A partir deste ano, o MinC (Ministério da Cultura) passa a indicar escritores brasileiros para concorrer ao Prêmio Nobel de literatura -e já fez sua sugestão para o troféu deste ano. O pedido para participar do processo foi feito à Academia Sueca, que organiza o prêmio, no segundo semestre do ano passado. E foi aceito.Mas, diferentemente do que faz com o indicado ao Oscar, o Minc vai manter sigilo sobre o Nobel por 50 anos -exigência dos suecos, que só revelam depois desse período quem concorreu ao troféu em cada ano. Dentro da Lei de Acesso à Informação, portanto, a indicação é classificada como "ultrassecreta", o que permite o sigilo por 25 anos, renovável por mais 25. Foi formada uma comissão especial para escolher o indicado. Além dos ministérios da Cultura, Relações Exteriores e Educação, o MinC informa que participam do grupo entidades do livro e críticos literários.
Correio amigo
A editora Verso Brasil vai recuperar a breve e desconhecida correspondência entre Lima Barreto e Monteiro Lobato, que será publicada no segundo semestre. A primeira e única edição dessas cartas saiu em 1955, publicada pelo então Ministério da Educação e Cultura. São 20 cartas, organizadas por Edgard Cavalheiro, primeiro biógrafo de Lobato.
Lima Barreto pode ter sido reconhecido tardiamente, mas o pai de Narizinho já via à época o valor literário do amigo, como escreve em carta:
"Nos teus livros e nalguns de Machado de Assis, mas sobretudo nos teus, que os pósteros poderão 'sentir' o Rio atual com todas as sua mazelas de salão por cima e Sapucaia por baixo. Paisagens e almas, todas, está tudo ali".
| Selçuk Demirel/Divulgação | ||
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| Desenho do artista turco Selçuk Demirel para o livro "Catarata", de John Berger, que será publicado na íntegra na nova edição da revista "Serrote", em março |
Resgate
A Record adquiriu, nesta semana, os direitos da obra do poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo, morto em 2007, com o objetivo de resgatá-lo. A casa carioca planeja lançar sua poesia completa ainda neste ano, mas ainda não sabe se o fará em um ou dois volumes.
A obra completa de Cunha Melo é composta de 24 livros, cinco dos quais inéditos, abarcando um período de 1996 a 2006. Claudia Cordeiro Tavares da Cunha Melo, viúva do escritor, vai trabalhar como organizadora.
Além de poeta, Cunha Melo era sociólogo e jornalista -e chegou a trabalhar no suplemento cultural do "Jornal do Commercio". Ele ganhou o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras em 2007, dois meses antes de morrer.
Nuvem negra Pode ter passado despercebido no noticiário desta sexta (4), mas a Polícia Federal, na Operação Aletheia, cumpriu mandado de busca e apreensão na Editora Gol, no Rio de Janeiro.
Nuvem negra 2 A empresa, vale lembrar, é a dona da Nuvem de Livros, biblioteca virtual na qual muitos editores independentes disponibilizam seus títulos. Jonas Suassuna, um dos donos do sítio de Atibaia, é sócio.
Biografia A Boitempo planeja para este mês o lançamento da biografia de Caio Prado Júnior, escrita por Luiz Bernardo Pericás, sobrinho-bisneto do intelectual. A obra é resultado de seis anos de pesquisa em arquivos públicos e privados.
Feminismo A Boitempo também lança "Reivindicação dos Direitos da Mulher", de Mary Wollstonecraft. Publicado em 1752, o livro é considerado um dos precursores do feminismo. A tradução é de Maria Lygia Quartim de Moraes
Tragédia A Paris Filmes, distribuidora que agora começa também a produzir, comprou os direitos de "Bateau Mouche", livro no qual Ivan Sant'Anna reconstrói o famoso naufrágio no Rio de Janeiro.