Folha de S. Paulo


Com Tolstói e outros clássicos, Cosac Naify reimprime e digitaliza livros

Poucas coisas se parecem menos com um fim do que o fim da Cosac Naify. A editora paulistana resolveu reimprimir 14 títulos e digitalizar outros 30 que tiveram boas vendas na Amazon -principalmente os clássicos. A casa vai vendê-los com exclusividade pelo site americano, e as edições estão disponíveis a partir deste sábado (7). Assim como no anúncio da parceria com o Kindle Unlimited, há livros já negociados por outras editoras -caso de "Guerra e Paz", de Tolstói, que será reimpresso, "As Metamorfoses", de Murilo Mendes, e os "Contos Completos", do autor russo, que serão digitalizados. A Companhia das Letras já anunciou a publicação desses títulos. Vale registrar, porém, que desta vez a lista parece ter sido mais cuidadosa: a maior parte dos títulos ainda não teve a aquisição divulgada por nenhuma casa. E entre eles estão joias da coroa do catálogo da Cosac, como "Novelas Exemplares", de Cervantes; "David Copperfield", de Charles Dickens; e "Os Miseráveis", de Victor Hugo.

Veja aqui a lista completa de livros.

O mistério do dicionário

"Inexplicável", no dicionário "Caldas Aulete", quer dizer: "1. Difícil ou impossível de ser explicado ou compreendido, ininteligível; 2. insondável, imperscrutável; 3. estranho, esquisito, bizarro".

É a palavra para o que tem ocorrido nas escolas estaduais ocupadas no Rio de Janeiro. Os alunos têm encontrado livros encaixotados, nunca disponibilizados aos estudantes.

Em pelo menos três delas, das quais a coluna recebeu fotos, um título se repete: o "Novíssimo Aulete" (Lexikon).

A coluna apurou que os volumes encontrados fazem parte de um lote de 290.690 exemplares, distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático em 2013 (ano em que o MEC comprou 8,7 milhões de dicionários). Portanto, estão encaixotados há três anos.

As escolas são a Visconde Cairu, a Oscar Tenório e a Gomes Freire de Andrade. A coluna tentou falar com a diretoria delas, mas não conseguiu, porque elas estão ocupadas.

Acervo Pessoal
Carta recebida pela Tinta-da-China
Carta recebida pela Tinta-da-China

O que um escritor não faz para ter seu original aprovado? Aqui, a carta de um autor misterioso recebida pela editora Bárbara Bulhosa, no escritório de Lisboa da Tinta-da-China nesta semana

Batalha do preço

A reunião do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) para discutir a "guerra de preços", nesta semana, não resultou em comunicado público, como previsto.

Mas o Snel vai chamar os principais vendedores de livros (além da Saraiva, Amazon, Submarino, Lojas Americanas e Ponto Frio) para discutir condições de negócios, como o prazo de prestação de contas de vendas consignadas. O encontro foi motivado pela nova política de crescimento da Saraiva, considerada draconiana por muitos editores. A coluna apurou que a rede já mostra um recuo.

Muito livro A coluna antecipou as negociações há um mês, e agora o projeto vai sair. Nesta terça (10), Brasil e Portugal assinam a criação da Biblioteca Digital Luso-Brasileira, que une os acervos virtuais das bibliotecas nacionais daqui e da terrinha. O lançamento, às 11h, é na BN brasileira.

Aquela terra "Essa Terra", do imortal Antônio Torres, será publicado na Turquia, levando a 18 o número de países em que o romance é publicado. Negociação do agente Stéphane Chao e da Kalem Agency, de Istambul.

Ora pro nobis Nesta semana, vários funcionários da editora Record receberam um e-mail de uma autora que "viveu 13 anos na homossexualidade", "libertou-se" e lançou um livro pela Central Gospel. A escritora se colocava à disposição "da emissora" para divulgação da obra.

Ora pro nobis 2 A confusão entre editora e canal de TV é bastante comum. Outro dia mesmo uma funcionária atendeu uma ligação. Do outro lado, um senhor pedia para fazer uma oração com ela pelo telefone. Foi dispensado.


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