Folha de S. Paulo


Ministério da Pesca quer isenção para produtores

Enquanto o Ministério da Fazenda planeja novos aumentos de impostos, o da Pesca e Aquicultura prepara pedidos de isenção tributária para produtores das cadeias de peixe e camarão.

A demanda mais recente da pasta, que está para ser analisada pela Fazenda, é a isenção de PIS/Cofins para a indústria de rações para o setor.

Hoje, outros fabricantes de alimentos para animais, como para porcos, já são desonerados. "O que defendemos é que haja uma equiparação", afirmou o ministro da Pesca, Helder Barbalho.

A ração corresponde de 50% a 70% dos custos dos produtores de pescado.

Editoria de Arte/Folhapress

"Se por um lado o governo abre mão de receita, por outro, garante maior competitividade aos produtores", disse Barbalho ao ser questionado sobre a probabilidade de o governo conceder uma isenção em época de ajuste fiscal.

A pasta calcula que a União renunciaria a R$ 60,5 milhões se desonerasse a indústria de ração para peixes e a R$ 32,1 milhões se fizesse o mesmo na de camarões.

O segundo pedido do ministério é que o camarão seja incluído na lista de produtos da cesta básica. Os itens que fazem parte da cesta são livres de impostos federais.

"Os peixes já têm esse benefício, inclusive o salmão e o bacalhau", acrescentou.

A medida, que foi enviada ao Congresso no ano passado, beneficiaria os 1.500 produtores de camarão do país se fosse aprovada.

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Mira paulista

Na contramão das redes de franquias que migraram seu foco de expansão do Sudeste para o Nordeste, as Óticas Diniz vão priorizar a cidade de São Paulo e a região metropolitana.

A empresa, fundada no Maranhão, prevê abrir 120 lojas neste ano no país.

"Estamos em cidades paulistas com mais de 100 mil habitantes, mas agora queremos ampliar nossa presença na Grande São Paulo", diz Arione Diniz, presidente e fundador da rede.

Karime Xavier/Folhapress
Arione Diniz, presidente e fundador da rede de óticas
Arione Diniz, presidente e fundador da rede de óticas

A região, hoje com 140 unidades, tem potencial para mais 200 nos próximos cinco anos, segundo ele.

"Era para termos pelo menos 500 lojas em São Paulo e Rio, mas demoramos para entrar nesses mercados. Estamos nele há cinco anos."

Além dos novos pontos, a empresa vai iniciar no segundo semestre um modelo de conversão de óticas menores em Óticas Diniz.

"O proprietário terá incentivos como um ano de isenção de taxa de franquia", afirma.

Cerca de 80% das lojas em operação são de rua.

"É importante estarmos na rua por sermos uma ótica popular. Mas as lojas de shopping, apesar de mais caras, dão visibilidade."

R$ 450 milhões foi o faturamento da rede no ano passado

800 são as lojas em funcionamento no país

9.300 é o número de funcionários

R$ 150 mil é o custo médio para abrir uma franquia das Óticas Diniz

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Cheque rejeitado

Do total de cheques movimentados no país em abril, 2,21% foram devolvidos pelos bancos por falta de fundos, segundo pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

Editoria de Arte/Folhapress

O percentual foi o pior para o mês desde 2006, quando o indicador ficou em 2,35%.

"A elevação está alinhada com a deterioração de outros indicadores neste início de ano, como os de inadimplência e de confiança do consumidor", diz Flávio Calife, economista da instituição.

No acumulado dos quatro meses de 2015, a proporção de cheques devolvidos ficou em 2,16% –no mesmo período de 2014, era de 2,06%.

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Sem alívio alfandegário

Das exportações brasileiras para o México, 10,5% se beneficiam de pacto bilateral tarifário, segundo a Confederação Nacional da Indústria.

"Isso mostra que o acordo está muito aquém dos interesses dos empresários e do potencial", diz Carlos Abijaodi, diretor da entidade.

Hoje, o Brasil envia ao país cerca de 5.600 mercadorias -800 delas são beneficiadas por um acordo que não inclui itens automotivos.

Uma comitiva formada pela entidade, com 56 empresários e representantes de associações, irá ao México na próxima semana, durante missão oficial da presidente Dilma Rousseff, para tentar estreitar a relação comercial.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI


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