Folha de S. Paulo


Número de beneficiários de plano de saúde cresce pouco

O número de pessoas com plano de saúde no país cresceu 2,1% no ano passado, totalizando cerca de 47,9 milhões de beneficiários, segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).

No último trimestre de 2012, a elevação ante os três meses anteriores foi ainda mais tímida, 105 mil novos vínculos, o que representou uma alta de 0,2%.

Os acréscimos anual e trimestral foram os menores registrados desde 2009.

O pequeno resultado positivo do ano foi garantido pela contratação de planos coletivos, que cresceram 3,1%. Enquanto isso, os individuais aumentaram 1,6%.

O ritmo mais lento de expansão do segmento individual é decorrente, de acordo com o instituto, da redução do rendimento médio dos profissionais autônomos e da desaceleração na geração de empregos formais no último trimestre do ano.

"Os contratos antigos, anteriores à legislação dos planos de 1999, vêm se reduzindo", afirma o superintendente Luiz Augusto Carneiro."

"Isso não se deve à mortalidade. A faixa etária que mais cresce nos planos novos é a de idosos."

Os planos odontológicos (sem a combinação com os de assistência médica) se expandiram de forma mais intensa. No ano passado, o aumento foi de 10%, com a adesão de cerca de 1,7 milhões de pessoas.

O segmento tem se mostrado mais promissor devido à pequena base de beneficiários, segundo o Iess.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress
Victor Moriyama/Folhapress
Rafael Haddad (esq), chefe do BDI Board Brazil, braço brasileiro da Confederação Nacional da Indústria Alemã e Claudio Struck, coordenador do Alemanha-Brasil 2013-2014
Rafael Haddad (esq), chefe do BDI Board Brazil, braço brasileiro da Confederação Nacional da Indústria Alemã e Claudio Struck, coordenador do Alemanha-Brasil 2013-2014

Tendência de Gastos

As despesas das empresas de assistência médica ultrapassaram os R$ 30 bilhões no ano passado, segundo um levantamento da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

O montante representa os gastos de 29 operadoras com consultas, exames, terapias, internações e outras despesas ambulatoriais e odontológicas ligadas à federação.

"Os gastos hospitalares são os que mais impulsionam as despesas. O preço médio das internações é o item que mais contribui para esse aumento", diz José Cechin, diretor-executivo da FenaSaúde.

Nos últimos cinco anos, as despesas dos planos médicos cresceram mais de 130%, conforme a entidade.

"A elevação dos custos da saúde é um fenômeno mundial, mas temos de ficar atentos para que isso não vire uma ameaça às operadoras", afirma Cechin.

Investimentos em promoção e prevenção à saúde são medidas necessárias para evitar um futuro colapso do setor, segundo o executivo.

"O aumento de gastos não é sazonal, mas uma tendência", diz Luiz Augusto Car­neiro, do IESS.

"No valor das internações pesa muito o preço de materiais. Eles tendem a encarecer pela incorporação de novas tecnologias.

*

Sacudida Germânica

Uma das maiores motivações para a realização do ano da Alemanha no Brasil, que será inaugurado hoje pelos presidentes dos dois países, Dilma Rousseff e Joachim Gauck, está na expansão das pequenas e médias empresas alemãs.

"O interesse do evento é intensificar, dar uma sacudida nas relações entre Brasil e Alemanha, em todos os campos, do comercial ao cultural", diz Rafael Haddad, chefe do braço brasileiro da BDI (Confederação Nacional da Indústria Alemã).

"Dentre as pequenas e médias interessadas em vir, há líderes em seus nichos."

A Alemanha é o principal parceiro europeu do Brasil. Em 2012, o Brasil exportou US$ 7,2 bilhões e importou US$ 14,2 bilhões, segundo a CNI, realizadora do evento em conjunto com a BDI.

"Teremos semanas temáticas, principalmente em dez cidades, e um grande encontro em São Paulo, em fevereiro, além da abertura", afirma o coordenador da Temporada da Alemanha no Brasil, Claudio Struck.

"Serão espetáculos e exposições, com temas tão diversos quanto inovação, arquitetura e culinária."

*

Máquinas do sul

A Tauron, empresa paranaense que distribui equipamentos de construção da John Deere, está investindo R$ 28 milhões em três concessionárias --uma em cada Estado da região Sul.

No total, serão 7.500 metros quadrados de área construída. A unidade de Curitiba, com inauguração agendada para amanhã, será a maior de todas. Ela demandou quase 60% do aporte.

"Neste primeiro ano de operação, esperamos ter um faturamento de R$ 80 milhões a R$ 90 milhões", diz Henrique do Rego Almeida Filho, diretor-superintendente do grupo Hafil, do qual a Tauron faz parte.

A receita corresponde à venda de cerca de 200 máquinas.

O grupo Hafil, que atuava até então apenas no setor de incorporação imobiliária, fechou a parceria com a multinacional americana no final do ano passado.

A Tauron planeja se expandir para o interior dos Estados com outras filiais.

*

No mercado 'pet', 10% das empresas abocanham 41% do faturamento

O setor de produtos para saúde animal começa a se concentrar no país, segundo dados do Sindan (sindicato da indústria).

No ano passado, 10% das empresas abocanharam 41% do faturamento do setor. Os outros 59% foram divididos por 90% do mercado.

"Nosso segmento cresce muito, mas de forma desordenada", afirma Tiago Papa, presidente da Comac (comissão de animais de companhia do sindicato).

A concentração é maior em São Paulo e no Rio, onde há supermercados só de produtos para animais --como a Cobasi e o Pet Center Marginal-- e clínicas veterinárias abrindo filiais.

"O consumidor está mais exigente, buscando tratamentos de prevenção, não só o básico. Quando eles procuram esses serviços, acabam indo para centros de referência", acrescenta.

O levantamento da entidade também mostra que os estabelecimentos que unem pet shop e clínicas veterinárias são os que mais crescem atualmente. Eles correspondem a 68% do total.

"Dentro de três a cinco anos, talvez não se encontre mais uma unidade que seja só clínica ou só pet shop", diz o executivo.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

*

Liquidação

Setenta e cinco lojas de roupas do Estado apresentaram irregularidades durante uma operação feita na semana passada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

A ação foi organizada especialmente para o Dia das Mães. Agentes da autarquia federal fiscalizaram se produtos têxteis da linha feminina cumpriam normas do setor.

As peças têm de informar, em português, tamanhos e cuidados de conservação. As lojas ainda precisam identificar o fabricante ou o importador dos produtos, entre outros dados.

A operação visitou 208 lojas. Dos 23.173 produtos fiscalizados em São Paulo, 1.262 estavam irregulares (5,5%).

As 75 lojas com problemas podem pagar multas que variam de R$ 100 a R$ 60 mil. Antes, têm dez dias de prazo para que possam recorrer.

O Inmetro realizou a vistoria de Dia das Mães em todo o país, mas ainda não tem dados sobre os outros Estados.

*

Acordo... O juiz Paulo Luiz Aparecido Treviso, da 3ª vara civil de Araraquara, homologou acordo do plano de recuperação judicial entre a rede de supermercados Patrezão e seus credores, decretada em maio do ano passado.

...judicial A rede do interior de SP terá de vender as suas quatro unidades (avaliadas em cerca de R$ 21 milhões) para pagar as dívidas contraídas com empréstimos bancários (cerca de 50%) e as pendências trabalhistas de 288 funcionários das unidades.

Com LUCIANA DYNIEWICZ, RONALDO PASCHOALINO e FELIPE LUCHETE


Endereço da página: