Folha de S. Paulo


Aporte em energia destina 22% para fonte renovável

Menos de um quarto dos investimentos em energia previstos para o país até 2023 serão destinados para fontes renováveis, de acordo com um estudo da FBDS (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável).

O Brasil deverá investir cerca de R$ 1,26 trilhão no período, dos quais 78% em fontes não renováveis, como o petróleo. O restante (22%) irá para energias consideradas verdes, segundo o levantamento.

"As energias renováveis ainda são fartamente penalizadas por uma política de impostos que não é conveniente ao incentivo a essas fontes", afirma Israel Klabin, presidente da entidade.

Editoria de arte/Folhapress

Até 2023, a maior parte dos recursos envolverá a exploração e a produção de petróleo e gás natural, que representam mais de 60% dos aportes previstos. A fabricação de biocombustíveis, como o etanol, ficará com cerca de 6%.

O estudo, que será apresentado na próxima semana e entregue ao Ministério do Meio Ambiente, também propõe metas para a descarbonização da matriz energética.

Entre elas, está o aumento da participação de biocombustíveis nos transportes.

"A ideia é que esses indicadores possam servir para um projeto de Estado, não apenas de governo", afirma o executivo, que também integra o conselho de administração da Klabin.

Hoje, a parcela de fontes renováveis na matriz nacional é de aproximadamente 42%, acima da média mundial (13%), segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia.

Usinas eólicas, solares, pequenas hidrelétricas e termelétricas a biomassa deverão ter uma expansão média de 10,7% ao ano até 2023, ainda de acordo com o órgão.

Fabio Teixeira/Folhapress
Israel Klabin, presidente da entidade, no Rio de Janeiro
Israel Klabin, presidente da entidade, no Rio de Janeiro

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Contêiner paraguaio

O TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá, no PR) controlará o transporte das cargas importadas pelo Paraguai que utilizam o porto paranaense como rota.

O contrato foi assinado entre o TCP e a ANNP (Administração Nacional de Navegação e Portos), do país vizinho.

Pelo acordo, o terminal brasileiro fará o transporte das cargas desembarcadas no Porto de Paranaguá e, por via terrestre, as levará até a aduana de Ciudad del Este.

"Desoneramos o custo e o tempo de espera pelo transporte, que cairá de 35 dias para três", diz Juarez Moraes e Silva, diretor do terminal.

A expectativa do TCP é movimentar 200 contêineres por mês e gerar um incremento na receita de R$ 6 milhões.

Neste ano, o terminal prevê registrar um faturamento de R$ 500 milhões –alta de 15,5% em relação a 2013.

O TCP estima que apenas 5% do volume de cargas importadas pelo Paraguai chegue pelo Brasil.

"Queremos resgatar uma carga que era transportada pelo Brasil e hoje migrou para o Uruguai", afirma Silva.

Sem saída para o mar, o Paraguai depende de acordos diplomáticos e comerciais com seus vizinhos para importar e exportar produtos.

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Remédio em dobro

O faturamento das vendas de medicamentos isentos de prescrição médica quase dobrou nos últimos cinco anos.

Nos 12 meses encerrados em setembro deste ano, foram comercializados R$ 18,4 bilhões, segundo dados da IMS Health levantados pelo Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica no Estado de São Paulo). No mesmo período terminado em 2010, foram R$ 9,98 bilhões.

A participação desses remédios no mercado, porém, é estável. Ficou em 29% neste ano -0,25 ponto percentual a menos que em 2010.

Editoria de Arte/Folhapress
bula
bula

"Esse setor tem uma participação ao redor dos 30% historicamente. Vem registrando um crescimento bom, assim como o mercado de medicamentos como um todo", diz o presidente-executivo da entidade, Nelson Mussolini.

"É um segmento com muita concorrência de preço. Investir em publicidade ajuda, mas a rentabilidade também não é muito alta", acrescenta o executivo.

Em números de caixas vendidas, houve uma alta de 50,7% no período analisado.

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Sem receita

Focada em produtos isentos de prescrição médica, a MIP Brasil Farma, que trabalha com licenciamentos do exterior e produção terceirizada, vai passar a fazer em fábrica própria o envase e a embalagem.

"O que nos atraiu nesse mercado de isentos é a taxa de crescimento, que excede a do mercado tradicional. Observamos uma preocupação grande do consumidor com bem-estar e beleza", diz o presidente da MIP Brasil, Wolney Alonso.

Karime Xavier/Folhapress
Wolney Alonso, presidente da empresa farmacêutica
Wolney Alonso, presidente da empresa farmacêutica

A empresa, que investe R$ 20 milhões ao todo na planta em Ribeirão Preto (SP), possui licença de três linhas (de produtos para os pés, tirar manchas de pele e bala de goma com fibras). Outros dez produtos estão na fila para entrar no mercado, alguns já aprovados pela Anvisa.

"É um modelo enxuto e de resposta rápida", afirma. Mesmo assim, a MIP, que completou seu primeiro aniversário, levou quase dois anos para iniciar as vendas.

A expectativa é faturar cerca de R$ 35 milhões neste ano.

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Padrão inglês

A parcela de britânicos que acredita que seu padrão de vida melhorou com o início da recuperação econômica do país subiu ligeiramente, segundo pesquisa da Ipsos.

Em novembro de 2013, 14% diziam que o impacto da expansão da economia em suas vidas havia sido grande ou mediano. Hoje, são 17%.

Também no ano passado, 84% afirmavam que o impacto era pequeno ou nulo. Neste ano, são 80%.

Editoria de Arte/Folhapress
vida real
vida real

A parcela que acredita que sua situação financeira vai piorar nos próximos 12 meses caiu de 33% para 22%.

A pesquisa mostra, no entanto, que 75% ainda não veem uma possível melhora em seu padrão de vida até novembro de 2015.

Ao todo, 1.011 pessoas foram entrevistadas.

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Cartão... Uma tecnologia apresentada pelo governo da Estônia em São Paulo, nesta quinta-feira (13), despertou o interesse do Estado.

...báltico Trata-se de um cartão único que permite aos cidadãos acesso a todos os serviços públicos oferecidos.

Prêmio... A Investe SP, agência do governo paulista, vai premiar em dezembro 21 empresas que iniciaram produção no Estado.

...produtivo São companhias que, juntas, investiram aproximadamente R$ 3,8 bilhões em São Paulo.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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