Folha de S. Paulo


Mineradora australiana investe R$ 600 mi em MG

A SAFM (South American Ferro Metals), grupo australiano da área de mineração, planeja investir R$ 600 milhões na ampliação de suas operações em Minas Gerais.

O aporte será feito na mina Ponto Verde, no município de Itabirito (a cerca de 55 quilômetros de Belo Horizonte). A companhia espera elevar em mais de cinco vezes a capacidade de produção de minério de ferro do local.

"Temos hoje uma licença para 1,5 milhão de toneladas de ROM [minério bruto] por ano. A meta é chegar a 8 milhões", afirma Eduardo Felipe Mendes Freitas, diretor da empresa no Brasil.

Editoria de arte/Folhapress

O grupo aguarda a liberação das licenças para iniciar as obras, o que deverá ocorrer no segundo semestre deste ano, segundo o executivo.

"Como é um 'brownfield' [ampliação de unidade já existente], a gente pede as licenças prévia e de instalação juntas, então é um processo menos demorado."

O objetivo é colocar a nova planta para funcionar no final de 2016. A elevação da capacidade será gradativa e deverá atingir sua carga total em 2019, afirma Freitas.

A expansão permitirá à empresa exportar minério –uma das alternativas é o escoamento por via férrea até o porto de Sepetiba (RJ).

Hoje, a produção é toda vendida no mercado interno para siderúrgicas e fabricantes de ferro-gusa.

Os recursos serão captados sobretudo com bancos privados estrangeiros, mas há negociações também com o BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), ainda de acordo com Freitas.

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"Negociamos com empresas ferroviárias para viabilizar a exportação do minério"

Eduardo Felipe Mendes Freitas, executivo do grupo no Brasil.

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Mamadeira mineral

A Nestlé vai entrar no segmento brasileiro de água mineral para crianças. A multinacional já trabalha com esse produto nos mercados turco, francês, mexicano, espanhol e argentino.

"Mas [a mercadoria] deve chegar a praticamente todos os países onde a empresa está", diz o diretor-geral da Nestlé Waters no Brasil, Alexandre Carreteiro. A Itália deverá ser o próximo local a receber o lançamento.

"A categoria ainda está começando e poderá representar 5% do total das águas vendidas no Brasil nos próximos cinco anos", afirma. A garrafa é menor, de formato arredondado para facilitar o manuseio por crianças, segundo o executivo.

Alessandro Shinoda/Folhapress
Alexandre Carreteiro, diretor-geral da Nestlé Waters no Brasil
Alexandre Carreteiro, diretor-geral da Nestlé Waters no Brasil

Carreteiro acredita que a empresa poderá comercializar o produto no Brasil em maior escala, já que o consumo de refrigerantes é maior em mercados emergentes e poderá ser substituído.

"Aqui, o refrigerante corresponde a 57% das bebidas não alcoólicas vendidas. A água fica em segundo lugar, com 18%".

Nos últimos três anos, o mercado de água avançou a uma taxa média de 15%. Só no primeiro trimestre de 2014, quando a onda de calor atingiu o país, foi registrada uma expansão de 25%.

Hoje, 90% das vendas de água da Nestlé no Brasil se concentram no Sudeste. "Analisamos ir para outras localidades, mas ainda podemos crescer muito na região", afirma Carreteiro.

15%
foi a média de crescimento anual do mercado brasileiro
de água mineral nos últimos três anos

25%
foi a expansão no primeiro trimestre de 2014

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Com escassez, SP tem alta nas vendas de caixas-d'água

A queda no nível do reservatório do sistema Cantareira e a possibilidade de racionamento de água no Estado de São Paulo aqueceram a procura por caixas-d'água nas redes de varejo e por estoque nos fornecedores.

Editoria de arte/Folhapress

A Telhanorte registrou um incremento de 150% em unidades vendidas no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2013 –a maior alta já observada pela rede.

"A procura foi muito pontual, ligada à escassez de água na região. Pessoas que tinham caixas menores optaram por trocar por itens de maior litragem ou ter uma segunda unidade em casa", afirma Juliano Ohta, diretor da Telhanorte.

Na Leroy Merlin, houve um crescimento de 30% no volume vendido entre os meses de março e abril, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

"Percebemos também uma procura maior por produtos mais sofisticados, em inox ou com especificação antibactericida", afirma Flávio Dionísio, da Leroy Merlin.

A fabricante Fortlev transferiu parte da produção das plantas de Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo para atender a unidade paulista.

"Esses clientes são basicamente consumidores finais, que estão inseguros com a escassez", afirma Evandro Sant'anna, diretor da Fortlev.

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Retorno aos restaurantes

Jair Coser, ex-proprietário da rede Fogo de Chão, vendida em 2011 para um private equity, passou a investir nos restaurantes Corrientes 348.

A empresa tem hoje duas unidades próprias e três franquias. Serão abertas mais duas até dezembro –em São Paulo e no Rio. Cada uma receberá cerca de R$ 2,5 milhões em investimentos.

O projeto prevê a inauguração de três casas por ano. "Não há um número exato de quantos restaurantes teremos, mas a rede pode chegar facilmente a 20 pontos", diz.

Por enquanto, as unidades novas serão próprias. A expectativa é que cada uma gere um faturamento anual de R$ 12 milhões.

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O B do G20

O B20, grupo que reúne associações empresariais e executivos de grandes empresas dos países do G20, definiu as prioridades para a comunidade empresarial mundial.

Comércio, responsabilidade fiscal, energia, economia digital, além de infraestrutura e investimento são as áreas que devem ter mais atenção para melhorar o ambiente de negócios e ajudar países a saírem da recessão.

Neste mês, o grupo divulgará os temas relacionados por representantes dos países membros. Na próxima reunião do G20, em novembro, eles entrarão na pauta. O B20 cobrará, por exemplo, que governos agilizem os procedimentos aduaneiros.

O grupo, do qual faz parte a brasileira CNI (Confederação Nacional da Indústria), foi criado para assegurar que suas recomendações se reflitam em decisões de líderes do G20 e sejam implementadas.

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Tecido... As vendas do segmento atacadista de tecidos registraram queda de 1,8% em abril no Estado de São Paulo, na comparação com março, segundo o Sincatvaesp (sindicato do setor).

...instável O resultado não chega a indicar uma queda sistemática, mas reflete os altos e baixos da economia, de acordo com a entidade. Em março, o setor havia crescido 2,3%, após dois recuos seguidos.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS e ISADORA SPADONI


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