de 6.000 estações para telecomunicações vão ser erguidas nos próximos dois anos em São Paulo, segundo a Abrintel, a associação das empresas do setor de torres.

Hoje, a cidade tem 5.600 pontos de emissão de sinal para telefones celulares.

Cada uma delas atende cerca de 2.100 usuários de celular. Para as empresas, o ideal seria que essa relação fosse de 1.500 pessoas para cada ponto de emissão.

Para isso, de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões devem ser investidos em conjunto pelas telefônicas e empresas de torres, diz Luiz Camargo, diretor jurídico da associação.

"Esse mercado ganhou força há cinco anos, quando as operadoras começaram a se desfazer de suas estações. Hoje, faz mais sentido que elas sejam compartilhadas."

As empresas de torres fecham contratos de locação pelos terrenos, constroem a infraestrutura e alugam o espaço para as operadoras.

O custo de erguer uma estação varia entre R$ 400 mil e R$ 600 mil, dependendo da altura, diz André Machado, 41, presidente da QMC, empresa de Porto Rico com capital dos EUA.

Um obstáculo para as empresas de estações é a oferta de imóveis na periferia, onde muitos terrenos não têm títulos de propriedade.

E há regras que restringem a quantidade de pontos em potencial, como a que determina a largura mínima da rua para receber torres.

"Rio e BH têm uma relação de usuários por torre melhor do que a de São Paulo. Hoje a sociedade precisa de água, luz e internet", diz Machado.

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Praia luso-brasileira

O grupo português Vila Galé planeja um novo resort no Brasil, no litoral do Rio Grande do Norte, com um investimento de aproximadamente R$ 100 milhões.

O empreendimento ficará em Touros, município distante cerca de 90 km de Natal, e terá 450 apartamentos e um centro de convenções.

A empresa decidiu manter o projeto, mesmo com a crise econômica, por acreditar que ainda há potencial de evolução tanto no turismo interno como na atração de estrangeiros.

"Períodos de crise também trazem vantagens, como maior facilidade para encontrar mão de obra", afirma Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Vila Galé.

Com sete unidades no Brasil, o empresário diz que sentiu neste ano "expressivas quedas" na ocupação de hotéis urbanos, onde parte do público é corporativo, mas que houve crescimento nos complexos de lazer.

Além de 20 hotéis em Portugal, a companhia atua com produção de vinhos, azeites e frutas.

R$ 200 milhões foi o faturamento do grupo no Brasil em 2014

1.600 são os funcionários da empresa no país

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Na contramão

Enquanto o Planalto corta gastos e planeja aumentar os tributos, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), sancionará nesta terça-feira (25) uma lei que reduz impostos para incentivar a produção de carne de aves.

As novas taxas tributárias serão de 7% sobre operações de saída interestadual de carne proveniente do abate de aves e 4,80% sobre movimentação interestadual de pintos de um dia.

O Maranhão consome 300 mil toneladas de aves por ano e produz apenas 105 mil toneladas anuais, segundo dados do Estado.

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Carga na caixa

Mesmo com a queda da produção industrial, o TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá), no Paraná, teve alta de 5,6% na movimentação de janeiro a julho, em relação ao intervalo de 2014.

O avanço foi impulsionado sobretudo por produtos refrigerados, como carnes, cujo transporte cresceu 21% –95% do segmento foram destinados à exportação.

"O setor vive tendências distintas, com importações em queda, mas com embarques em alta, principalmente por causa do dólar", diz o CEO, Luiz Antonio Alves.

O Tecon Rio Grande (RS) também registrou avanço até julho, com destaque para a cabotagem (navegação costeira), que cresceu 12,3%.

"Houve aumento de cargas na direção Norte-Sul do país, como resinas e eletrônicos, antes transportados por outros meios", diz Thierry Rios, diretor do Tecon.

MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES

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Mesa de negociação

A busca por uma solução negociada entre ex-empregados e empresas que devem direitos trabalhistas aumentou.

Cerca de 9.000 pessoas se inscreveram para participar de um mutirão da Justiça Trabalhista de São Paulo para tentar chegar a um acordo. Em 2014, foram 5.300 casos.

A economia, com empresas fechando e dificuldade para o trabalhador receber direitos explica o aumento, diz Heloisa Loyola, a juíza do núcleo de conciliação.

As negociações irão acontecer na semana da execução, no fim de setembro. São processos que já têm decisão sobre quanto a empresa deve desembolsar, mas cujos valores não foram pagos.

"Esses eventos são ótimos para empresas fazerem propostas, como parcelar ou negociar o valor da execução."

R$ 39 milhões foi quanto as empresas de SP que participaram da semana da execução pagaram aos trabalhadores em 2014

8.714 são os processos que já têm decisão da Justiça, mas cujas multas não foram quitadas, que vão ser objeto de negociação

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e FELIPE GUTIERREZ


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