Se você é fã de basquete tem um programão para o fim de semana. Se não é, mas gosta de uma história bem contada, também. A ESPN vem exibindo, desde quarta-feira (21), o especial "Celtics x Lakers: Best of Enemies", uma maratona de cinco horas sobre a rivalidade de dois dos maiores times da NBA.
O canal reprisa em capítulos, durante mais uma semana, o documentário dirigido por Jim Podhoretz, que teve a grande sacada de colocar como narradores dois torcedores famosos dos times. O ator Donnie Wahlberg representando o Celtics e o rapper Ice Cube defendendo os Lakers.
Uma curiosidade, o fã mais popular e onipresente nas imagens de arquivo é Jack Nicholson, seguidor dos Lakers. Mas seria pedir demais que ele narrasse essa história tão emocionante.
Celtics e Lakers disputaram ao todo 12 finais da NBA. O começo do auge da rivalidade entre os times foi na primeira metade dos anos 1980, mais precisamente quando a equipe de Boston venceu a de Los Angeles, numa final histórica, em 1984, atingindo a marca de oito campeonatos nas costas dos Lakers, que não tinham nenhum contra o "inimigo".
É nessa época que o basquete viu nascer ou consagrou nomes como Larry Bird, Magic Johnson, Kevin McHale, Bill Walton e Kareen Abdul-Jabbar. Somos testemunhas do céu e do inferno que os jogadores viveram naqueles anos de confronto.
Não é exagero dizer que eles se odiavam e muitas vezes a raiva acabou em pancadaria dentro das quadras. Para os principais personagens da história, a rivalidade dos dois times, embalada por torcidas muito agressivas, foi o combustível para a NBA se modernizar e chegar ao que conhecemos hoje, o campeonato de basquete mais badalado do mundo. Não à toa, ganharam o apelido de "Best Enemies" (melhores inimigos).
O fascínio por alguns personagens era tão grande, inclusive por parte dos jogadores de outros times da liga, que, em um jogo entre o Celtics e o Atlanta Hawks, o banco do Hawks reverencia a genialidade do adversário Larry Bird a cada cesta quando ele bate o recorde de 60 pontos em um único jogo.
A riqueza das imagens proporciona um desfile dos melhores momentos de uma década da NBA, as finais espetaculares, com lances quase impossíveis de se acreditar, bastidores e depoimentos atuais dos principais protagonistas.
O filme fala de estratégia, disciplina, sensibilidade, garra. Do amor pelo basquete, da fidelidade por um time, da evolução do jogo, da relação entre o esporte e a sociedade americana. Mostra como a NBA se transformou num negócio sólido, atraindo o interesse milionário da publicidade, tornando seus atletas astros mesmo fora da quadra, como aconteceu com Larry Bird, Magic Johnson e tantos outros.
Há também uma discussão sobre racismo no esporte. Naquela época, 75% dos jogadores eram negros, mas a mesma porcentagem dos Celtics era branca, incluindo a sua maior estrela. Houve quem contestasse que os dirigentes formavam o time para agradar a maioria branca de fãs. Mas quem não gostaria de ter Larry, McHale, Walton em seu time?
O documentário será exibido na ESPN sábado (24), às 12h (Parte 1); domingo (25), às 11h (Parte 2) e às 12h (Parte 3); segunda (26), às 14h30 (Parte 1); terça (27), às 14h30 (Parte 2); e quarta (28), às 14h30 (Parte 3).