Um vazio nas prateleiras do país será preenchido em breve: a Tinta-da-China, editora lusitana que atua no Brasil há alguns anos, fechou na quinta (11) um contrato para publicar no país toda a obra de Herberto Helder, que em março completa um ano de morte. Mesmo tido como um dos maiores poetas da língua portuguesa, o autor -um recluso que negava até mesmo prêmios literários- era ave rara por aqui. Só três livros haviam sido editados no Brasil: "O Corpo, O Luxo e A Obra" (Iluminuras), "Ou O Poema Contínuo" (Girafa) e "Os Passos em Volta" (Azougue). Este, aliás, um volume de contos, será o primeiro a ser lançado pela Tinta-da-China, já em abril. Ainda neste ano, saem os "Poemas Completos". Também na lista, estão o "O Bebedor Nocturno", "Poemas Canhotos" e "Photomaton & Vox", num total de cinco volumes. Herberto lançou muitos livros durante sua vida, mas costumava reorganizá-los em novas edições, além de modificar poemas ao infinito-daí dizer que escrevia "o poema contínuo".
RECLAMAÇÕES
As reclamações de clientes contra a Cosac Naify dispararam com o fim da editora. Um levantamento do site Reclame Aqui mostra que, desde 2013, a editora teve 106 reclamações. Desse total, 48 foram só nos meses de dezembro e janeiro, fazendo a reputação da casa cair de "ótima" para "não recomendada".
Os principais motivos das queixas são a falta de informações e as dificuldades de monitorar as compras. Logo depois vem o atraso na entrega, seguido de "desrespeito com o consumidor".
Dione Oliveira, diretor financeiro da Cosac, afirma que em dezembro o número de compras foi quatro vezes maior que a capacidade normal de operação da casa e que, assim, as reclamações tendem a crescer. Ele garante que todos os pedidos pagos serão entregues.
Dione diz ainda que 67% dos pedidos com problemas já foram resolvidos e que a ideia é zerá-los até o fim do mês. Quem precisar de informações pode escrever para sac@cosacnaify.com.br.
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| Anastácia Romanov e suas três irmãs, filhas do czar Nicolau 2, mortas na Revolução Russa, são o tema de 'As Irmãs Romanov' (editora Objetiva), de Helen Rappaport |
HORA DE APAGAR A VELINHA
O "Suplemento Literário Minas Gerais", mais longeva publicação do tipo no país, celebrará neste ano duas datas comemorativas.
Primeiro, em julho, será colocada a centésima vela no bolo do escritor Murilo Rubião (1916-1991), fundador do "Suplemento", que publicará uma edição especial em homenagem ao autor, em maio. Um texto do crítico literário Roberto Schwarz sobre a obra de Rubião já foi encomendado.
Depois, a própria publicação bimestral comemorará 50 anos, o que também renderá uma edição especial, só que no segundo semestre.
Uma exposição sobre Murilo Rubião e sua relação com o "Suplemento" deve ocorrer também em maio, mas ainda não tem local definido.
Dança Marcelino Freire acaba de entregar à Record os originais de "Mulungu", seu novo romance, apelidado pelo autor de "polca-prosa", por ter a dança como tema. O livro é inspirado na canção "Dora", de Dorival Caymmi. Como na música, a protagonista é "rainha do frevo e do maracatu".
Dança 2 O romance anterior do escritor, "Nossos Ossos", será publicado no México neste ano. Ao mesmo tempo, vai virar peça, adaptada pelo Coletivo Angu de Teatro, no Recife. Também vai virar filme, com direção de Anir Wein e roteiro de Paulo Lins, além de ter Gero Camilo e Lourenço Mutarelli no elenco.
América "Sérgio Y. Vai à América", de Alexandre Vidal Porto, vai fazer jus ao seu nome. Em abril, o autor parte para uma turnê de lançamento do livro que passará por dez cidades dos EUA, onde é publicado pela Europa Editions. Antes disso, Porto deve ir ainda ao Salão do Livro de Paris.
Viagem "Sinfonia em Branco", de Adriana Lisboa, será lançado em abril pela editora Rebis, na Polônia, com a presença da autora. A obra sai também neste ano na Croácia, pela Hena Com. Com os lançamentos, o livro passa a ter 11 edições internacionais. O agenciamento foi feito pela alemã Nicole Witt.