Folha de S. Paulo


Produção de computador e TV cresce na Zona Franca, enquanto a de moto cai

O polo industrial de Manaus teve uma retomada na fabricação de alguns produtos no primeiro quadrimestre, após passar por uma queda no mesmo período de 2012.

Computadores de mesa, por exemplo, cresceram 95%. A redução no ano passado havia sido de 33,5% na comparação com os quatro primeiros meses de 2011.

Também houve aumento expressivo na produção de televisores comuns: 36%, o que superou a queda de quase 63% registrada em 2012.

Este e o último ano começaram com um cenário de estabilidade no quadro geral, avalia a Suframa (superintendência da Zona Franca).

"Alguns produtos não tiveram crescimento bom em 2012 em decorrência de uma flutuação normal [do mercado]", diz o superintendente interino Gustavo Igrejas.

O problema é o segmento de duas rodas, que, ao lado do eletrônico, representa 50% do faturamento do polo.

"A produção de motocicleta continua aquém do ritmo dos últimos anos, principalmente por causa da qualificação do crédito. Os bancos estão mais rígidos, o que causou uma retração no setor", afirma Igrejas.

Se, em 2008, a fabricação ultrapassou 2 milhões de unidades, saíram 397 mil motocicletas da Zona Franca no último quadrimestre.

Foi uma queda de 23% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O último levantamento da Suframa aponta ainda uma ligeira queda no quadro de funcionários: passou de 118,7 mil para 117,6, uma retração de quase 1%.

Para Igrejas, novas contratações devem ocorrer no segundo semestre.

A área teve até abril um faturamento de US$ 11,99 bilhões (R$ 25,4 bilhões), quase o mesmo atingido no mesmo intervalo de 2012 (US$ 11,97 bilhões).

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Mistura organizada

A rede de shoppings populares Uai planeja investir R$ 1 bilhão em dez anos para chegar a cinco Estados, além do Distrito Federal, e expandir seu projeto de misturar marcas consagradas e pequenos empresários locais.

Cada um dos quatro shopping centers da empresa, localizados em Belo Horizonte e Manaus, é preenchido por aproximadamente 60% de pequenos empreendedores, incluindo antigos camelôs.

A outra cota fica com âncoras, como as Lojas Americanas, além de bancos e operadoras de celulares.

"A presença dessas grandes lojas atrai muito público, que acaba comprando também em pontos menores", afirma o presidente da Uai, Elias Tergilene.

O conceito de popular não significa baixa qualidade, ressalta o executivo.

"As classes C e D não querem sujeira e desorganização, mas bons serviços."

Com a previsão de chegar a São Paulo, Fortaleza e Rio de Janeiro em 2014, ele diz querer auxiliar quem está na economia informal, um "berçário de empresários".

"Quando ganham endereço fixo e organizado, passam a ter acesso a financiamento, máquinas de cartão de crédito e espaço para estoque, o que gera mais empregos e muda a economia local."

No Rio, a rede vai inaugurar o Favela Shopping no complexo do Alemão.

Para a expansão, o plano é usar capital próprio, ter financiamentos e apoio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

R$ 100 MILHÕES é a previsão de investimento médio anual

640 lojas compõem as unidades da rede, em Minas e no Amazonas

Victor Moriyama/Folhapress
Elias Tergilene, presidente da rede
Elias Tergilene, presidente da rede

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Emergentes acreditam mais na viabilidade do carro elétrico

Os consumidores de países emergentes são mais otimistas em relação à compra de carros elétricos. Enquanto 42% deles acreditam que essa será uma opção viável dentro de dois anos, nos mercados desenvolvidos, a parcela é de 22%.

O fato de veículos elétricos populares ainda não terem chegado aos emergentes é apontando como uma das explicações para o entusiasmo, segundo pesquisa da Capgemini realizada com 8.000 pessoas de oito países.

Nos dois mercados, porém, houve queda no otimismo, principalmente, em decorrência do preço do produto e da dificuldade para recarregá-lo, de acordo com a consultoria.

Em 2011, 49% da população dos emergentes dizia acreditar na viabilidade de adquirir um carro do modelo. Entre consumidores de países desenvolvidos, eram 34%.

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Contagem em curvas

Totens com relógios instalados em São Paulo e no Rio começarão no dia 12 a contagem regressiva para a Copa-2014, a um ano do torneio.

Os monumentos foram assinados pelo arquiteto Oscar Niemeyer há cerca de dois anos. Com 180 kg, os relógios da marca suíça Hublot chegaram de navio ao país.

Os totens de sete metros de altura foram construídos pela Lock Engenharia. Em São Paulo, funcionará na avenida Brigadeiro Faria Lima e, no Rio, na avenida Atlântica. É planejado outro em Brasília.

"Depois da Copa, o totem e o relógio ficarão para as prefeituras", diz o presidente da Lock, Marcello Pessoa.

com LUCIANA DYNIEWICZ, FELIPE LUCHETE e RONALDO PASCHOALINO


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