Folha de S. Paulo


Economistas veem figurino menos conservador em Levy

"Você nem parece um 'chicaguiano'", teria dito certa vez Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e coordenador do programa econômico de Aécio Neves na eleição, para Joaquim Levy, que deverá assumir o Ministério da Fazenda.

Para interlocutores, Fraga não veria em Levy o figurino 100% conservador de Chicago, onde o engenheiro naval fez o doutorado.

Diretor da gestora de recursos do Bradesco, Levy chegou a trocar ideias com Fraga sobre propostas para a área fiscal, mas "não participou de nada da campanha", afirmou um economista que colaborou com o programa econômico do PSDB.

"Como muitos do mercado, ele participou de palestras e conversas com pessoas ligadas a candidatos, como da Rede [de Marina], Rands [Alexandre, economista que trabalhou com Eduardo Campos], inclusive com Alexandre Teixeira, do governo", disse um analista.

"O Levy é muito mais 'light'. O pragmatismo de engenheiro o levou a aceitar um cargo em um governo do PT, por exemplo. A versão da 'amizade' entre os dois parece mais uma intriga", afirmou um diretor da área de fundos de investimento.

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Moda acelerada

A varejista de moda TNG pretende inaugurar 15 novas unidades em 2015. Nos últimos anos, o ritmo de ampliação seguiu uma velocidade de oito a dez pontos.

"Vamos aproveitar para ganhar mercado por conta da retração de algumas empresas do setor nesse momento da economia", afirma Tito Bessa Jr, fundador e presidente do grupo.

"Fizemos uma pesquisa que mostrou que a marca comporta até 500 operações, ainda temos um bom espaço para crescer", diz o empresário. Hoje, são 185 unidades, todas próprias.

Editoria de Arte/Folhapress

A empresa deverá investir cerca de R$ 20 milhões na expansão. O valor inclui a modernização de um centro de distribuição localizado em Três Lagoas (MS).

O crescimento vai contemplar lojas de shoppings e unidades de rua. "Estamos avaliando os shoppings com cautela, principalmente em municípios onde surgiram empreendimentos que estão muito próximos, como ocorre em Sorocaba", afirma.

"As lojas de rua, quando bem localizadas, têm desempenho melhor do que em shoppings, com um custo de ocupação até 50% menor."

A empresa estuda franquear a marca a partir de 2016, sobretudo para atender cidades menores.

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Cooperativa investe R$ 20 mi em robotização de produção

A cooperativa Dália Alimentos, do Rio Grande do Sul, desenvolveu um projeto de robotização da produção de leite que demandará R$ 20 milhões em investimentos.

O plano prevê que sócios se reúnam em quatro "condomínios". Cada um desses receberá três robôs.

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Esses computadores, importados da Suécia, farão a ordenha e todo o gerenciamento da criação das vacas, controlando, por exemplo, a alimentação e a temperatura de cada animal.

"Conhecemos essa experiência de condomínios na Espanha. A ideia é juntar pequenos produtores em projetos maiores para ganhar escala e minimizar a necessidade de mão de obra", diz o presidente do conselho administrativo, Gilberto Piccinini.

Com os equipamentos, o trabalho que era realizado por nove pessoas, por exemplo, poderá ser feito por três.

"Observamos que a idade média dos produtores vem aumentando e o número de jovens no campo diminuindo. Esses robôs reduzem a necessidade de pessoas."

O aporte será feito pela cooperativa em uma área própria. Os produtores pagarão aluguel, mas, no futuro, poderão adquirir o terreno e os equipamentos.

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Desconfiança econômica

O otimismo dos executivos brasileiros em relação à economia recuou seis pontos percentuais no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2013, indica pesquisa da consultoria Grant Thornton.

Dos entrevistados no país, 28% estão otimistas. No ano passado, eram 34%.

Com esse resultado, o Brasil figura na 20ª posição entre as 34 nações pesquisadas.

A Índia é o país em que foi registrado o maior índice (95%). A Argentina, por sua vez, é o mais pessimista: -44%. Na zona do euro, o indicador atingiu 5%.

No Brasil, 39% dos ouvidos afirmaram que contratarão mais. Pouco mais de 65% acreditam que a receita aumentará e 46% realizarão investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Entre as 10 mil empresas que participaram do estudo, 300 são brasileiras.

43% é o índice de empresários otimistas no mundo

62% é o percentual de empresários brasileiros que não acreditam na subida dos preços

56% é o percentual de empresários no Brasil que afirmam que terão maior rentabilidade

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Resultado prático

Quase metade (48%) dos executivos de RH de 13 países acredita que suas empresas reconhecem apenas em algumas ocasiões a relação entre os investimentos em treinamento e pessoal e os negócios.

O dado é de pesquisa da Right Management, empresa especializada em gestão de carreira do grupo Manpower, feita com 2.200 profissionais.

O levantamento mostra que esse número é maior na Europa (50%) e menor na Ásia (44%). No continente americano, fica em 47%.

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Também na América, 44% dos entrevistados disseram que essa relação é feita sempre -a média global é de 40%. Na Ásia, chega a 45%.

Na Europa, foi registrada a maior parcela (15%) de executivos que afirmaram que suas companhias nunca percebem os resultados dos aportes em RH. Na Ásia e nas Américas, são 11% e 9%, respectivamente.

Entre todos o analisados, o Brasil ficou na antepenúltima posição na lista dos países onde há maior cobrança para que se tenha uma medição rigorosa do impacto dos investimentos em RH no desempenho da empresa.

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Guarda-roupa... A Pimpolho, empresa especializada em calçados, acessórios e brinquedos para bebês com sede no Espírito Santo, acaba de entrar segmento têxtil.

...infantil A companhia, que produz 20 mil pares de calçados diariamente e que está em 8.000 pontos de venda no país, faturou R$ 100 milhões até outubro deste ano.

Lederly

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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