Folha de S. Paulo


Atraso em portos fará país perder R$ 220 bi em quatro anos

Com a demora para concretizar investimentos em oito terminais portuários de São Paulo e Pará, o país poderá deixar de exportar US$ 66 bilhões (R$ 220 bilhões) em quatro anos em grãos e celulose.

A estimativa é da ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários) com base no volume que será movimentado nos portos incluídos na primeira fase do Programa de Investimentos em Logística II, do governo federal.

Os terminais, voltados para o setor de agronegócios, devem demorar cerca de quatro anos para receber as benfeitorias das concessões por causa, principalmente, do tempo para a obtenção de licenças ambientais.

"Essas áreas já ficaram 18 meses em análise no Tribunal de Contas da União. Os órgãos públicos deveriam trabalhar de forma harmônica para minimizar o tempo perdido", afirma Wilen Manteli, diretor-presidente da ABTP.

Quando concluídos, os terminais terão capacidade para transportar 23 milhões de toneladas de mercadorias ao ano e gerar aproximadamente US$ 12 bilhões em receitas.

"Essa demora desestimula as empresas interessadas em disputar as concessões. Algumas devem estar desistindo e pensando em investir em outros locais ou no exterior."

Os terminais previstos para a primeira fase ficarão nos portos de Santos (SP), Outeiro, Santarém e Vila do Conde, no Estado do Pará.

"Como o Norte não tem grande capacidade, os produtores precisam percorrer caminhos maiores para Santos e Paranaguá (PR). Hoje, estão represando o plantio por não ter como escoar."

Infográfico Ancorado

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O que estou lendo: Armando Monteiro Neto, ministro do Mdic

O ministro Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) costuma ler dois livros ao mesmo tempo. Atualmente, o primeiro deles é "O Fim do Poder", de Moisés Naim.

"O livro oferece uma análise de grande interesse sobre a anatomia e os limites do poder, sobretudo das estruturas tradicionais de poder, que passam por grandes transformações".

A segunda leitura, no campo da literatura, é "Vida e Destino", de Vassili Grossman. "O autor, considerado o Tolstói do século 20, retrata no romance épico a Rússia em um período importante [a Segunda Guerra Mundial]".

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Apetite paulistano

A Cia. Tradicional de Comércio, dona de bares e restaurantes como Bráz, Ici, Pirajá, Lanchonete da Cidade, Original e Astor, abrirá três restaurantes em São Paulo até o fim do ano. Outras duas operações já foram inauguradas desde janeiro.

O número está dentro da média dos últimos três anos. "Sentimos a retração do mercado, principalmente pelo movimento fraco nos primeiros dias de semana", diz o sócio Ricardo Garrido.

"Mas esse momento de crise vai passar e temos de estar bem posicionados para quando isso acontecer", acrescenta o empresário.

"Não temos um projeto de marca nova e, se tivéssemos, provavelmente não faríamos. Pois aí teria mais investimento e risco."

A empresa, dona de 25 operações no total, pretende entrar no mercado de Belo Horizonte. Esse plano, porém, está atrasado devido à crise. Para o Rio, onde atua com três casas, o grupo planeja uma nova unidade em 2016.

Garrido projeta uma alta de 25% no faturamento (sem considerar a inflação) para este ano. O grupo tem 1.200 funcionários e recebe cerca de 300 mil clientes por mês.

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Brinde nacional

As vendas de vinhos, sucos de uva e espumantes no país avançaram 4,65% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014.

No total, foram comercializados 177,7 milhões de litros, segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho).

"A alta do dólar tem ajudado", afirma o presidente do conselho da entidade, Moacir Mazzarollo. As importações das bebidas recuaram 1,9% entre janeiro e junho.

"O vinho nacional deixou de ter visibilidade de produto de segunda classe. Ainda não é visto como de primeira, mas já é considerado de boa qualidade."

Dos segmentos analisados, apenas o de vinho de mesa caiu no período (-0,01%). O de vinhos finos e espumantes cresceu 10,21%.

Mazzarollo projeta que o setor terminará o ano com um desempenho ainda melhor, pois as vendas são mais elevadas no segundo semestre.

Infográfico Taça Cheia

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Luz O Fundo Verde da UFRJ, que financia projetos sustentáveis, terá um parque de energia solar dentro do campus. A energia gerada irá para o consumo da universidade e o excedente será inserido na rede da distribuidora Light.

Oxigênio A White Martins desenvolveu um semirreboque para transporte que emite 14% menos CO2 e possibilita estocar 29 mil litros de gases. O veículo consumirá, por ano, 7.000 litros de diesel a menos que os convencionais.

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Hora do café

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI


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