Folha de S. Paulo


Conta de luz pode não parecer relevante, mas é

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
*ATENÇÃO* IMAGEM EXCLUSIVA PARA A REVISTA SÃO PAULO* São Paulo, SP - 27/04/2015 - Acervo do Museu da Lâmpada, localizado na Zona Sul de São Paulo. Foto: Rodrigo Dionisio/Folhapress
Museu da Lâmpada em SP; conta de luz deve ser vista com atenção pelos consumidores

O boleto mensal da energia elétrica —a velha conta de luz— costuma passar batido nas residências de classe média. Há tantas despesas que aquela conta nem parece tão relevante. Não parece, mas é.

R$ 200 por mês, se considerarmos um valor médio relativamente baixo, totalizariam R$ 2.400 por ano. Talvez, com a privatização da Eletrobras, esses números fiquem ainda mais salgados para os brasileiros.

Nas últimas décadas, temos enfrentado problemas recorrentes devido à nossa matriz energética. Como é amplamente sabido, a energia é gerada por várias fontes, principalmente a hídrica.

Hidrelétricas precisam, obviamente, de água, e são afetadas pelos meses em que chove pouco. Com as mudanças climáticas e novos períodos de estiagem, não é raro o país ter de recorrer a combustíveis fósseis, como carvão, para ativar termelétricas.

Nesses casos, as bandeirinhas fatídicas do consumo ficam vermelhas e a conta sobe mais.

A partir de janeiro próximo, o consumidor poderá aderir, opcionalmente, à tarifa branca de energia elétrica, ou seja, ao preço diferente de acordo com o horário de consumo.

Para quem tem horários mais rígidos, dorme e acorda cedo, não valerá a pena.

Quem chega em casa, toma banho, janta e assiste à novela, consome mais energia das 18h às 22h, exatamente o período em que as tarifas serão consideradas entre intermediárias e de ponta, portanto mais caras.

Um profissional solteiro com horário flexível, que saia à noite e, às vezes, trabalhe até mais tarde, talvez tenha muitas vantagens em aderir a esta forma de tarifação.

De qualquer forma, temos de aprender a economizar água e energia elétrica. São dois insumos que ficarão mais caros ao longo dos anos, em função da demanda e do clima.

As novas matrizes energéticas deverão melhorar este quadro. Já há um crescimento expressivo da energia eólica, simbolizada pelas turbinas cada vez mais visíveis no litoral brasileiro.

Em 2018, estima-se que o Brasil integre o Top 20 da energia solar mundial. Ou seja, que esteja entre os 20 maiores produtores mundiais deste tipo de energia. Como sol é o que não falta por aqui, as perspectivas são positivas.

Ainda assim, não devemos deixar aparelhos eletrônicos na função stand-by enquanto estivermos dormindo. Também não há motivo para iluminar cômodos vazios da casa, nem para abrir a geladeira a todo o instante. Há que acumular roupa para lavar e passar e que desconectar os carregadores assim que os celulares estiverem com 100% de carga. Ou pagar caro por não fazer isso.


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