Folha de S. Paulo


Setor da construção civil prevê demissões

A indústria da construção civil voltará a reduzir o número de vagas até o fim do ano -assim como ocorreu no último trimestre de 2013 e em março e junho de 2014-, segundo José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP (sindicato do setor do Estado).

"É esperada uma queda real no nível de emprego. Será gradativa até dezembro."

Editoria de Arte/Folhapress

Em agosto, o número de contratados pelo segmento no país avançou 0,08% na comparação com julho. No mesmo período do ano passado, a alta também foi pequena, mas maior (de 0,45%).

"Houve uma contratação de quase 16 mil pessoas em agosto de 2013. Agora, não chegou a 3.000", acrescenta.

"Isso é um reflexo direto da situação econômica brasileira e da insegurança de consumidores e investidores."

No acumulado do ano, foram criadas 21,8 mil vagas. No total, a indústria emprega hoje cerca de 3,518 milhões de trabalhadores.

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José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade
José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade

O Sudeste e o Centro-Oeste puxaram o nível de emprego para baixo em agosto, com retração de 0,13% e 0,12%, respectivamente. Nas duas regiões juntas, foram fechados 2.626 postos.

No Estado de São Paulo, Ribeirão Preto registrou o pior desempenho (-1,24%). Presidente Prudente (1,12%) e São José do Rio Preto (0,62%) foram as únicas cidades monitoradas com alta.

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Aporte dentro de loja

A maioria dos pequenos varejistas de materiais de construção deverá priorizar melhorias nas lojas já existentes, em detrimento de aportes em expansão, segundo estudo da Abad (associação de atacadistas e distribuidores) em parceria com a Agenttia.

A abertura de unidades ficou em segundo plano por causa do momento da economia, na análise da entidade.

"Com o cenário de incerteza, os empresários tiraram a expansão de suas prioridades", afirma Guilherme Tiezzi, do comitê de materiais de construção da Abad.

A maior parte dos entrevistados também decidiu ampliar de 12 para 24 meses os prazos para os investimentos.

A pesquisa mostrou ainda que as empresas têm procurado diversificar o negócio –87,5% pretendem investir na expansão da venda de produtos que não são considerados materiais de construção.

Entram nessa categoria equipamentos de proteção individual e utilidades de casa e jardim, por exemplo.

Foram feitas 219 entrevistas. O estudo será apresentado nesta segunda-feira (22), em um fórum em São Paulo.

52% é a parcela que pretende investir na infraestrutura já existente

80% das pequenas empresas da área se abastecem por meio de atacadistas e não diretamente da indústria

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Turismo molhado

Mesmo com o cenário econômico mais fraco, o segmento de parques temáticos e atrações turísticas deverá evoluir cerca de 10% neste ano em número de visitantes, de acordo com o Sindepat, que representa a área.

"Deverá ficar um pouco abaixo de 2013 [que cresceu de 12% a 15%]", afirma o presidente da entidade, Alain Baldacci.

O setor poderá ser beneficiado por um incremento de turistas que, tradicionalmente, visitariam parques estrangeiros e que, por questões econômicas, optarão pelos nacionais.

Karime Xavier/Folhapress
Alain Baldacci, presidente do parque aquático e da associação do setor
Alain Baldacci, presidente do parque aquático e da associação do setor

O aumento também será puxado pelo bom desempenho dos destinos aquáticos, que tiveram um primeiro semestre acima da média por causa do calor prolongado.

O Wet'n Wild, parque aquático paulista presidido por Baldacci, fechou a temporada 2013/2014 em julho com 488 mil visitantes –alta de 26% ante o período anterior.

O grupo aportará cerca de R$ 10 milhões em uma nova atração, um toboágua com um funil onde o turista poderá atingir uma velocidade de até 70 km/h.

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Ocupação das aéreas chega a 79,3% em agosto e bate recorde

A taxa de ocupação dos voos domésticos atingiu 79,3% em agosto, indica a Abear (associação que representa 99% do setor aéreo).

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador apresentou elevação de 1,3 ponto percentual.

O nível de ocupação é recorde para o mês desde que a Anac (agência da aviação civil) e a Abear passaram a contar com o índice em 2006 e 2012, respectivamente.

"As empresas ajustaram a oferta de assentos e conseguiram atender mais passageiros a um preço acessível em um mês de movimentação fraca", afirma Eduardo Sanovicz, presidente da entidade.

Nos últimos cinco anos, a taxa de ocupação média anual saltou de 66% para 80% –alta de 14 pontos percentuais, segundo a Abear.

"As empresas estão crescendo apesar da economia ruim e do custo do combustível, que representa 40% do valor da passagem", diz.

80% foi a taxa média de ocupação dos voos domésticos até julho deste ano

100 milhões foi o total de passageiros transportados em 2013 no país

85% foi a taxa média de lotação dos voos domésticos das aéreas americanas até julho

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Minoria otimista

Um quarto dos brasileiros avaliou como boa a situação econômica do país no mês passado, segundo pesquisa da consultoria Ipsos.

Entre 25 nações incluídas no estudo, o Brasil ficou no 16º lugar, um à frente da Argentina, onde 24% avaliaram de forma positiva o cenário econômico do país.

O ranking foi liderado pela Arábia Saudita, com 85% de otimismo entre os consultados. Na ponta de baixo, ficou a França, com 6%.

No Brasil, a parcela de consumidores confiantes recuou 12 pontos desde janeiro, quando marcava 37%.

Em junho, durante a Copa do Mundo, o percentual de otimistas subiu e chegou a ficar outra vez acima dos 30%, mas voltou a registrar quedas nos meses seguintes.

Foram entrevistados pela consultoria 18.056 adultos nos 25 países –aproximadamente mil no Brasil.

Editoria de Arte/Folhapress

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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