Folha de S. Paulo


Setor de insumo cosmético investe em produção local

Para reduzir custos logísticos e se livrar de travas existentes na importação, empresas de insumos cosméticos e de higiene pessoal têm investido na fabricação local de produtos, segundo a Abihpec (associação do setor).

"A infraestrutura precária do país para importação e a burocracia na entrada de produtos levam a essa nacionalização", diz João Carlos Basilio, presidente da entidade.

O grupo americano Lubrizol vai entrar na produção de matéria-prima para itens de cuidados pessoais e domésticos no país com uma fábrica em Belford Roxo (RJ).

Serão feitos tensoativos que servem de base para produtos como cremes, xampus, sabonetes líquidos, amaciantes de roupas e detergentes.

Editoria de arte/Folhapress

Hoje, a empresa já comercializa insumos desse segmento no Brasil, mas eles são trazidos de fábricas de fora, como dos Estados Unidos.

"Temos aumentado a participação nesse mercado no país, mas sempre com importados", diz Gustavo Vargas de Oliveira, executivo que comanda a divisão do grupo na América Latina.

"Vamos ter a produção doméstica porque o custo [da importação] onera muito a operação", afirma Oliveira.

O investimento na planta será de R$ 50 milhões. No local, a empresa já tem uma fábrica que produz aditivos para lubrificantes e óleos.

"É um terreno grande que está subaproveitado." A nova unidade deverá entrar em operação no início de 2015.

A Lubrizol é controlada pelo Berkshire Hathaway, conglomerado do bilionário americano Warren Buffett.

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À espera do pós-Copa

A indústria de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal vai aguardar a passagem da Copa para ter uma visão mais definida sobre como será 2014 para o setor.

"A Copa será o divisor de águas deste ano, por isso estamos na espera", afirma João Carlos Basilio, presidente da Abihpec (associação que representa a área).

Silvia Zamboni - 8.jul.2010/Folhapress
João Carlos Basilio, presidente da associação do setor
João Carlos Basilio, presidente da associação do setor

A exemplo de outros segmentos da economia, o receio do setor em relação ao Mundial é com as perdas que poderão ocorrer com dias parados e protestos.

"Por enquanto, a nossa projeção para este ano é crescer de 4% a 6% em relação a 2013", afirma.

No ano passado, o segmento, que vinha evoluindo a uma média de 10% ao ano, avançou 4,9%.

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Residência alugada

O valor dos contratos novos de aluguel residencial em abril na cidade de São Paulo teve um aumento médio de 8,18% no acumulado dos últimos 12 meses, segundo pesquisa do Secovi-SP (sindicato da habitação).

O percentual é maior que a variação do IGP-M, índice referência para os reajustes nos contratos de locação, que subiu 7,98% no período.

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"O mercado passa por uma fase de adequação. Tanto locatários quanto proprietários de imóveis estão negociando mais o valor dos contratos", afirma Mark Turnbull, diretor de locação da entidade.

Em sua primeira análise de imóveis por bairros, o estudo apontou que residências em Itaquera encareceram 125% nos últimos sete anos.

Em abril de 2008, o valor cobrado pelo aluguel de um imóvel de um dormitório era de R$ 8,22, o metro quadrado. No mesmo mês deste ano, o preço ficou em R$ 18,50 o metro quadrado.

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Negócios em cadeia

As pequenas empresas que foram capacitadas para se tornar fornecedores ou distribuidores de grandes companhias registraram, em média, 34% de alta no faturamento, de acordo com o Sebrae.

Os pequenos negócios participaram do programa de encadeamento da entidade.

"Das empresas beneficiadas pela iniciativa, 66% disseram ter aumentado o seu faturamento", diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Os números do estudo serão apresentados hoje no Fórum Encadear, que a entidade realiza em São Paulo.

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De porta em porta

A loja catarinense Meu Móvel de Madeira, que pertencia ao Grupo Irani, de papel e celulose, vai começar a investir em logística própria.

A expansão prevê estruturas em dez cidades, como Brasília, Recife, Salvador, Porto alegre, Curitiba e Belo Horizonte, até 2016.

Quatro centros de distribuição já começaram a operar neste mês –dois em São Paulo e dois no Rio.

As duas capitais respondem por 60% do faturamento da empresa.

"Como não temos lojas físicas, a aproximação com o cliente é essencial para oferecermos serviços de qualidade", afirma Ronald Heinrichs, presidente da marca.

Com a nova logística, a empresa prevê que o tempo de entrega de mercadorias seja reduzido de sete para cinco dias úteis. A montagem dos itens também será feita por funcionários da empresa.

"No próximo ano, quando tivermos amadurecido o modelo, estudamos franquear os centros de distribuição."

A Meu Móvel de Madeira possui também um centro de distribuição em Rio Negrinho (SC), onde está sediada.

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Freio industrial

Seis em cada dez executivos da engenharia industrial pretendem reduzir o volume de novos contratos neste ano.

A tendência de mercado foi diagnosticada em pesquisa com 50 associados da Abemi (associação que reúne empresas como Odebrecht e Camargo Corrêa, entre outras).

"O cenário é negativo porque os grandes projetos em andamento no país estão no fim. Não há novos para repor", aponta Antônio Müller, presidente da entidade.

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Parte dos executivos pesquisados (43%) também analisa manter o mesmo número de funcionários.

Mas a perspectiva de enxugar os quadros de trabalhadores preocupa: 36% dizem que promoverão demissões.

O segmento de óleo e gás será o único que não deve gerar novos investimentos neste ano, mostra a pesquisa.

A área da infraestrutura, por sua vez, vai investir mais.

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Metais descartados

As exportações brasileiras de sucata de ferro e aço voltaram a cair em abril, após o recuo que já havia ocorrido em março, de acordo com o Inesfa (instituto que representa o segmento).

Um dos motivos para a redução é o excesso da oferta de aço no mercado mundial, o que se reflete também na menor demanda pela sucata por parte das usinas.

"A desaceleração industrial da China impactou o setor", diz Leonardo Palhares, executivo do Inesfa.

No acumulado do primeiro quadrimestre, a queda nas exportações chegou a 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Micro O Fundo Zona Leste Sustentável, de entidades como Senai, Senac e Alana, de São Paulo, financia microempreendedores que montem negócios na região. O valor é de até R$ 25 mil por projeto.

Da África A agência P2COM (fusão de Privia, de eventos, e Petra, de viagens de incentivo), anunciará uma parceria com a sul-africana Uwin Iwin.

Mandrade/Reprodução

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e DHIEGO MAIA


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