Folha de S. Paulo


Crédito de bancos federais para o turismo cresce 4,8% até setembro, mas desacelera

Os empréstimos de instituições financeiras federais para empresas de turismo atingiram R$ 9,6 bilhões de janeiro a setembro deste ano, um aumento de 4,8% em relação ao mesmo período de 2013, segundo levantamento do Ministério do Turismo.

Apesar da alta, houve uma desaceleração na evolução dos financiamentos para o setor –nos últimos três anos, o volume de crédito havia crescido acima de 20%.

Um dos motivos para o avanço maior em anos anteriores foi o período pré-Copa do Mundo, que demandou mais investimentos por parte de segmentos como hotéis e infraestrutura turística.

"É claro que a Copa ajudou [no crescimento maior antes de 2014]", diz Neusvaldo Lima, secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo.

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"Mas o Mundial continua a beneficiar, pois muitos dos investimentos turísticos feitos agora no país ainda se valem da exposição que o Brasil teve durante o período dos jogos", avalia Lima.

O valor calculado pelo ministério inclui os financiamentos concedidos por Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a Caixa liderou os desembolsos, com 52,7% do total, seguida pelo Banco do Brasil (38,4%).

"A maior parte foi destinada para novos projetos, como hotéis, parques, bares e restaurantes. Há também recursos provenientes de linhas para capital de giro", diz.

"O setor continua a investir. Conforme a Europa sai da crise econômica, a tendência é que haja um crescimento no número de visitantes."

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Parceria de transferência de tecnologia de remédio é fechada

O Ministério da Saúde assinou contrato com o laboratório Bionovis e com a Janssen (da Johnson & Johnson) para executar a primeira parceria de desenvolvimento produtivo (PDP) de um medicamento biológico -feito a partir de células vivas.

O contrato prevê que a multinacional transfira a tecnologia para a brasileira produzir a droga infliximabe (usada no tratamento doenças reumáticas e autoimunes) no país.

Também serão habilitados para fabricar o remédio os laboratórios públicos Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Vital Brazil.

Simon Plestenjak - 15.jun.2012/Folhapress
Odnir Finotti, presidente executivo do laboratório
Odnir Finotti, presidente executivo do laboratório

"Todos os envolvidos terão o domínio completo da tecnologia, mas isso não significa que todos produzirão o medicamento de forma integral", diz o presidente-executivo da Bionovis, Odnir Finotti.

O governo federal é o principal comprador desse remédio, no qual gasta R$ 206 milhões por ano.

Nos próximos três anos, a Bionovis deverá comprar o produto da Janssen e repassá-lo para os laboratórios públicos. A partir de então, as brasileiras terão capacidade de desenvolver partes da etapa de produção em suas plantas. A fabricação total no país ocorrerá entre cinco e sete anos.

Resultado de uma parceria entre as farmacêuticas EMS, Ache, Hypermarcas e União Química, a Bionovis foi criada em 2012 com o apoio do governo federal, que, com o projeto, economizará nas compras dos medicamentos.

O local onde será instalada a fábrica (de R$ 350 milhões) do laboratório deverá ser decidido até o fim deste mês. O Rio de Janeiro é o Estado mais cotado.

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Economia sustentável

A Desenvolve SP (agência paulista de fomento) concedeu nos últimos quatro anos R$ 100 milhões em uma linha de crédito voltada para financiar projetos sustentáveis das micro e pequenas empresas.

Do total de recursos, R$ 52 milhões foram financiados em ações na indústria e o restante, R$ 47,7 milhões, para projetos nos setores de serviços e comércio do Estado.

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Entre os principais itens financiados estão a compra de biodigestores, instalação de placas solares e a aquisição de veículos movidos a etanol.

"O empresariado enxergou que um negócio ambientalmente correto conquista uma marca sólida no mercado" diz Milton Santos, presidente da Desenvolve SP.

Entre as 11 linhas de crédito da agência, a de "economia verde" é uma das mais vantajosas. A taxa de juros é de 5% ao ano e o prazo de quitação chega a dez anos.

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Bolso no vermelho

Caiu o pagamento de dívidas atrasadas que estavam registradas no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) em outubro na comparação com setembro, segundo a Boa Vista, que administra o sistema.

O indicador de recuperação de crédito, obtido a partir do número de inadimplentes que regularizaram a situação, sofreu um recuo de 2,2% no mês de outubro.

No acumulado dos últimos 12 meses, a retração foi ligeiramente menor: 2,1%.

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"O cenário é crítico neste ano em razão do menor crescimento da renda, do aumento da taxa de juros para renegociar dívidas e do crédito mais restrito", diz Flávio Calife, economista da entidade.

Em outubro, o setor varejista obteve ligeira alta de 0,6% na recuperação do crédito em relação a setembro.

As regiões Sul (7,6%) e Centro-Oeste (4,6%) foram as que registraram as maiores quedas no saldo de dívidas. No Norte, houve alta de 2,6%.

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Feitiço... O advogado e professor titular da PUC Tércio Sampaio Ferraz Jr. realiza a nona edição de seus Seminários da Feiticeira, em Ilhabela (SP), nos próximos dias 28, 29 e 30. Neste ano, o tema é o direito à verdade.

...filosófico Entre os convidados do professor para debater no evento fechado estarão Eros Grau, Celso Lafer, Nelson Jobim e Leora Bilsky, da Universidade de Tel Aviv.

Atual "A professora Bilsky é uma das maiores especialistas no tema, que é oportuno porque em cerca de dez dias a Comissão da Verdade entregará seu relatório final", diz Sampaio Ferraz Jr.

Sem... A Aegea, holding de saneamento que atende 34 municípios do país, fechou parceria com a israelense Takadu para reduzir em 20% o índice de perda de água de duas de suas concessionárias.

...vazamentos As concessionárias Prolagos, que opera na região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e Águas Guariroba, em Campo Grande, são as que participarão do projeto.

Atendimento... A AeC, empresa de contact center com sede em Belo Horizonte, vai expandir sua unidade localizada em Campina Grande, na Paraíba. O investimento será de R$ 6,4 milhões.

...em linha O espaço, onde a companhia atende empresas de telefonia e de TV por assinatura, passará de 9.300 m² para 10,5 mil m². A AeC tem unidades em cinco Estados.

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com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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