Mais autores da finada Cosac Naify já têm um novo lar. Milton Ohata, que compunha o time da casa, acaba de assinar com a 34 para assumir o cargo de editor. Ele ainda vai acumular a função com um posto de editor especial da nova empresa que Florencia Ferrari e Elaine Ramos, ex-diretoras da Cosac, planejam abrir em breve. Como é de se esperar, Ohata vai levar títulos de sua antiga casa para a 34. Entre os nomes importantes está João Antônio, de quem a Cosac lançou os "Contos Reunidos".
Ohata está com duas caixas de inéditos do autor em casa e planeja um volume com reportagens literárias e outro com ensaios sobre a música brasileira hoje pouco conhecidos, tratando de nomes como Noel Rosa e Aracy de Almeida. Também vão para a 34, entre outros, as obras de Mário Pedrosa, de quem a Cosac planejava lançar ainda nove volumes, de Lucio Costa, cujas memórias devem ser relançadas, e de Augusto Boal, cujo teatro reunido deve trazer peças inéditas.
SOBE O PAPEL
Há uma chance de os livros subirem de preço neste ano. A Suzano Papel e Celulose e a International Paper, principais fornecedoras das editoras brasileiras, têm comunicado um aumento de seus preços.
Em ambos os casos, os novos valores começam a valer a partir do dia 1º de fevereiro. Os papéis da Suzano subirão 23,8%, enquanto os da International Paper crescerão 24,5%.
O aumento é mais uma evidência de que 2016 será um ano difícil para o mercado editorial. A outra é a alta do dólar, que infla os contratos internacionais -além de impedir a impressão de títulos fora do país.
"Não vejo como as editoras conseguirão não repassar estes aumentos para o preço do livro. Além do papel, o adiantamento de direitos em dólar quase duplicou no último ano", diz Sonia Jardim, vice-presidente do Grupo Record.
Procurada, a Suzano diz que havia uma defasagem acumulada de preço. Já a International Paper não respondeu.
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| Ilustração de Marilda Castanho para o livro 'Conversê', de Luiz Machado, que sai pela Galerinha em fevereiro e mostra mãe e filho papeando antes de dormir |
O CREMATÓRIO DAS LETRAS
Em breve chegam ao mercado os verdadeiros contos da cripta. A Darkside Books publica em março "Confissões do Crematório", escrito pela agente funerária americana Caitlin Doughty, criadora da websérie do YouTube "Ask a Mortician", no qual faz piadas com a morte.
O livro reúne histórias reais do dia a dia de uma casa funerária, na qual varre-se cinzas de máquinas de incineração e onde é preciso maquiar quem partiu desta para a pior.
Acredite-se ou não, é uma obra "para cima". Depois de trabalhar, aos 16 anos, em um crematório na Califórnia, Caitlin costuma dizer ter mudado sua forma de encarar a vida.
A autora também fundou A Ordem da Boa Morte, na qual reúne acadêmicos e artistas para falar sobre a finitude humana. "Confissões do Crematório" é o primeiro livro de não ficção a integrar a coleção DarkLove, linha de títulos que a editora diz ser "para corações valentes".
Zweig Comemorando 80 anos da primeira vez em que Stefan Zweig esteve no país, a Memória Brasil publica em cinco línguas o manuscrito do discurso "A Unidade Espiritual do Mundo", que o escritor proferiu em 1936, no Instituto Nacional de Música. O documento foi adquirido recentemente por um diretor da Casa Stefan Zweig.
Zweig 2 Além disso, está programada para este ano a edição alemã da última agenda de endereços do intelectual, lançada em português e inglês em dezembro de 2014. Organizada por
Israel Beloch, com prefácio de Alberto Dines, a edição sai no segundo semestre.
Poesia 1 Antonio Carlos Secchin prepara sua volta à poesia, depois de anos dedicado à crítica. Seu próximo livro, ainda sem editora, chama-se "Desdizer". Ao mesmo tempo, o intelectual prepara uma história da poesia brasileira, com ensaios antigos e inéditos que tratam de autores dos séculos 18 ao 21.
Poesia 2 Eucanaã Ferraz também prepara um novo livro de poesias, "Trenitália", pela 7Letras, para este ano. A obra vai integrar uma nova coleção da editora.
Menininha A "best-seller" Carina Rissi assinou com a Galera Record para lançar uma série juvenil sobre os vilões da literatura. A ideia começou após uma obra sobre a madrasta da Branca de Neve. O próximo será sobre o Capitão Gancho.