Folha de S. Paulo


Museu Histórico Nacional vira casa de exposições pop estrangeiras

Julio Cesar Guimaraes - 13.ago.2014/UOL
RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL - 13/08/2014 - PRACA XV SEM VIADUTO. Nova vista da Praca XV sem o viaduto da Perimetral, revelando o contraste das construcoes antigas com predios modernos. Museu Historico Nacional. (Foto: Julio Cesar Guimaraes/UOL).******EMBARGADO PARA USO EM INTERNET******* ATENCAO: PROIBIDO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DO UOL
Fachada do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO - Se você fosse citar os temas de exposições recentes do Museu Histórico Nacional, em quais pensaria? Imagino que dificilmente diria Nirvana (a banda americana), Lego (o brinquedo dinamarquês) e Frida Kahlo (a pintora mexicana).

Um dos museus mais antigos do país (fundado em 1922), no centro histórico do Rio, o MHN vem abrindo espaço para as chamadas "exposições-entretenimento" internacionais, especialmente nos períodos de férias escolares. No fim do ano, sediará uma sobre videogames, vinda do Barbican, de Londres.

"Em geral se pensa no museu histórico como um museu do passado. Estamos tentando afirmá-lo como um museu do presente", diz Paulo Knauss, diretor da instituição. "Temos buscado exposições diferentes das que temos no Rio e mais associadas ao mundo contemporâneo."

Essa visão curatorial mais abrangente não é imune a críticas, assim como o aluguel do espaço para festas. Dono do maior acervo dentre as entidades federais, com quase 300 mil objetos —os mais conhecidos são os tronos e as carruagens do Império—, o museu se arrisca a desviar o foco de sua coleção com essa "CCBBtização".

Mas, num cenário como o do Rio —que tem mais de uma centena de museus, a maioria com visitação insignificante—, o apelo a atrações pop tem o indiscutível mérito de atrair público. O MHN teve 126.370 visitantes em 2016, cerca de 35% a mais do que no ano anterior.

Além disso, o diretor diz que procura criar conexões a partir das mostras estrangeiras. "Essas exposições têm sido combinadas com ações voltadas para o conteúdo que o museu já tinha e que não era valorizado", diz Knauss, citando como exemplo um violão de Cazuza que passou a fazer parte da exibição permanente do museu, valendo-se do gancho do Nirvana, atualmente em cartaz.


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