Folha de S. Paulo


Para microindustrial, Copa atrapalha negócios

Os efeitos da Copa do Mundo devem atrapalhar a economia do Brasil segundo pouco mais da metade (51%) dos micro e pequenos industriais paulistas.

Levantamento feito pelo Datafolha a pedido do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado) mostra que 32% acreditam que o evento esportivo será positivo e 12% afirmam que não fará diferença.

Em relação aos efeitos esperados em suas próprias empresas, o resultado é semelhante: 49% dizem que os jogos podem ser mais nocivos que benéficos. Apenas 15% afirmam que o Mundial ajudará seus negócios.

"Se alguns dias de jogos forem feriados ou pontos facultativos, poderemos ter efeitos altamente negativos", afirma o presidente da entidade, Joseph Couri.

Editoria de Arte/Folhapress

"Além da paralisação das empresas, haverá chance de problemas de segurança, com mais gente descompromissada e maior possibilidade de quebra-quebra", acrescenta.

A pesquisa aponta também que 18% dos entrevistados deixaram de pagar algum imposto em fevereiro.

Nos quatro meses anteriores, nenhuma empresa havia deixado de cumprir com essas obrigações.

Pouco mais de 10% não acertou suas dívidas em bancos ou financeiras e 8% não pagaram seus fornecedores.

Os pagamentos de empréstimos representaram em fevereiro cerca de 27% do faturamento das micro e pequenas industriais –dois pontos percentuais a menos do que o registrado em fevereiro.

A margem de erro é de seis pontos percentuais para mais ou para menos.

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Presença maior no varejo

Após abrir uma primeira loja no Rio em outubro, a Tramontina, fabricante de utensílios para cozinha e jardim, entre outros equipamentos, se prepara para ampliar sua atuação no varejo.

Por enquanto, as novas lojas previstas, uma em Salvador (BA) e outra ainda a ser definida com uma consultoria, serão próprias.

"Em São Paulo, Recife e Fortaleza, já estamos bem cobertos pelos nossos fornecedores. Não queremos concorrer com eles, mas ser um ponto de apoio", diz o presidente, Clóvis Tramontina.

"Queremos lojas próprias para colocar nosso conceito. Depois partiremos para franquias, priorizando clientes tradicionais que quiserem investir conosco."

O grupo não tem nem planeja um e-commerce próprio.

O ano será bom, avalia. "A Copa será positiva. Vamos abrir o país para o mundo."

Em 2013, a companhia cresceu 15% em relação a 2012, quando faturou R$ 3,4 bilhões. "Para este ano, projetamos chegar perto de R$ 4 bilhões, com alta de 17%."

Karime Xavier/Folhapress
Clovis Tramontina, presidente da empresa
Clovis Tramontina, presidente da empresa

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Investimento de espanhóis no Brasil cresce 161% em 2013

O investimento direto espanhol no Brasil atingiu R$ 6 bilhões no ano passado, uma alta de 161% em relação a 2012, de acordo com a Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil.

A pesquisa foi feita com as 20 maiores empresas do país instaladas no Brasil. Essas mesmas companhias projetam aportar mais R$ 41,6 bilhões nos próximos três anos.

A crise financeira na Europa e a bolha imobiliária da Espanha foram as razões principais para o aumento dos investimentos.

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"Temos muitas empresas que já têm como principal operação os negócios no Brasil. Foi uma alternativa que deu certo", afirma Maria Luisa Castelo, diretora-executiva da Câmara.

Os setores que mais investem são os de telecomunicações, infraestrutura, financeiro e tecnologia da informação.

Mesmo com a melhora dos indicadores econômicos espanhóis neste ano, Castelo diz que a aplicação de recursos continuará em alta.

"Se você comparar os mercados, a Espanha é só do tamanho de São Paulo."

A burocracia e a complexidade tributária, no entanto, impedem o empresário espanhol de investir mais, de acordo com a executiva.

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União insatisfeita

A maioria da população da União Europeia (65%) não acredita que o padrão de vida de sua família é mais alto porque seu país aderiu ao bloco, segundo a empresa de pesquisas Ipsos.

O levantamento mostra que essa parcela é maior na Suécia (71%) e na Itália (71%).

Cerca de 65% dos entrevistados afirmaram ainda que as pressões do bloco para que o governo realizasse cortes no orçamento prejudicaram a economia de seu país.

Os mais descontentes com as políticas de austeridade impostas pela União Europeia são os holandeses (77%), os franceses (75%) e os espanhóis (75%).

A pesquisa aponta também que 19% dos entrevistados dizem que seu país deve deixar o bloco. A mesma parcela afirma que é preciso permanecer, mas que os poderes da União devem aumentar. Quase 35% defendem a redução dos poderes. Foram ouvidas cerca de 8.000 pessoas.

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Em direção ao Norte do país

Com investimento de R$ 45 milhões, a rede de lojas de departamento Havan, que tem sede em Santa Catarina, vai abrir neste semestre uma unidade em Palmas (TO).

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O empreendimento terá 15 mil metros quadrados e deverá empregar 250 pessoas. O grupo tem 65 unidades, com um quadro de 12 mil colaboradores. A previsão é chegar a cem filiais até 2015.

A companhia planeja expansão em outros Estados, como Minas Gerais, Rondônia e Pará, além de chegar a 15 mil funcionários neste ano.

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Estudo... A universidade Carlos III, de Madri, quer quadruplicar o número de estudantes brasileiros em seu MBA internacional em quatro anos.

...no exterior O Brasil é o principal alvo da escola no mercado latino-americano devido ao grande interesse de jovens em pesquisa e negócios.

Tíquete A Di Pollini investirá R$ 2,2 milhões em uma loja conceito em São Paulo, para atrair clientes de maior poder aquisitivo. Também serão criados novos modelos de sapatos. A rede alocará neste ano R$ 6,5 milhões em lojas, reestruturação da marca e consultorias.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e REINALDO CHAVES


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