Folha de S. Paulo


Empresa da área hospitalar crescerá menos neste ano

Empresas de equipamentos hospitalares esperam crescer menos neste ano, influenciadas pela redução de contratos públicos e pela desaceleração no volume de cirurgias eletivas no sistema privado de saúde.

A GE projeta uma elevação de 15% em seu faturamento no Brasil em 2014, na comparação com o ano anterior. Em 2013, a alta foi de 34%.

Os negócios com a rede pública, que tradicionalmente representavam 50% das operações, não devem ultrapassar os 30% neste ano, de acordo com Daurio Speranzini Jr, CEO da GE Healthcare na América Latina.

"Não tivemos contratos com os governos estaduais e federal a partir do terceiro trimestre. Isso é comum em ano de eleição", diz Speranzini.

A companhia, entretanto, não sofreu reflexos do pleito e da Copa do Mundo nos contratos privados.

"Dois congressos comerciais do setor de diagnósticos por imagem e de emergência e terapia intensivas mantiveram nossa projeção de crescimento inicial."

O segmento de radiologia da companhia responde por cerca de 65% do faturamento anual no país. O restante advém da venda de produtos para cuidados críticos com a saúde, como de monitoramento, emergência e UTIs.

O setor deverá fechar 2014 com um crescimento entre 9% e 10%, segundo a Abimed (que representa as empresas de equipamentos).

"As baixas ao longo do ano se recuperaram e mantiveram as projeções iniciais de crescimento", afirma Carlos Goulart, presidente da entidade.

1.000 é o número de funcionários da GE Healthcare no Brasil

50 mil são os funcionários em todo o mundo

R$ 15 bilhões serão aportados pela empresa até 2015 em todo o mundo

R$ 75 milhões estão sendo investidos na planta brasileira de Contagem

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Sobe e desce cirúrgico

Após junho e julho difíceis, a Johnson & Johnson Medical Brasil vendeu mais em outubro deste ano que no mesmo mês de 2013.

"Muita gente deixou para fazer cirurgias depois da Copa e das férias, o que concentrou o volume de procedimentos para os meses posteriores", diz Marcio Codeço Coelho, presidente da companhia no Brasil.

As cirurgias eletivas representam entre 50% e 60% do volume anual vendido pela empresa no país, segundo Coelho.

Adriano Vizoni/Folhapress
Marcio Codeço Coelho, presidente da companhia no país
Marcio Codeço Coelho, presidente da companhia no país

"Os hospitais não estocam materiais cirúrgicos de alto valor e nós consignamos esses produtos. Se não ocorrem cirurgias, não faturamos", explica o executivo.

A companhia prevê fechar 2014 com um crescimento de dois dígitos, como projetado inicialmente, mas abaixo do desempenho de 2013.

"São anos diferentes. No ano passado a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) autorizou alguns procedimentos, o que aumentou o fornecimento de produtos naquele ano."

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Setor atacadista tem estagnação até setembro, aponta entidade

O faturamento do setor atacadista e distribuidor caiu em setembro pelo quarto mês consecutivo, de acordo com dados da Abad (associação da área) em pesquisa feita pela FIA (Fundação Instituto de Administração).

Houve retração de 2,38% em setembro, descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês de 2013.

Karime Xavier/Folhapress
José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da associação de atacadistas
José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da associação de atacadistas

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o cenário é praticamente de estagnação: alta de 0,2%.

Editoria de Arte/Folhapress

Fornecedor sobretudo para pequenos e médios comércios, como supermercados, lojas de materiais de construção e papelarias, o segmento sentiu diretamente os reflexos da desaceleração registrada no varejo.

"A expectativa agora é que os últimos três meses do ano, quando tradicionalmente as vendas têm uma reação, consigam pelo menos reverter parte desse cenário", diz José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da entidade.

A Abad iniciou 2014 com a previsão de crescimento de 3,5%, mas revisou a estimativa para baixo duas vezes. Em agosto, após a Copa, a associação recuou a projeção para 2,5% e, pouco depois, para o intervalo de 1,5% a 2%.

No ano passado, o setor teve um crescimento real de 4,4%, com um faturamento de R$ 197,3 bilhões.

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Confiança emergente

Moradores de países emergentes estão mais satisfeitos com suas vidas hoje do que há sete anos, segundo estudo do Pew Research Center.

Em média, 51% das pessoas entrevistadas nas economias emergentes avaliaram o cenário atual de forma positiva. Em 2007, essa parcela era de 33%.

Nos países desenvolvidos, o percentual recuou de 57% para 54% no intervalo.

73% foi a parcela de brasileiros que afirmaram estar satisfeitos com a vida no país

66% foi o percentual registrado na Argentina

65% foi a média de satisfação entre os moradores dos Estados Unidos

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Bebê atlético Em 2015, a Bodytech inaugurará sua primeira academia para crianças de seis meses a oito anos. A unidade será no Leblon, no Rio, e terá cerca de 1.200 m².

Retorno Os investimentos externos captados por start-ups participantes do programa Start-up Brasil ultrapassaram os R$ 7,7 milhões aportados pelo governo federal.

Retalhos... As vendas do comércio atacadista de tecidos, no segmento de cama, mesa e banho, diminuíram 1% de setembro para outubro no Estado de São Paulo.

...no comércio Essa foi a segunda queda consecutiva, segundo o Sincatvaesp (sindicato do setor). Em setembro, a entidade havia registrado queda de 2,5%.

Editoria de Arte/Folhapress

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI


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