Folha de S. Paulo


Astro dos sonhos

Em 2009, quando o Brasil ganhou o direito de sediar os Jogos Olímpicos, era impossível cravar quais estrelas estariam em ação no Rio de Janeiro. Aquelas que esgotam ingressos, que levam legiões de fãs e jornalistas às competições, que têm suas performances comentadas por anos a fio. Mas uma certeza todos tinham: um jogador de basquete dos EUA seria uma delas.

E será. O nome, no entanto, não é nenhum dos que imaginávamos em 2009. Naquele ano, Kobe Bryant acabara de ser campeão da NBA. Lebron James era o MVP (jogador mais valioso). Juntos, em 2008, haviam colocado o "Dream Team" (Time dos Sonhos) de volta no topo do pódio olímpico após o desastroso bronze em Atenas —sim, para eles o bronze é um desastre.

Quem, àquela altura, ousaria mirar um "baixinho" de 1,91 m, sétima escolha do draft, e que nem havia estreado no principal campeonato de basquete do mundo ainda?

Hoje, é impossível tirar os olhos dele.

Stephen Curry já é um dos maiores nomes da história da liga norte-americana. Nesta semana, ele atingiu um feito que nem Magic Johson, nem Lebron, nem Kobe, nem mesmo Michael Jordan conseguiram. É o primeiro atleta a ser eleito o MVP da temporada por votação unânime. Todo mundo concorda: ele é o melhor.

Curry chegou à NBA para o campeonato de 2009/2010 após construir uma boa carreira no basquete universitário. No ano de estreia, foi eleito o segundo melhor calouro da liga. Ainda uma promessa, sofreu com lesões e passou por duas cirurgias. Disputou poucos jogos em 2011/2012 por causa dos problemas físicos.

A incerteza sobre o quanto seu corpo aguentaria levou muitos a questionarem o risco que o Golden State Warriors aceitou correr ao renovar seu contrato na temporada seguinte. Curry já chamava atenção pelo desempenho nas cestas de três pontos, mas ainda era difícil imaginar o tamanho do que viria pela frente.

Em 2014, ele participou de seu primeiro Jogo das Estrelas. No ano seguinte, liderou o Golden State Warriors na conquista do título da NBA e foi eleito MVP.

Nesta temporada, mostrou que ainda não se cansou de quebrar recordes. Sua equipe venceu 73 partidas, superando o Chicago Bulls de 1995/1996, com 72. Também se tornou o time com mais vitórias seguidas em casa, 54 —a marca anterior era 44, dos Bulls. O Golden State ainda está em busca do segundo título seguido.

Curry marcou uma média de 30,1 pontos por jogo, liderando a lista de cestinhas da NBA. O que mais chama atenção são as cestas de três pontos. Foram 402 nesta temporada, estraçalhando o recorde de 286 que pertencia a ele mesmo.

Os números dizem pouco para você? Então vá até o computador e procure por vídeos com os melhores momentos do jogador norte-americano em ação.

É impossível não ficar impressionado. Nas mãos de Curry, cestas de três pontos parecerem brincadeira. Ele arma jogadas como poucos e dá passes e dribles extraordinários. Flutua na quadra.

Enquanto o Rio de Janeiro se preparava para a Olimpíada, Curry se preparava para ocupar o posto de estrela maior da NBA, o líder de mais um Time dos Sonhos. Os dois se encontram em agosto


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