Folha de S. Paulo


Asfalto poderá faltar neste ano, diz entidade

Em razão do aumento da demanda em obras de infraestrutura e das novas concessões rodoviárias, os distribuidores de asfalto alertam para o risco de desabastecimento neste ano, segundo a Abeda (associação do setor).

As empresas reclamam que houve falta temporária do insumo em alguns Estados no ano passado.

Em 2013, foram retiradas das refinarias da Petrobras uma média mensal de 227.121 toneladas de asfalto.

"As refinarias já estão sobrecarregadas. Hoje, a situação só é administrada com a transferência de asfaltos entre refinarias e importações complementares, o que encarece o produto", diz o presidente da Abeda, Carlos Guilherme do Rego.

Editoria de Arte/Folhapress

As importações vão continuar e poderão subir neste ano, se as obras de infraestrutura realmente saírem do papel, prevê Rego.

A entidade estima que as novas concessões rodoviárias federais deverão representar em 2014 e 2015 um aumento do consumo da ordem de 8%.

A demanda estimada é de 3,3 milhões de toneladas para este ano. Em 2013, foram 2,7 milhões de toneladas.

A Petrobras informou que produz asfalto conforme a demanda do mercado e não vê risco de desabastecimento.

No ano passado, a produção nas refinarias correspondeu a cerca de 98% da demanda do mercado brasileiro, segundo a companhia. O restante foi importado. Em 2012, o percentual nacional foi de 96%. Não foram divulgadas previsões para 2014.

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PREOCUPAÇÃO COM CUSTOS
A falta de asfalto em refinarias força as distribuidoras a buscarem o insumo longe de suas sedes.

A Denver Impermeabilizantes, por exemplo, é uma distribuidora de Suzano (50 km ao leste de São Paulo), mas as refinarias mais próximas estão em São José dos Campos (90 km a nordeste da Capital) e em Paulínia (125 km a noroeste).

Muitas vezes, no entanto, o insumo tem de ser obtido em outros Estados, o que eleva os custos.

"Vivemos diariamente com esse receio. O esforço logístico para irmos buscar asfaltos em refinarias distantes é algo que nos prejudica muito", diz o diretor-superintendente da Denver, Sérgio Guerra.

A companhia espera mais pedidos para obras de infraestrutura neste ano e já tem clientes como o aeroporto de Viracopos.

Uma tonelada de asfalto vendida pelo distribuidor custa, em média, R$ 1.300, aponta a Abeda (associação dos distribuidores).

Se o produto tiver de ser despachado por caminhão do Sudeste para o Nordeste, o preço da tonelada chega a R$ 2.500.

O setor de asfalto no país é formado por distribuidoras, processadoras e transportadoras, congregando mais de 40 empresas.

300
é o número de funcionários da companhia

26
são todos os Estados atendidos, mais o Distrito Federal

Eduardo Anizelli/Folhapress
Sérgio Guerra, diretor-superintendente da companhia
Sérgio Guerra, diretor-superintendente da companhia

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FUTURO ACESO
A indústria elétrica e de produtos para casa Lorenzetti investiu R$ 36 milhões para entrar no mercado de lâmpadas LED.

Os aportes foram destinados à construção de um novo centro de distribuição na cidade de São Paulo e à compra de estoques.

A companhia entrou no ramo de iluminação há um ano e meio, ao importar lâmpadas fluorescentes compactas da China.

editoria de arte/folhapress

Os novos modelos LED também serão comprados dos chineses, de acordo com o CEO da empresa, Eduardo Coli. A Lorenzetti investiu cerca de R$ 30 milhões na aquisição de um estoque suficiente para os primeiros oito meses de venda.

As fluorescentes compactas duram em média 8 mil horas e as lâmpadas LED, cerca de 40 mil horas. O preço dessas, porém, fica entre R$ 40 e R$ 70.

"Fizemos esse investimento por acreditar na troca natural de tecnologia no Brasil nos próximos anos, devido aos benefícios do novo modelo", diz Coli.

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RECUPERAÇÃO
O número de cheques devolvidos caiu em fevereiro, de acordo com a Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

Como proporção do total de cheques movimentados, o índice atingiu 1,95%, ante 2,07% registrado em janeiro.

Em fevereiro de 2013, porém, o percentual havia sido menor (1,87%). Só entram nas estatísticas a segunda devolução por falta de fundos.

1.226.307
é a quantidade de cheques devolvidos em fevereiro de 2014

61.732.210
foi o total de cheques compensados no mês passado

2,07%
foi o percentual de cheques devolvidos em janeiro de 2014

1,95%
foi o percentual de cheques devolvidos em fevereiro de 2014

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MAIS CRÉDITO
O interesse do paulistano em contrair uma linha de crédito cresceu 8,3% em fevereiro na comparação com janeiro, de acordo com pesquisa da FecomercioSP que ouviu 2.200 pessoas.

Entre as possíveis causas do incremento, estão o reajuste do salário mínimo e a quitação de parcelas de compras do Natal.

O índice também se expandiu em relação a fevereiro do ano passado -alta de 18%.

2,9%
foi a alta na intenção dos paulistanos em contrair crédito em janeiro de 2014 na comparação com o mês anterior

13,7%
foi o avanço do subíndice segurança de crédito registrado entre janeiro e fevereiro

32,7%
dos endividados em fevereiro possuíam algum tipo de aplicação

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COMPRAS ADIADAS
O nível de consumo das famílias brasileiras atingiu neste mês o menor patamar desde 2010, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio).

O indicador, um dos que compõem a Intenção do Consumo das Famílias (ICF), marcou 98,3 pontos.

É a segunda vez, desde o início da série histórica da entidade, em 2010, que o item fica abaixo de 100, o que significa insatisfação. A primeira foi em agosto de 2013, quando o nível marcou 98,6 pontos.

Editoria de Arte/Folhapress

A intenção de consumo dos brasileiros recuou 5,1% em relação a março de 2013 e chegou a 125,5 pontos.

"O endividamento elevado, associado à alta dos preços e ao crédito mais caro, faz com que os consumidores se sintam menos dispostos a consumir a longo prazo", afirma Bruno Fernandes, economista da CNC.

com LUCIANA DYNIEWICZ, LEANDRO MARTINS, ISADORA SPADONI e REINALDO CHAVES


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