Folha de S. Paulo


Loja on-line de marcas de luxo expande operações

A Farfetch, loja virtual inglesa que vende marcas de luxo, expandirá seu negócio pela América Latina.

Com um investimento de US$ 86 milhões (R$ 255 milhões), grande parte captada com o fundo americano DST Global, a companhia vai inserir o espanhol em sua plataforma on-line de compras e entrar, primeiramente, no mercado mexicano.

O escritório de São Paulo, aberto em 2010, será a base das operações na América Latina. Há outros sete espalhados entre Europa, Ásia e EUA.

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"O Brasil se assemelha com seus vizinhos por ter um mercado desafiador. A partir deste mês, com o espanhol integrado ao negócio, vamos fortalecer a marca na região", afirma José Neves, CEO e fundador da empresa.

O país é o terceiro maior mercado do grupo, atrás de Estados Unidos e Inglaterra.

O aporte também será utilizado para ampliar o número de funcionários em São Paulo. O plano é ter cem trabalhadores –incremento de 42% do quadro atual.

Alessandro Shinoda - 30.nov.2012/Folhapress
José Neves, CEO da loja on-line
José Neves, CEO da loja on-line

O investimento ainda servirá para implantar estratégias "omnichannel", que mesclam o ato da compra em ambientes físicos e virtuais.

Esse tipo de serviço entrará em operação no país até o próximo semestre, com a integração de metade das 80 butiques de luxo parceiras.

Apesar de ser o terceiro maior mercado, o ritmo das operações brasileiras está mais lento. "Está crescendo menos que China, Japão e Coreia em razão da crise econômica. Mas estamos otimistas porque o mercado on-line do país é muito farto."

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Parques mineiros

A parceria público-privada do governo de Minas Gerais para a gestão de parques recebeu uma proposta, do grupo RMG, da área imobiliária.

A empresa apresentou um valor de contraprestação anual de R$ 11,8 milhões, abaixo do teto fixado em R$ 14,6 milhões. Agora, o plano de negócios será avaliado.

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O projeto prevê que o parceiro assuma, por 25 anos, a administração de unidades de conservação da Rota das Grutas Peter Lund.

"É um modelo que permitirá unir a conservação ambiental a um maior uso dos espaços por turistas e pela comunidade do entorno", diz Ana Luisa da Riva, diretora do Instituto Semeia, que auxiliou na criação do edital.

O grupo vencedor terá de investir quase R$ 40 milhões nos dois primeiros anos. "Para esse aporte, utilizaremos recursos próprios", diz o sócio da RMG, Rodrigo Geo.

Na área pública, a empresa também integra o consórcio que assumiu a gestão de sete cemitérios no Rio.

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Compras no exterior

A Coop, cooperativa paulista de consumo que atua com supermercados, drogarias e postos de combustível, vai investir R$ 90 milhões para se expandir na região do ABC e no interior do Estado.

Cerca de R$ 50 milhões serão aportados no desenvolvimento de quatro supermercados, um deles em São José dos Campos, e cinco drogarias em pontos de rua.

"Focaremos a abertura de lojas grandes no interior de São Paulo, que cresce mais que o ABC e tem terrenos mais acessíveis", diz Marcio Francisco Blanco do Valle, presidente da cooperativa.

A Coop investirá ainda R$ 40 milhões em reformas e na aquisição de terrenos para a ampliação de cinco lojas em São José dos Campos, São Bernardo do Campo e Santo André, sede da rede.

"Com a crise econômica, surgem oportunidades de negócios. Como adiamos algumas ações, temos dinheiro em caixa para fazer essas compras", diz o executivo.

Entre os planos adiados está a instalação de um novo centro de distribuição na região do Grande ABC, previsto para 2014, mas que deve ocorrer neste ano.

R$ 2 bilhões
foi o faturamento da rede no ano passado

5.500
são os funcionários do grupo

1,6 milhão
é o número de cooperados no Estado de São Paulo

13ª
é a posição do Coop no ranking das maiores redes de supermercados do país, segundo a Abras

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Comércio sem perspectivas

O nível de confiança dos empresários do comércio caiu em fevereiro pelo sétimo mês seguido, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

O índice recuou 14,6% em relação a fevereiro de 2014 e chegou aos 100,6 pontos, em escala de 0 a 200 (números altos indicam mais confiança).

Os recentes aumentos de impostos e tarifas influenciaram de forma negativa na percepção dos lojistas.

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"O consumidor terá o seu potencial de compras bastante comprometido ao longo de 2015 e isso se refletiu na confiança do setor", diz Fábio Bentes, economista da CNC.

A elevação nos preços de tarifas, como as de água e transportes, vai impactar no orçamento das famílias e reduzir sobretudo a compra de duráveis, segundo Bentes.

A projeção da CNC é de crescimento de 1,7% nas vendas neste ano, abaixo dos 2,2% de 2014 –resultado que foi o pior desde 2003.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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