Folha de S. Paulo


Laboratório começa a fabricação de remédios com código de rastreabilidade

Com mais de um ano de antecedência do prazo da Anvisa para a implantação do Sistema de Rastreabilidade de Medicamentos, o setor farmacêutico começa a testar o mecanismo.

"Toda mudança nas linhas de produção precisa de aprovação da Anvisa. Por isso, as empresas estão se adiantando para não terem problemas perto do prazo final", diz Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma (sindicato da indústria).

A Libbs já produz o anticoncepcional Iumi com o código que será obrigatório em parte dos remédios nacionais a partir de dezembro de 2015.

Ao menos outros 30 laboratórios compraram equipamentos para se prepararem para cumprir a norma.

O código permitirá um monitoramento dos remédios desde a produção até o ponto de venda, o que ajudará a coibir roubo, comércio clandestino e falsificação.

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"Estamos nos antecipando para termos tempo de fazer ajustes, se forem necessários", diz Marcia Martine Bueno, diretora da Libbs.

A empresa ainda não precisou em quanto aumentarão as despesas. Por ora, apenas em equipamentos foram alocados cerca de R$ 7 milhões.

"É um custo a mais, mas o benefício para o consumidor, de ter a qualidade do medicamento garantida, além de reduzir roubos de lotes, compensa e pode ser absorvido."

"A falsificação nem é mais o maior problema, e sim a distribuição de cargas roubadas, que podem não ter sido bem acondicionadas e mantidas."

A Libbs fará uma apresentação nesta quarta-feira (8) em sua fábrica paulista, de onde um lote à venda em Brasília será acompanhado.

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Incremento na bula

A Prati-Donaduzzi investirá R$ 40 milhões em pesquisa e criação de novos medicamentos em 2015.

O montante é 60% superior ao que será aportado até o final deste ano, de acordo com Luiz Donaduzzi, presidente da empresa.

"A partir do ano que vem começaremos a trabalhar com produtos de inovação incremental [modernização de um princípio ativo que já existe com a inclusão de novas características] e os gastos serão maiores."

Cerca de R$ 10 milhões do aporte total para o próximo ano será aplicado na criação de produtos inovadores. O restante será voltado para genéricos e similares.

Para dar suporte às novas ações, a fábrica da indústria, localizada em Toledo (PR), será ampliada de 4.000 m² para 6.000 m².

"Também teremos uma expansão de 25% em novos equipamentos e em contratação de pesquisadores", afirma Donaduzzi.

A farmacêutica tem cerca de 200 pessoas envolvidas nos processos de desenvolvimento e inovação de medicamentos.

"No futuro, teremos produtos customizados para crianças, idosos e diferentes grupos de pessoas", afirma Christian Menezes, diretor de pesquisa da companhia.

A Prati-Donaduzzi tem 150 medicamentos em seu portfólio e 70 que aguardam registro na Anvisa.

R$ 625 milhões foi o faturamento da empresa no ano passado

4.300 é o número de funcionários da companhia

60 são os medicamentos em desenvolvimento

R$ 25 milhões é o que será investido em inovação até o final deste ano

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Orçamento apertado

O número de famílias brasileiras que teve alguma sobra no orçamento após o pagamento de todas as contas diminui de 32,6% em julho de 2013 para 27,7% no mesmo mês deste ano, segundo pesquisa da Fecomércio RJ.

A parcela da população cuja receita foi suficiente para todas as despesas, no entanto, subiu nove pontos percentuais e atingiu 51,1%.

O levantamento também mostra que o número de consumidores com alguma conta parcelada recuou 8,4 pontos e ficou em 39,5% –menor patamar para um mês de julho desde 2009, quanto a pesquisa começou a ser feita. Entre os tipos de parcelamento, o carnê foi o mais utilizado, com 54,3%.

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O percentual de famílias com prestações atrasadas também caiu (-7,2 pontos percentuais) e chegou a 15,7%.

Ainda houve retração no total de brasileiros que pretende comprar algum produto durável nos próximos três meses: de 15,7% para 14,5%.

A intenção de adquirir um televisor foi a que mais diminuiu (-10,2 pontos). O retrocesso é creditado à antecipação das compras para a Copa.

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Boas práticas na rede

Nenhum dos 38 principais grandes bancos da América Latina está totalmente protegido contra ataques de e-mails que usam seus nomes para cometer fraudes, segundo estudo da Return Path, de soluções para a internet.

Entre as instituições consultadas, 27 disseram fazer uso dos padrões de autenticação SPF e Dkim, que ajudam a filtragem de e-mails que podem ir para a caixa de entrada, mas não combatem totalmente os ataques.

O protocolo de segurança Dmarc, que libera somente remetentes protegidos e é considerado o mais completo, não é usado por nenhuma das instituições.

"Algumas empresas desconhecem a ferramenta e são muito focadas em prevenções somente dentro do ambiente corporativo, sem se voltarem diretamente para a segurança dos clientes no ambiente virtual", afirma Louis Bucciarelli, diretor da Return Path na América Latina.

As soluções são gratuitas e abertas a todas as empresas.

"Não se trata de um anti-vírus, mas de uma ação colaborativa entre os provedores e as companhias."

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Economia em segundo plano

A parcela de britânicos que considera a economia o principal problema a ser enfrentado na região caiu de 14% em agosto para 10% em setembro, de acordo com pesquisa da Ipsos.

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O desemprego, por sua vez, deixou de estar entre as três principais preocupações da população. Em agosto, havia sido citado por 11% do entrevistados. No mês passado, foi lembrado por 8%.

A questão de defesa e terrorismo ganhou espaço (de 5% para 11%) em decorrência dos ataques ao Estado Islâmico. Ao todo, 995 pessoas foram ouvidas.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI


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