Folha de S. Paulo


Biblioteca Mário de Andrade quer comprar livros para acervo na Amazon

Marcus Leoni/Folhapress
Charles Cosac em sua sala na Biblioteca Mário de Andrade, que passou a dirigir
Charles Cosac em sua sala na Biblioteca Mário de Andrade, que passou a dirigir

Para resolver "a dificuldade" de conseguir "descontos satisfatórios" das grandes editoras, Charles Cosac, diretor da Biblioteca Mário de Andrade, quer comprar livros novos para a instituição com a Amazon. O diretor acha que faltam novidades no acervo.

"É só poder comprar naquelas promoções-relâmpago", diz Cosac. Recentemente, ele comprou no site, do próprio bolso, 25 exemplares de "Moby Dick", edição da Cosac Naify, para o acervo da Mário.

O diretor convidou Mario Meirelles, gerente de vendas da Amazon, para compor o conselho da Associação dos Amigos da Biblioteca Mário de Andrade, organização que será reativada.

Cosac ainda tenta negociar 50% de desconto, o mesmo das grandes redes de livrarias, com a Globo Livros e a Autêntica. Recentemente, comprou todos os lançamentos da Companhia das Letras entre 2015 e 2017, por R$ 18 mil.

O diretor da Mário também diz conversar com "amigos jornalistas" para que eles doem livros que recebem como divulgação.

Arquivo do Estado Russo de História Social e PolÍ­tica/Divulgação
Lenin e Stalin nos arredores de Moscou, em 1922, na biografia do historiador Stephen Kotkin Credito Arquivo do Estado Russo de História Social e Política. Foto: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Foto na biografia 'Stálin' (Companhia das Letras), de Stephen Kotkin, achada nos arquivos do partidão, mostra líder soviético com Lênin (à esq.), em 1922

Enquanto isso...

Falando em Amazon e Cosac Naify, os livros da extinta editora ganharam status -e preço- de raridade. Já há 650 títulos da casa esgotados no site, mas, desde que a Amazon ativou no Brasil sua ferramenta para que qualquer pessoa física ou jurídica vender livros novos e usados em sua plataforma, as obras voltaram a aparecer.

"Anna Kariênina" e "Contos Completos", de Tolstói, antes custavam R$ 119 e R$ 139. Agora, saem por R$ 350 e R$ 330. A "Ficção Completa", de Bruno Schulz saía por R$ 52,90 e agora está em R$ 400. O recorde inflacionário é "Mary Poppins", que saltou de R$ 39,90 para R$ 550.

Sangue novo O novo editor de nacionais da Intrínseca é Daniel Assis, que fica no lugar de Lívia de Almeida. Ele vem do mercado financeiro, de onde também saiu Jorge Oakim, fundador da casa.

Lá fora A editora Autografia está abrindo uma filial na Espanha e planeja criar uma ponte de autores nacionais e hispânicos. A casa abrirá um concurso em breve para publicar seu primeiro autor brasileiro no país.

Lá fora 2 "Bandeira Negra, Amor", de Fernando Molica, sairá na França pela Anacaona. Já a alemã Editions Tempo editará "Uma Selfie com Lênin", também do autor.


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