Folha de S. Paulo


Sou paulista

Uma das razões principais de o "mundo da política" ter perdido a credibilidade e a confiança dos brasileiros está no fato de, reiteradas vezes, passar a imagem de os políticos colocarem seus interesses pessoais acima dos do Brasil.

A sociedade já tem essa percepção e fica indignada com os partidos políticos e seus representantes, com a falta de foco no interesse maior do país. O desespero de salvar a própria pele os fazem agirem em detrimento da nação. Paralisaram o Brasil!

O cidadão não enxerga em suas lideranças uma saída para o país. Daí o desespero.

Cabe a nós políticos entender que se não for pela via de uma repactuação política que nos pacifique e unifique não sairemos desta crise.

A hora é de unirmos todos: forças produtivas, políticas e o Judiciário. Convocarmos os trabalhadores e a sociedade civil e fazermos um chamamento claro para pensarmos nos interesses maiores da nação e pactuar um novo projeto para o Brasil.

Tenho clareza que só um governo de união nacional conseguirá resgatar a esperança e a autoestima dos brasileiros.

O impeachment não é golpe. A suprema corte brasileira, a quem cabe a responsabilidade de ser o guardião da Constituição, reconhece e definiu a legalidade e as regras desse processo, estabelecendo o roteiro do procedimento a ser executado, respeitando nossa Carta maior.

Ao Parlamento brasileiro caberá o julgamento político.

O que teremos pela frente será a sensibilidade de interpretar corretamente as necessidades e aspirações de nossa sociedade. A definição de uma saída para o Brasil passou a ser imperiosa e inexorável.

O país não tem mais nenhuma condição de permanecer como está.

Estamos diante do final de ano mais difícil para todos os brasileiros. Foram-se os empregos, a inflação come os salários e o comércio entra em liquidação antes do Natal. A perspectiva é de um 2016 pior.

Viveremos os primeiros meses de 2016 entre a perplexidade e a desesperança. Acredito na possibilidade de iniciarmos um processo de virada e reversão do momento mais triste e dramático de nossa história.

Segundo palavras do próprio presidente do Banco Central, "o dólar não está ainda em R$ 4,50 ou R$ 5,00 porque o agravamento da crise também aproxima o momento de solução da crise".

Não será fácil, mas estou confiante. Estaremos diante de uma possibilidade real de reverter a deterioração política e econômica do Brasil.

A nós de São Paulo caberá um papel muito especial e saberemos nos colocar à altura de nossa missão e responsabilidade. O brasão paulista estampa a frase em latim "Pro Brasilia fiant eximia" ("Pelo Brasil, façam-se as grandes coisas").


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